Eu moro com um monte de gente. Eu durmo no meu quarto. Sozinha. Eu ando sozinha por aí. Eu também ando acompanhada. Mas nem sempre me sinto sozinha. Só as vezes. Sozinha ou acompanhada. Eu aprendi que a solidão é algo que carrego dentro de mim. Solidão não é ir no cinema sozinha. Solidão não é ir para o Filial sozinha e não encontrar ninguém para compartilhar a mesa e ficar conversando com os garçons para não ficar calada. Solidão talvez seja o som de uma mesa de amigos dando risada. Solidão não é um apartamento enorme e vazio. Solidão talvez seja um apartamento cheio de gente. Uma pessoa chorando sozinha com saudades do silêncio. Solidão não é ninguém te chamar no skype. Solidão é não atenderem teu telefonema. O que eu quero dizer é que há pilhas de romances e poemas sobre a solidão. E isso me dá medo. Eu penso nos velhos em asilos. Abandonados por quem eles nunca deixaram. Existe algum tipo mais cruel de solidão? Não estou rogando praga. É só um segredo. E agora você sabe. Saber é solitário. É um tipo de solidão. Não é você ser mandado para um país distante e sim, você ter consciência de opção mais adequada.Não é a chuva de granizo que caiu terça feira. É a eterna garôa que não cessa. A solidão não se parece com a morte. A solidão talvez seja aquele operador da bolsa de valores vociferando em meio a um monte de gente. A solidão é um show de rock com as amigas onde a gordinha inteligente vai embora dirigindo seu carro sozinha enquanto a amiga linda pega um táxi com o guitarrista da banda. A solidão não é o bêbado da esquina que fala sozinho. A solidão é de quem fica assistindo a este espetáculo. A solidão é o cotidiano, é a rotina. A solidão é a passagem das horas. A solidão não é um jazz à meia luz. A solidão é o axé que acompanha um trio elétrico no carnaval. A solidão é uma bússola. Pode-se ter o norte. E pode durar pra sempre. Quando eu achar que não pode mais ser assim, eu compro um Labrador.
Texto baseado em obra de Mário Bortolotto.
Claro que tem videozinho de música. E claro que vocês sabem qual é...
sexta-feira, 31 de julho de 2009
quinta-feira, 30 de julho de 2009
The Man I Love
"Um dia ele virá
O homem que eu amo
Ele será grande e forte
O homem que eu amo
E quando ele entrar em meu caminho
Eu farei de tudo
Para fazê-lo ficar
Ele vai me olhar e sorrir
E eu vou perceber
E em um instante
Ele vai pegar minha mão
Eu pensarei que isso é um absurdo
Nós pensaremos juntos
Mas não diremos nenhuma palavra
Talvez
Eu vá encontrá-lo em um domingo
Talvez segunda, talvez não
Mas eu tenho a certeza
Que o encontrarei um dia
Talvez terça!
E será a melhor notícia do dia!
Ele vai construir uma casinha
Feita exatamente para dois
De onde eu nunca sairei
Quem sairia? Você sairia?
É por isso que acima de tudo
Eu espero
Pelo homem que eu amo"
Cole Porter com tradução minha mesmo.
Olha só com a D. Ella Fitzgerald. Mais um pra sessão 'pega o lenço':
O homem que eu amo
Ele será grande e forte
O homem que eu amo
E quando ele entrar em meu caminho
Eu farei de tudo
Para fazê-lo ficar
Ele vai me olhar e sorrir
E eu vou perceber
E em um instante
Ele vai pegar minha mão
Eu pensarei que isso é um absurdo
Nós pensaremos juntos
Mas não diremos nenhuma palavra
Talvez
Eu vá encontrá-lo em um domingo
Talvez segunda, talvez não
Mas eu tenho a certeza
Que o encontrarei um dia
Talvez terça!
E será a melhor notícia do dia!
Ele vai construir uma casinha
Feita exatamente para dois
De onde eu nunca sairei
Quem sairia? Você sairia?
É por isso que acima de tudo
Eu espero
Pelo homem que eu amo"
Cole Porter com tradução minha mesmo.
Olha só com a D. Ella Fitzgerald. Mais um pra sessão 'pega o lenço':
quarta-feira, 29 de julho de 2009
MALHAÇÃO
Hoje eu nem tinha o que postar direito. Mas, como decidi algumas coisas na vida, vamos lá. Esse negócio de blog é mesmo viciante.
Bom, a primeira coisa e mais importante é que não desisti. De nada. Uma das coisas que andei lendo me ensinaram a lidar com diversas situações, mas, de todo modo, nada como o respeito pelo próximo (principalmente a quem se ama em todas as esferas) dando-lhe o tempo necessário para tudo. Então, é o famoso 'dar tempo ao tempo' e nada melhor que aprender que o tempo tudo resolve e o essencial permanece. Acho que é isso. O que realmente vale a pena não passa. E isso só o tempo pode dizer.
Confuso? Então imagine como foi para eu chegar nisso...
De resto tenho feito meus editais, tenho tentado imaginar de onde cavocar grana para realizá-los (depois de uma conversa com minha mãe ela sutilmente me disse pra falar com minha gerente do banco...não era bem essa a intenção, mas....)
Outra decisão importante: aos poucos posso voltar a me exercitar. Para quem não sabe, depois de sérios problemas de coluna. Então, Runner aqui vou eu mais uma vez...
