sexta-feira, 30 de abril de 2010

Caquejando...

Tem um poeta que é o Caco Pontes. Gosto muito dos textos dele, ele é da Praça Rúsvel e tem insights sensacionais. Esse aqui é um deles:

" Xadrez, ou o confessionário do peão

Enquanto vocês querem pegar o rei
Eu quero é comer a rainha"

sábado, 24 de abril de 2010

Coisas fantásticamente verdes!

Negócio é o seguinte mulherada: cada absorvente descartável utilizado por nós 'naqueles dias' demora cerca de 100 anos para se decompor na natureza. Além do que, são feitos de algodão, cuja plantação utiliza uma série de agrotóxicos totalmente ofensivos à saúde de quem cultiva.
Há uns meses (por isso demorei para publicar isso aqui, estava em fase de testes), descobri a ONG Ipema em Ubatuba que fabrica absorventes ecológicos. Calma! Não é a antiga 'toalhinha'. São sim feitos de pano. Na verdade as 'toalhinhas' ficam envoltas em uma capa também de pano. Eu sei que esse tecido também é feito de algodão, mas, calcule a quantidade de algodão para confeccionar os absorventes que se gasta em apenas um ciclo e o quanto se gasta para a confeccionar os ecológicos que são reutilizáveis.
Sim, reutilizáveis e é aí que está a vantagem. Deve-se deixar um balde d´água sempre a postos. A cada troca você deixa o utilizado de molho (apenas em água) por algumas horas. Depois lave-o normalmente (como se lavaria roupa íntimas) e é isso. Sai tudo, é maravilha, você preserva o planeta!
Há quem diga sobre possíveis infecções e tal, mas, basta ser higiênico que não tem problema nenhum. Segue aqui alguns links de especialistas no assunto falando sobre isso. Eu aprovei!

- Os absorventes ecológicos (Blog Verde)
- O Diário de Pernambuco - Meio Ambiente

E já que estamos verdes....

Sabe aquela sacola 'sustentável' que eu tenho certeza que você tem, mas, muias vezes se esquece de utilizar? Então, mais um incentivo para deixar de usar a sacola plástica é o projeto 'Eu recusei'. Dê um clique a cada recusada!

Eu recuso!

Marofe verde!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

2+2=5

Quando você me ouvir cantar, venha, não creia, não corro perigo.Digo. Não digo. Não ligo. Deixo no ar. Eu sigo apenas porque gosto de cantar. Tudo vai mal, tudo.
Tudo é igual, quando eu canto eu sou muda, mas, eu não minto. Não minto! Estou longe e perto, sinto alegrias, tristezas e, brinco meu amor! Tudo envolta está deserto: tudo certo! Tudo certo como dois e dois são cinco.
Quando você me ouvir chorar, tente, não cante, não conte comigo. Falo. Não calo. Naõ falo, deixo sangrar. Algumas lágrimas bastam pra consolar, tudo vai mal, tudo. Tudo mudou, não me iludo. E contudo é a mesma porta sem trinco, é o mesmo teto, é a mesma lua a furar nosso zinco, meu amor.
Meu amor, tente passar pelo que estou passando agora. Tente apagar esse seu novo engano. Tente me amar pois estou te amando, baby. Eu te amo! Eu nem sei se eu te amo.
Tente usar a roupa que estou usando, tente esquecer em que ano estamos, arranje algum sangue e escreva num pano, baby: te amo! Rasgue a camisa. Enxugue meu pranto como prova de amor. Me mostre seu novo canto! Escreva num quadro, em palavras gigantes: baby te amo!
Tente aprender tudo o mais sobre sexo, pega meu livro, querendo, eu te empresto. Se intere da coisa sem haver engano, baby. Te amo! Nem sei se te amo!

Um mix de Gal, Melodia e o Rei, claro!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Família!



"Antes de morrer, nossa mãe me pediu para jurar por Deus que eu cuidaria de Miguel como se fosse um filho. Eu jurei. Assumi essa cruz. Ele é músico, boêmio. Vive dizendo que eu sou da Opus Dei e ele, da Opus Night."

Sebastián Piñera,(foto) presidente do Chile, sobre o irmão que no momento está em Buenos Aires participando de um equivalente a Dançando com as Estrelas

domingo, 18 de abril de 2010

Hein?