Lembrei que minha última Runner - tentativa (não sou muito chegada em academia, gosto mais de esportes ao ar livre), foi na mesma época que começou Malhação. Achei a primeira abertura da novelinha, da época do Mocotó e do Dado 'li num livro', lembram?
Ai vai...
Bom, a primeira coisa e mais importante é que não desisti. De nada. Uma das coisas que andei lendo me ensinaram a lidar com diversas situações, mas, de todo modo, nada como o respeito pelo próximo (principalmente a quem se ama em todas as esferas) dando-lhe o tempo necessário para tudo. Então, é o famoso 'dar tempo ao tempo' e nada melhor que aprender que o tempo tudo resolve e o essencial permanece. Acho que é isso. O que realmente vale a pena não passa. E isso só o tempo pode dizer.
Confuso? Então imagine como foi para eu chegar nisso...
De resto tenho feito meus editais, tenho tentado imaginar de onde cavocar grana para realizá-los (depois de uma conversa com minha mãe ela sutilmente me disse pra falar com minha gerente do banco...não era bem essa a intenção, mas....)
Outra decisão importante: aos poucos posso voltar a me exercitar. Para quem não sabe, depois de sérios problemas de coluna. Então, Runner aqui vou eu mais uma vez...
Lembrei que minha última Runner - tentativa (não sou muito chegada em academia, gosto mais de esportes ao ar livre), foi na mesma época que começou Malhação. Achei a primeira abertura da novelinha, da época do Mocotó e do Dado 'li num livro', lembram?
Ai vai...
terça-feira, 28 de julho de 2009
Hahahahaha... quem ri por último.....
Outro dia, a Carol Diniz me disse algo que eu não achei a mínima graça. Aliás a Carol D. tem essa característica. Ela não sabe contar piada. Só ela ri das piadas que ela mesmo conta. Mas ela tem histórias e 'gags' engraçadíssimas. E muitas vezes nem percebe. Eis o fundamento da cómédia: levar-se a sério!
Já a Rafa não. A Rafa ri sozinha das próprias piadas com aquele risinho sarcástico. Ou então é pastelão puro quando está 'borracha', ou seja bebinha. Aí é de chorar de rir, parece um clown. A Cocó ri pra dentro. E o mais engraçado é o que seria trágico: 'agora tá decidido! essa semana peço demissão!' - ouço isso desde que ela entrou na empresa há uns 3 anos. Ou seja: virou piada.
E o Heitor que depois de ouvir a própria risada na exibição de um makking off de um curta metragem perguntou: 'Mas eu rio assim?' e embora finja que não, é perceptível sua vontade de mudar o som da gragalhada espaçada e ritmada. E isso com certeza é a coisa mais cômica que ele faz. A risada do Heitor é ótima assim como suas imitações vocais de funk pancadão.
O Mega não ri. Ele coça o nariz. E se tanto balança as pernas e diz em tom risonho (veja: 'tom risonho' não é risada): 'Né?' ou ainda 'Hum!'. Bem diferente da Lulu que abre a boca na maior gargalhada rouca que deixa Maysa no chinelo. Sorte do Érico que rir, rir mesmo, só bêbado. Mas como ele sempre fica bêbado quando todo mundo já está ficando sóbrio, é engraçado, parece aquele ratinho cinza do Tom e Jerry quando cai no barril de pinga.
Existem situações na vida que a melhor atitude é mesmo rir. Quando dá aquela vontade de chorar, ria. Quando dá raiva, ria. Está stressado? Ria. Rir é o melhor remédio sempre (lugar comum, mas verdade). E, voltando ao que a Carol me disse há uns dias atrás, hoje consegui lembrar e rir. Ela disse: 'Um pé na bunda pelo menos empurra a gente pra frente'. Um poço de sapiência no alto de seu metro e meio.
PS: A saber, por isso tive a idéia de um novo doc, simplesinho, mas de utilidade pública - 'Linda, Leve e Solta'. Não adianta nem roubar porque já foi registrado na Biblioteca Nacional!
De brinde Chico César e Paulinho Moska interpretando 'Último Dia', para provar que mesmo o fim do mundo não é o fim do mundo e em não sendo o fim do mundo... vamos dar risada!
Já a Rafa não. A Rafa ri sozinha das próprias piadas com aquele risinho sarcástico. Ou então é pastelão puro quando está 'borracha', ou seja bebinha. Aí é de chorar de rir, parece um clown. A Cocó ri pra dentro. E o mais engraçado é o que seria trágico: 'agora tá decidido! essa semana peço demissão!' - ouço isso desde que ela entrou na empresa há uns 3 anos. Ou seja: virou piada.
E o Heitor que depois de ouvir a própria risada na exibição de um makking off de um curta metragem perguntou: 'Mas eu rio assim?' e embora finja que não, é perceptível sua vontade de mudar o som da gragalhada espaçada e ritmada. E isso com certeza é a coisa mais cômica que ele faz. A risada do Heitor é ótima assim como suas imitações vocais de funk pancadão.
O Mega não ri. Ele coça o nariz. E se tanto balança as pernas e diz em tom risonho (veja: 'tom risonho' não é risada): 'Né?' ou ainda 'Hum!'. Bem diferente da Lulu que abre a boca na maior gargalhada rouca que deixa Maysa no chinelo. Sorte do Érico que rir, rir mesmo, só bêbado. Mas como ele sempre fica bêbado quando todo mundo já está ficando sóbrio, é engraçado, parece aquele ratinho cinza do Tom e Jerry quando cai no barril de pinga.
Existem situações na vida que a melhor atitude é mesmo rir. Quando dá aquela vontade de chorar, ria. Quando dá raiva, ria. Está stressado? Ria. Rir é o melhor remédio sempre (lugar comum, mas verdade). E, voltando ao que a Carol me disse há uns dias atrás, hoje consegui lembrar e rir. Ela disse: 'Um pé na bunda pelo menos empurra a gente pra frente'. Um poço de sapiência no alto de seu metro e meio.
PS: A saber, por isso tive a idéia de um novo doc, simplesinho, mas de utilidade pública - 'Linda, Leve e Solta'. Não adianta nem roubar porque já foi registrado na Biblioteca Nacional!
De brinde Chico César e Paulinho Moska interpretando 'Último Dia', para provar que mesmo o fim do mundo não é o fim do mundo e em não sendo o fim do mundo... vamos dar risada!
segunda-feira, 27 de julho de 2009
E que tudo mais... vá pro inferno!
Depois de um sábado tempestuoso de chuva e frio interno e externo, resolvi levantar, sacodir a poeira e dar a volta por cima! Mesmo que em São Paulo, essa cidade poluida, superlotada, caótica, barulhenta e cinza esteja num dia horrível com uma chuva do cão,um frio dos infernos e um céu mais nebuloso que a situação do Sarney no Senado.
Tudo bem, nada que um par de amigas não resolva.
O começo de tudo foi sexta-feira. Eu, Rafa e Cocó fomos ao Rey Castro. Vamos combinar que de Cuba eu entendo e, vamos combinar, que aquele lugar não tem nada a ver com Cuba. A principio achei que era uma observação minha, mas, não é. A musica é ruim (pelo menos a banda que nem me dignei a perguntar o nome era péssima), prometiam latin rock e tocaram Madonna, não conheciam uma música do Juanes (que pode não ser muito conhecido por aqui, mas, na America Latina é) famosíssima que a Rafa pediu. O local é apertado, ninguém sabe dançar musica cubana. Valeu pelos mojitos que a Cocó tomou, pela Piña da Rafa e pela coqueteleira que eu ganhei não sei porque.
Não é caro, mulher paga tipo R$ 25,00 mas não vale o que se paga. Conclusão, saimos de lá na chuva às 1h e poucos e fomos para... onde?... Filial! Que estava igualmente cheio, com aquela galera estranha que de vez em quando baixa lá e ... nem sentamos! Fomos embora depois de um chopp no balcão. Claro que eu e Rafa paramos no Temaki depois, né? Enfim... perdemos apenas horas de sono....
Sábado como disse, continuava cada vez mais frio e cada vez chovia mais. Acordei sem coragem pelas 15h. Deprê! Completamente deprê! Sem ânimo para nada. Sai da cama com muito esforço, falei com algumas pessoas, armei meu circo computadorístico na sala de tv e ali fiquei de roupão o dia todo. Até que Carol Diniz me salva de mim mesma! Me carregou para uma pizzaria muito boa na Vila Madá. Ficamos lá, horas...
Rafa nos liga por volta das 23h e, sem sono depois de um dia de leitura... fomos tomar uma no Fufu, ou, para os não-íntimos, Skina Grill. Ah! Sem sutiã de tão desencanado! (Hihihihi)
O dia do Senhor, famoso domingo e vulgo Sunday, que de sun não teve quase nada, mas uma leve melhora desde sábado. Trouxe uma melhora e um ânimo na alma também. Almocei com família (mãe, pai, avó e irmão) e fui para casa da Rafa. Heitor surgiu e foi para lá também. Selecionamos alguns depoimentos para o documentário do Sérgio Cezar, bebemos coisinhas, comemos Bis e a pipoca que eu queimei no micro (:() e fomos pro Astronete, onde Ivan e Théa iam discotecar.
Dessa vez todas de sutiã, menos Heitor, lógico. Lógico? Enfim, a Théa e o Ivan formam a dupla de DJs da Folha de S. Paulo, Los Macaquitos. Fomos vê-los algumas vezes lá no Astronete e em outros bares também. Adooro as musicas. Mesmo que o Ivan tenha esquecido de levar 'A Little Respect' do Erasure para mim, mas ok. Foi muito divertido.
Ah! Depois deles quem entrou para tocar e de cara lascou um Mica Jaca foi a Leila Lopes. Lembra dela? Sim, a professorinha Lú de Renascer, lembra? Aquela que o Antonio Fagundes era o 'painho'. Pois é... depois ela virou atriz pornô e ontem tava lá tocando depois do Ivan e da Théa.
Segue foto do Ivan com ela. Ah... para quem esperava por isso... ela entrou com um casacão desses tipo sobretudo de lã fechado do pescoço aos pés e de botas. E assim ficou até o final.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Anima!
Anima Mundi
Mundo Animado
Foi assim que o meu ficou...
Depois de um convite,
Meu mundo foi alegrado...
Dois videozinhos...
http://www.youtube.com/watch?v=uMgmTcKKKUw
http://www.youtube.com/watch?v=Zap_txvFTGg
Mundo Animado
Foi assim que o meu ficou...