Ele disse:
-Vâmo?
E ela queria ter ouvido:
- Tiâmo!

sábado, 17 de abril de 2010

Que cheirinho!!!

Essa história aconteceu com D.B., jornalista renomado de um grande jornal em São Paulo, meu amigo há tempos. Não é de hoje que implico com pessoas que entram nos ônibus de viagem e vão direto ao banheiro! Com o ônibus parado! Não dá pra ir na rodoviária não? Ah! Não gosta? E porque que eu e mais 40 pessoas temos que gostar de praticamente ouvir quem está na 'casinha'?
Bom, esse meu amigo (que não sou eu!) estava indo para Assis, uma cidade no interior do estado de SP, a cerca de 8 horas no coletivo. O que, pensou ele, compensa, afinal, você pode ir dormindo, lendo e tudo muito confortável.
Lêdo engano!
A mensagem que ele mandu para a irmã, também D.B. enquanto essa fazia uma caminhada matinal comigo, dizia assim:
" (sic) Putz! Isso aqui tá insuportável! Um velho 'cagou' no banheirinho do busão! Tá matando todo mundo aqui dentro! Um gritou assim: 'Não sabia que podia levar defunto no ônibus!'. Não tem condição de ficar aqui dentro! E o cagão ainda falou assim: 'Não sabia que não podia!'".
A solução foi fazer uma parada de emergência na cidade de Araras para que o banheiro fosse limpo!
Olha a situação!
Previna isso! Estou aqui iniciando a campanha: 'Vai viajar mas não vale cagar!'
Isso dá marofa!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Clandestino!

Sozinha vou com minha dor e com meu karma, fugir é meu destino, sempre marginal. Perdida no coração dessa grande babilônia, eu sou clandestina por não ser legal. Sou como uma arraia no mar ou um fantasma na cidade, minha vida é proibida, dizem as autoridades. Mano Negra clandestina, africano clandestino, peruano clandestino, boliviano clandestino, nordestino clandestino, carioca clandestino, paulistana clandestina e a salsinha ilegal!
Adaptação do Mano Chao!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Amor, Festa e Devoção! E DEVOÇÃO!!!!

Quase uma entidade. Alguma coisa tem. Jesus Cristo tinha, Gandhi tinha, Osho tinha, aquela indiana dos abraços tem... Maria Bethânia e Roberto Carlos tem. Uma áura, quase uma religião! Sou seguidora de Maria Bethânia! Com amor, festa e... devoção!
Me arrepia. Sua voz me arrepia. Especialmente em shows e no CD 'As canções que você fez pra mim' onde ela só canta as músicas do Rei.
Pouca gente sabe, mas, foi ela quem primeiro trouxe Caetano Veloso para o Rio de Janeiro. Ele, por ter afinidade com a irmã caçula, foi o escalado pela família para vir acompanhá-la quando foi convidada a subistituir Nara Leão e Suzana de Moraes no espetáculo 'Opinião' com Zé Keti e Oduvaldo Viana Filho. Ali interpretou a famosa 'Carcará' (aquele que pega, mata e come) e deixou sua voz nacionalmente conhecida pelas várias gravações do espetáculo que foi censurado e proibido pela ditadura militar vigente na época (1968). Caetano era o irmão de Bethânia.
Um produtor que eu não lembro qual exatamente percebeu nele um cara cultíssimo e o convidou para participar em um quizz na televisão (acho que era o Flávio Cavalcanti). Dali teve oportunidade e visibilidade para inscrever suas músicas nos festivais de MPB da época até que estourou com 'Alegria, Alegria' (ou 'Caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento...').
Virou então Caetano Veloso. O resto, é história.
E Bethânia sempre foi d emenor alarde mas de igual ou maior importância. Como ela mesma disse 'se Deus me deu o dom de cantar, eu vou ecoar', logo depois de anunciar que cantaria 'Senhora' de autoria de Caetano.
Outra característica interessante de Bethânia é recriar interpretações para músicas populares. Sua versão de 'É o amor' de Zezé de Camargo já é um clássico que leva o público ao delírio principalmente pela humildade em cantar uma música de cunho sertanejo o que é tido pela 'inteligentsia' como um gênero menor. Desta vez ela mais que inovou, no meio desta, interpretou.... como só ela sabe fazer.... não vou falar! Assistam ao videozinho que vale a pena. Pela interpretação! E por ser Bethânia!