Depois de um convite,
Meu mundo foi alegrado...
Dois videozinhos...
http://www.youtube.com/watch?v=uMgmTcKKKUw
http://www.youtube.com/watch?v=Zap_txvFTGg
quarta-feira, 22 de julho de 2009
pulsante
Que sorte tem quem sabe ler poesia.
Eu sei!
Não vou mentir
Quando pequena me ensinaram
Mas eu não entendi
'Ou isto ou aquilo'
Para mim não era assim
Poesia não se ensina
Poesia se sente
Poesia não tem fluxo
Poesia tem refluxo
Ela vai, volta e vai denovo
Em uma só palavra
Lembro das pulsações da poesia
'Os tristes e alegres sofrimentos da gente'
Quando senti pela primeira vez...
'fiquei encantada'
Que sorte de quem sabe ler poesia
Na hora da dor
é a melhor companhia
----------------------------------------------------------------------------------
Floberla Espanca dita o dia:
"Deixa dizer-te os lindos versos raros
que minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
cinzelados por mim pra te oferecer.
Tem dolencia de veludos raros
São como sedas pálidas a arder
Deixa dizer-te os lindos versos raros
que foram feitos pra te endoidecer!
Mas meu amor, não tos digo ainda
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!
Amo-te tanto e nunca te beijei...
E nesse beijo amor, que não te dei
guardo os versos mais lindos que já fiz!"
(tirando o nunca te beijei... tá valendo o resto todo!)
----------------------------------------------------------------------------------
Pra terminar,
o estado da minha alma
e a esperança...
http://www.youtube.com/watch?v=WibtVWwW-EA
Eu sei!
Não vou mentir
Quando pequena me ensinaram
Mas eu não entendi
'Ou isto ou aquilo'
Para mim não era assim
Poesia não se ensina
Poesia se sente
Poesia não tem fluxo
Poesia tem refluxo
Ela vai, volta e vai denovo
Em uma só palavra
Lembro das pulsações da poesia
'Os tristes e alegres sofrimentos da gente'
Quando senti pela primeira vez...
'fiquei encantada'
Que sorte de quem sabe ler poesia
Na hora da dor
é a melhor companhia
----------------------------------------------------------------------------------
Floberla Espanca dita o dia:
"Deixa dizer-te os lindos versos raros
que minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
cinzelados por mim pra te oferecer.
Tem dolencia de veludos raros
São como sedas pálidas a arder
Deixa dizer-te os lindos versos raros
que foram feitos pra te endoidecer!
Mas meu amor, não tos digo ainda
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!
Amo-te tanto e nunca te beijei...
E nesse beijo amor, que não te dei
guardo os versos mais lindos que já fiz!"
(tirando o nunca te beijei... tá valendo o resto todo!)
----------------------------------------------------------------------------------
Pra terminar,
o estado da minha alma
e a esperança...
http://www.youtube.com/watch?v=WibtVWwW-EA
terça-feira, 21 de julho de 2009
After Alls
http://www.youtube.com/watch?v=fMNxO6khuxg
Depois de você
Tirei o casaco marrom do armário
Coloquei a mão no bolso
Surpresa!
Nem dois reais!
Apenas Pastilhas!
Garoto.
Desembrulhei
lembrando a sessão de cinema que ganhei
Quando você me beliscou
para ter certeza que eu era de verdade
Puxei.
A pastilha saiu pela metade...
Depois de você
Tirei o casaco marrom do armário
Coloquei a mão no bolso
Surpresa!
Nem dois reais!
Apenas Pastilhas!
Garoto.
Desembrulhei
lembrando a sessão de cinema que ganhei
Quando você me beliscou
para ter certeza que eu era de verdade
Puxei.
A pastilha saiu pela metade...
segunda-feira, 20 de julho de 2009
O Rei e Eu
Não é recente minha paixão pelo Rei Roberto Carlos. É coisa de geração...
Houve época e ainda deve haver geração que ache o Rei cafona, brega, simplista e popular demais. Então, que atire a primeira pedra aquele que nunca se viu numa música do Rei, que nunca sentiu o que ele escreve ou canta, que nunca pensou que "detalhes tão pequenos de nós dois são coisas muito grandes para esquecer..."
Sinceramente não sei dizer nem que fase do Rei eu mais gosto. As fases são fases. E tudo depende da sua fase...
Atualmente passei de uma fase 'Os seus botões' ("os botões da blusa, que você usava, e meio confusa desabotoava, iam pouco a pouco, me deixando ver, no meio de tudo, um pouco de você,...") para a clássica 'Outra vez' ("... me esqueci, de tentar te esquecer, resolvi, te querer por querer, decidi, te lembrar quantas vezes, eu tenha vontade, sem nada perder... só assim, sinto você bem perto de mim, outra vez").
Mas o Rei tem para todos os gostos. Pelo menos uma vez na vida o cidadão brasileiro tem que ir no show do Rei como um ato patriótico. Cantar 'Emoções' é quase como cantar o Hino Nacional (passe um tempo em Cuba e me dará razão...- aliás, em Cuba amam o Rei).
Segue uma pequena playlist e seus momentos:
- Situação 1: Festinha revival com tiozinhos bêbados dançandinho 'coisinha de Jesus':
1) A Namoradinha de Um amigo meu ("estou amando loucamente, a namoradinha de um amigo meu...)
2) Eu Te Darei o Céu ("eu te darei o céu meu bem, e o meu amor também...")
3) É proibido fumar - aquele que todo mundo completa: maconha!
4) Splish Splash - com direito a coreografiazinha de tapa e beijo, além das caras e bocas...
5) Que vá tudo pro inferno !! :P
6) Calhambeque ("levei meu cadilac no mecânico outro dia, pois a muito tempo um conserto ele queria como vou viver sem meu carango pra correr, meu cadilac - bibi - quero consertar meu cadilac - tchururururururu - bibi -(...) um carro todo velho que por lá apareceu (...) o calhambeque - bibi - buzinei assim o calhambeque...")- um detalhe interessante dessa música é no final quando ele imita roncos de motor e a velharada fala: 'Bye!' daquele tipo do Rei - 'baáy!'
- Situação 2: Festa moderninha tipo samba-rock-black (sim! o Rei tb é black!)
1) Ciúme de você - ("se vc... demora mais um pouco...")
2) Se você pensa - (..." que vai fazer de mim... o que faz com todo mundo que te ama...")
3) Todos estão surdos - (..." na, narananana...pois meu amigo volte logo, venha encontrar seu povo, o amor é importante, vem dizer tudo denovo")
4) Negro Gato - (..." eu sou um negro gato de arrepiar...e essa minha história é mesmo de amargar...")
5) Não vou ficar - ("Há muito tempo, eu vivi calado, mas agora resolvi mudar...pensando bem, não vale a pena... ficar chorando em vão, o nosso amor não tem mais solução...") - aha! pensavam que era do Tim, né?
6) Jesus Cristo!
- Situação 3: Programas de rádio tipo fossa de vigia noturno, ou love songs (mas que todo mundo ouve e chora e se descabela):
1) Proposta - ("eu te proponho, nós nos amarmos, nos entregarmos...")
2) Outra vez - ("outra vez...")
3) Cavalgada - ("vou cavalgar por toda noite...")
4) Não quero ver você triste assim - (" o que vc tem? fala comigo...")
- Situação 4: Na voz de Bethânia...
1) Todas do CD as Canções que você fez pra mim...
- Situação 5: No Dia de amigo, que foi ontem (20/07), mas, como ainda não dormi, ai vai especialmente para Rafa, Cocó, Carol Diniz, Lulú, Hector e Mega (Graças a Deus tenho tantos outros, mas, esses são os mais próximos atualmente)
"Você meu amigo de fé, meu irmão camarada, amigo de tantas partidas, de tantas chegadas, cabeça de homem (pra vc Rafa... hihihi) mas o coração de menino, amigo você é o mais certo das horas incertas (para todos essa)... não preciso nem dizer, tudo isso que eu lhe(s) digo, mas é muito bom saber, que você(s) é (são) meu(s) amigo(s)..."
Salve o Rei! Hey, hey, hey, Roberto nosso rei! (Ps: Já vi da Hebe à Patrícia Pillar passando pela minha avó gritando isso alucinadas em show)...
Essa vale a pena rever... pega o lenço!
Houve época e ainda deve haver geração que ache o Rei cafona, brega, simplista e popular demais. Então, que atire a primeira pedra aquele que nunca se viu numa música do Rei, que nunca sentiu o que ele escreve ou canta, que nunca pensou que "detalhes tão pequenos de nós dois são coisas muito grandes para esquecer..."
Sinceramente não sei dizer nem que fase do Rei eu mais gosto. As fases são fases. E tudo depende da sua fase...
Atualmente passei de uma fase 'Os seus botões' ("os botões da blusa, que você usava, e meio confusa desabotoava, iam pouco a pouco, me deixando ver, no meio de tudo, um pouco de você,...") para a clássica 'Outra vez' ("... me esqueci, de tentar te esquecer, resolvi, te querer por querer, decidi, te lembrar quantas vezes, eu tenha vontade, sem nada perder... só assim, sinto você bem perto de mim, outra vez").
Mas o Rei tem para todos os gostos. Pelo menos uma vez na vida o cidadão brasileiro tem que ir no show do Rei como um ato patriótico. Cantar 'Emoções' é quase como cantar o Hino Nacional (passe um tempo em Cuba e me dará razão...- aliás, em Cuba amam o Rei).
Segue uma pequena playlist e seus momentos:
- Situação 1: Festinha revival com tiozinhos bêbados dançandinho 'coisinha de Jesus':
1) A Namoradinha de Um amigo meu ("estou amando loucamente, a namoradinha de um amigo meu...)
2) Eu Te Darei o Céu ("eu te darei o céu meu bem, e o meu amor também...")
3) É proibido fumar - aquele que todo mundo completa: maconha!
4) Splish Splash - com direito a coreografiazinha de tapa e beijo, além das caras e bocas...
5) Que vá tudo pro inferno !! :P
6) Calhambeque ("levei meu cadilac no mecânico outro dia, pois a muito tempo um conserto ele queria como vou viver sem meu carango pra correr, meu cadilac - bibi - quero consertar meu cadilac - tchururururururu - bibi -(...) um carro todo velho que por lá apareceu (...) o calhambeque - bibi - buzinei assim o calhambeque...")- um detalhe interessante dessa música é no final quando ele imita roncos de motor e a velharada fala: 'Bye!' daquele tipo do Rei - 'baáy!'
- Situação 2: Festa moderninha tipo samba-rock-black (sim! o Rei tb é black!)
1) Ciúme de você - ("se vc... demora mais um pouco...")
2) Se você pensa - (..." que vai fazer de mim... o que faz com todo mundo que te ama...")
3) Todos estão surdos - (..." na, narananana...pois meu amigo volte logo, venha encontrar seu povo, o amor é importante, vem dizer tudo denovo")
4) Negro Gato - (..." eu sou um negro gato de arrepiar...e essa minha história é mesmo de amargar...")
5) Não vou ficar - ("Há muito tempo, eu vivi calado, mas agora resolvi mudar...pensando bem, não vale a pena... ficar chorando em vão, o nosso amor não tem mais solução...") - aha! pensavam que era do Tim, né?
6) Jesus Cristo!
- Situação 3: Programas de rádio tipo fossa de vigia noturno, ou love songs (mas que todo mundo ouve e chora e se descabela):
1) Proposta - ("eu te proponho, nós nos amarmos, nos entregarmos...")
2) Outra vez - ("outra vez...")
3) Cavalgada - ("vou cavalgar por toda noite...")
4) Não quero ver você triste assim - (" o que vc tem? fala comigo...")
- Situação 4: Na voz de Bethânia...
1) Todas do CD as Canções que você fez pra mim...
- Situação 5: No Dia de amigo, que foi ontem (20/07), mas, como ainda não dormi, ai vai especialmente para Rafa, Cocó, Carol Diniz, Lulú, Hector e Mega (Graças a Deus tenho tantos outros, mas, esses são os mais próximos atualmente)
"Você meu amigo de fé, meu irmão camarada, amigo de tantas partidas, de tantas chegadas, cabeça de homem (pra vc Rafa... hihihi) mas o coração de menino, amigo você é o mais certo das horas incertas (para todos essa)... não preciso nem dizer, tudo isso que eu lhe(s) digo, mas é muito bom saber, que você(s) é (são) meu(s) amigo(s)..."
Salve o Rei! Hey, hey, hey, Roberto nosso rei! (Ps: Já vi da Hebe à Patrícia Pillar passando pela minha avó gritando isso alucinadas em show)...
Essa vale a pena rever... pega o lenço!
O Rei e a Rainha:
domingo, 19 de julho de 2009
SALVE SELTON.
Selton Melo é um dos poucos artistas brasileiros que tem a capacidade e a sorte de transitar livremente entre cinema e televisão, entre 'back' e 'front' stage, com grande autoridade. Selton é ator, diretor, produtor, captador, roteirista e, nas horas vagas, galã de novela global e protagonista de campanhas publicitarias dos mais diversos apelos.
Dentre as caracteristicas profissionais deste que é um dos maiores artistas da minha geração (galera entre vinte e poucos e trinta e trá-la-lá), está, dentro do âmbito mencionado sua incrível flexibilidade exercendo a mesma função. Atualmente ele domina um terço das salas do Unibanco Arteplex Frei Caneca em São Paulo, em cartaz ao mesmo tempo com os filmes: "A Erva do Rato", "A Mulher Invisivel" e "Jean Charles".
Convenhamos que quando um ator hollywoodiano consegue uma dádiva dessas é um fato louvável. Porém, quando esse ator é tupiniquim e os filmes são nacionais, uau! isso é extraordinário!
SELTON É BRESSANE
Em "A Erva do Rato", dirigido e roteirizado por Julio Bressane, o ator contracena com a expressionista e 'antunista' Alessandra Negrini, outra excelente atriz que transita razoavelmente bem entre cinema e televisão e que vez ou outra se aventurou na música. Apenas os dois atores e um único cenário: uma casa aparentemente antiga, mas que, no decorrer do filme se mostra atemporal. Podemos entender como 'filme de baixo orçamento'.
Para quem acompanha Bressane há algum tempo, podemos entender que sobraram alguns detalhes de 'Cleopatra', também com Negrini, dos quais vemos aproveitar takes de paisagens e até mesmo o tema, já que a 'deixa' para falar do veneno do rato é o fato de Cleopatra, a rainha das vaidades, ter se suicidado tomando uma dose do mesmo.
A fotografia, sem comentários, é do excepcional Walter Carvalho.
Em determinado momento da trama, o personagem de Selton Melo que passa todo o tempo 'ditando' um livro para sua mulher que escreve, discorre sobre Cleopatra e sobre a crueza do veneno. Longos silêncios marcados por uma verborragia literária, cansativa e intangível pela maioria dos espectadores marca as últimas produções de Bressane que, junto com Ruy Guerra e Sganzerla foi um dos 'marginais' da década de 60.
Ao mesmo tempo, o cinema fala por suas imagens e não pelo seu texto. Um roteiro e não um livro filmado. Se uma imagem fala mais do que mil palavras, um segundo de cinema fala mais do que vinte a quatro mil palavras.
SELTON É GLOBO.
'A Mulher Invisivel' surpreende. Primeiramente parece ser mais um filme nacional para passar na televisão (e com certeza até o final do ano passará num desses especiais de Natal). Pode ser que seja coincidencia que Selton Melo e outra atriz particularmente de cinema, a jovem Maria Manoella (que já interpretou 'Lara' de Lúcia Murat e teve pequena participação no seriado 'Carga Pesada' como a namorada de Wagner Moura que interpretava o filho do caminhoneiro Bino), dêem a reviravolta necessária para que não seja mais um clichê com Luana Piovanni e Vladimir Brichta (este último com todo respeito).
É a prova de que um bom roteiro não depende apenas de bom diretor e grana no bolso e sim, como no teatro, de personagens no mínimo interessantes e bons atores. Neste elenco soma-se Fernanda Torres, que dispensa comentários.
Uma comediazinha romantica, despretensiosa com gosto de auto-ajuda, onde Pedro despe Selton Melo da sisudez brassaniana e mais uma vez veste nele a camisa de um filme de forte apelo comercial e bem humorado.
Poderia neste texto fazer um protesto contra o machismo, ou melhor, a favor do feminismo em colocar a namorada perfeita e invisivel num padrão muitas vezes desejado por homens e de todos os lugares e idades: uma gostosa que passa o dia em casa, de lingerie, fazendo os serviços domésticos da forma mais sexy possível, que não frequenta baladas mas, aguarda o homem em casa, nua sobre a cama, e para completar é fanática por futebol e entende do assunto. Não é mencionado o caráter intelectual da personagem já que sua vestimenta mínima sempre desvia o foco.
O que conforta a mulherada é a grande virada da personagem de Maria Manoella, a Vitoria, uma vizinha de baixíssima estima própria, carente e fantasiosa. Em um estalo ela reverte a situação fazendo investimentos impensados no objeto de desejo (no caso Pedro, seu vizinho, personagem de Selton Melo) e conquista seu espaço.
A produção 'Projactiana' (fazendo menção a 'Fábrica dos Sonhos da Rede Globo', o Projac), não deixa sobressair nenhum detalhe, sendo toda a produção linear do início ao fim. A edição é valorizada principalmente nosmomentos em que Selton imagina estar acompanhado e está sozinho, fazendo com que Luana Piovani esteja e não esteja na cena ao mesmo tempo. Na verdade isso existe desde a época das irmãs Ruth e Raquel interpretadas na Tv Tupi por Eva Wilma no início dos anos 70.
SELTON É TELECINE
O terceiro filme é 'Jean Charles'. Uma história real e recente, ocorrida com um brasileiro em Londres ainda sem final certo e exaustivamente exibido na imprensa. Ele foi morto pela polícia londrina logo após alguns ataques terroristas.
O grande destaque deste é o sensacional Luis Miranda. Baiano, negro, e com passagens respeitadas por grupos de teatro paulistanos como o Teatro da Vertigem e o princípio do Terça Insana, teve boas realizações no cinema, particularmente como o enfermeiro de Rodrigo Santoro em 'O Bicho de Sete Cabeças' e visibilidade na televisão em horário nobre no seriado 'Sob Nova Direção' de Heloisa Perrissé onde contracenava com a autora, Ingrid Guimarães, Luis Carlos Tourinho e o ótimo Otávio Muller.
Alex, é primo de Jean Charles interpretado por Selton Melo. Eles dividem apartamento na periferia com mais uma amiga e o filme começa com a chegada da prima de Jean, Vivian, interpretada por Vanessa Giácomo.
Nos primeiros momentos o filme mostra um 'Jean - Jesus', ou seja, salvador de todos, resolvedor de problemas de todos, amigo de todos, bem quisto e visto pela comunidade. Um benfeitor. Até que, como todo Jesus, Jean encontra seu Judas, na forma de uma brasileira do tipo loura de exportação, que promete lhe ajudar com serviços clandestinos. As coisas começam a degringolar.
Como filme, sem novidades. Roteiro previsivel. É televisão na tela grande. Filme feito para veiculação e público de tv. Está na sala escura ocupando espaço de outros que por falta de orçamento não tem condições de estar ali infelizmente.
De qualquer forma Selton Melo, nosso objeto de pesquisa, encara o filme de forma séria e verdadeira. Mais uma vez, surpreende.
SELTON É QUENTIN TARANTINO (Pra finalizar):
http://www.youtube.com/watch?v=op4byt-DtsI
Dentre as caracteristicas profissionais deste que é um dos maiores artistas da minha geração (galera entre vinte e poucos e trinta e trá-la-lá), está, dentro do âmbito mencionado sua incrível flexibilidade exercendo a mesma função. Atualmente ele domina um terço das salas do Unibanco Arteplex Frei Caneca em São Paulo, em cartaz ao mesmo tempo com os filmes: "A Erva do Rato", "A Mulher Invisivel" e "Jean Charles".
Convenhamos que quando um ator hollywoodiano consegue uma dádiva dessas é um fato louvável. Porém, quando esse ator é tupiniquim e os filmes são nacionais, uau! isso é extraordinário!
SELTON É BRESSANE
Em "A Erva do Rato", dirigido e roteirizado por Julio Bressane, o ator contracena com a expressionista e 'antunista' Alessandra Negrini, outra excelente atriz que transita razoavelmente bem entre cinema e televisão e que vez ou outra se aventurou na música. Apenas os dois atores e um único cenário: uma casa aparentemente antiga, mas que, no decorrer do filme se mostra atemporal. Podemos entender como 'filme de baixo orçamento'.
Para quem acompanha Bressane há algum tempo, podemos entender que sobraram alguns detalhes de 'Cleopatra', também com Negrini, dos quais vemos aproveitar takes de paisagens e até mesmo o tema, já que a 'deixa' para falar do veneno do rato é o fato de Cleopatra, a rainha das vaidades, ter se suicidado tomando uma dose do mesmo.
A fotografia, sem comentários, é do excepcional Walter Carvalho.
Em determinado momento da trama, o personagem de Selton Melo que passa todo o tempo 'ditando' um livro para sua mulher que escreve, discorre sobre Cleopatra e sobre a crueza do veneno. Longos silêncios marcados por uma verborragia literária, cansativa e intangível pela maioria dos espectadores marca as últimas produções de Bressane que, junto com Ruy Guerra e Sganzerla foi um dos 'marginais' da década de 60.
Ao mesmo tempo, o cinema fala por suas imagens e não pelo seu texto. Um roteiro e não um livro filmado. Se uma imagem fala mais do que mil palavras, um segundo de cinema fala mais do que vinte a quatro mil palavras.
SELTON É GLOBO.
'A Mulher Invisivel' surpreende. Primeiramente parece ser mais um filme nacional para passar na televisão (e com certeza até o final do ano passará num desses especiais de Natal). Pode ser que seja coincidencia que Selton Melo e outra atriz particularmente de cinema, a jovem Maria Manoella (que já interpretou 'Lara' de Lúcia Murat e teve pequena participação no seriado 'Carga Pesada' como a namorada de Wagner Moura que interpretava o filho do caminhoneiro Bino), dêem a reviravolta necessária para que não seja mais um clichê com Luana Piovanni e Vladimir Brichta (este último com todo respeito).
É a prova de que um bom roteiro não depende apenas de bom diretor e grana no bolso e sim, como no teatro, de personagens no mínimo interessantes e bons atores. Neste elenco soma-se Fernanda Torres, que dispensa comentários.
Uma comediazinha romantica, despretensiosa com gosto de auto-ajuda, onde Pedro despe Selton Melo da sisudez brassaniana e mais uma vez veste nele a camisa de um filme de forte apelo comercial e bem humorado.
Poderia neste texto fazer um protesto contra o machismo, ou melhor, a favor do feminismo em colocar a namorada perfeita e invisivel num padrão muitas vezes desejado por homens e de todos os lugares e idades: uma gostosa que passa o dia em casa, de lingerie, fazendo os serviços domésticos da forma mais sexy possível, que não frequenta baladas mas, aguarda o homem em casa, nua sobre a cama, e para completar é fanática por futebol e entende do assunto. Não é mencionado o caráter intelectual da personagem já que sua vestimenta mínima sempre desvia o foco.
O que conforta a mulherada é a grande virada da personagem de Maria Manoella, a Vitoria, uma vizinha de baixíssima estima própria, carente e fantasiosa. Em um estalo ela reverte a situação fazendo investimentos impensados no objeto de desejo (no caso Pedro, seu vizinho, personagem de Selton Melo) e conquista seu espaço.
A produção 'Projactiana' (fazendo menção a 'Fábrica dos Sonhos da Rede Globo', o Projac), não deixa sobressair nenhum detalhe, sendo toda a produção linear do início ao fim. A edição é valorizada principalmente nosmomentos em que Selton imagina estar acompanhado e está sozinho, fazendo com que Luana Piovani esteja e não esteja na cena ao mesmo tempo. Na verdade isso existe desde a época das irmãs Ruth e Raquel interpretadas na Tv Tupi por Eva Wilma no início dos anos 70.
SELTON É TELECINE
O terceiro filme é 'Jean Charles'. Uma história real e recente, ocorrida com um brasileiro em Londres ainda sem final certo e exaustivamente exibido na imprensa. Ele foi morto pela polícia londrina logo após alguns ataques terroristas.
O grande destaque deste é o sensacional Luis Miranda. Baiano, negro, e com passagens respeitadas por grupos de teatro paulistanos como o Teatro da Vertigem e o princípio do Terça Insana, teve boas realizações no cinema, particularmente como o enfermeiro de Rodrigo Santoro em 'O Bicho de Sete Cabeças' e visibilidade na televisão em horário nobre no seriado 'Sob Nova Direção' de Heloisa Perrissé onde contracenava com a autora, Ingrid Guimarães, Luis Carlos Tourinho e o ótimo Otávio Muller.
Alex, é primo de Jean Charles interpretado por Selton Melo. Eles dividem apartamento na periferia com mais uma amiga e o filme começa com a chegada da prima de Jean, Vivian, interpretada por Vanessa Giácomo.
Nos primeiros momentos o filme mostra um 'Jean - Jesus', ou seja, salvador de todos, resolvedor de problemas de todos, amigo de todos, bem quisto e visto pela comunidade. Um benfeitor. Até que, como todo Jesus, Jean encontra seu Judas, na forma de uma brasileira do tipo loura de exportação, que promete lhe ajudar com serviços clandestinos. As coisas começam a degringolar.
Como filme, sem novidades. Roteiro previsivel. É televisão na tela grande. Filme feito para veiculação e público de tv. Está na sala escura ocupando espaço de outros que por falta de orçamento não tem condições de estar ali infelizmente.
De qualquer forma Selton Melo, nosso objeto de pesquisa, encara o filme de forma séria e verdadeira. Mais uma vez, surpreende.
SELTON É QUENTIN TARANTINO (Pra finalizar):
http://www.youtube.com/watch?v=op4byt-DtsI
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