Só marofe!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Não inventa!


'Programa Casé: O que a gente não inventa não existe', documentário de Estevão Ciavatta sobre Ademar Casé, avô da atriz Regina Casé me deu sono no seus 2/3 iniciais. Não só em mim, mas em boa parte da platéia do Espaço Unibanco na Rua Augusta na sessão deste 13/04/2010 às 21h na Sala 1. Foram diversos 'piscadões' até eu resolver ir no banheiro 'inventar' um xixi para acordar e ... adivinhem em quem eu quase dou de porta? Não, não é o Ademar em pessoa porque senão eu não estaria mais neste plano. Regina Casé, a própria, que confessou na abertura ter assistido ao filme que o marido fez sobre o avô apenas uma vez três dias antes desta sessão. Ou seja, a pessoa estava assistindo um documentário que o marido fez sobre a família dela e já tava lá inventando um xixi.

Com certeza tava inventando porque o meu xixi travou na hora 'h' por eu ter encontrado a celebridade nessa situação íntima, mas, deu uma boa enroladela na pia que isso deu pra sacar. De volta ao meu lugar o filme pouco tinha progredido. Dos 80 minutos de duração, cerca de 55 são de imagens feitas pelo próprio Ademar nas décadas de 30 e 40 quando alucinado por tecnologias comprou uma 16mm. Me parece que é isso pelo menos.

O filme começa com longos depoimenteos de Ademar, o que cansa, pois, a princípio, eu não sei quem ele é. Aliás, continuo não sabendo. Sei sim que foi um pioneiro do rádio e que tinha um programa popular. Mais que isso sei que foi pioneiro em publicidade e mídia mesmo sem saber que o que ele fazia mais tarde se chamaria de Marketing e que ganhou muito dinheiro com isso. Tipo um Samuel Klein das Casas Bahia.

O documentário tem imagens interessantes para quem se interessa pelo cotidiano de outrora, uma Avenida Rio Branco vazia no centro do Rio, Recife antigo, os cafés, enfim, toda a atmosfera em preto e branco. Então fala-se das migrações da família Casé até chegar no Rio no início dos anos 20 e, sei lá como, Ademar virou locutor e sei lá como, pela criação de uma propaganda para uma padaria no Botafogo ficou rico. Tenho certeza que não foi assim mas, é assim que o filme conta.

Os depoimentos pouco importam, não interessam, não acrescentam. O principal não foi falado: é um documentário biográfico e eu sai do cinema sem saber quem é o personagem, a menos que ele gostava de ser rico e não tinha muita cultura. Teve um programa de rádio que depois foi para a tv. Com? Não sei? Que programa era? Se chamava programa Casé e no início houve uma tentativa de divisão em popular e erudito que não deu certo partindo para o popular.

Qual o jingle? Não sei. Dizem que Ademar foi o inventor destes, mas, o de seu próprio programa acho que não mostraram.

Cheguei em casa e perguntei para minha avó de 90 anos sobre o personagem. Culta e tendo vivido na época, ela o conhece apenas de nome e, nao sabe do tal 'Programa Casé' que diziam fazer tanto sucesso. Mesmo tendo morado no Rio de Janeiro (em Niterói) na década de 1940.

Acredito realmente que tenha sido uma pessoa importantíssima para a mídia nacional, mas, acredito mais ainda que temos aí um tema interessante sem foco, sem linguagem e desperdiçado por mais que tenha boa qualidade técnica. Não etendi nem mesmo a frase que dá título.


Classificação por marofa:

- Vai fumar salsinha!

Não sei se estou pirando... ou as coisas estão melhorando

Acabo de chegar de uma sessão do Festival 'É Tudo Verdade' que traça um panomarama atual do filme documentário no mundo e principalmente na América Latina. Sempre frequentei essa mostra cujo curador é Amir Labaki uma pessoa que pensa cinema e vive o cinema idependentemente de seu glamour. Zita Carvalhosa que é curadora do Festival Internacional de Curtas pensa da mesma forma, aliás, os dois já foram casados e tem uma filha em comum. Dos grandes festivais de cinema aqui de São Paulo, a Mostra Internacional e talvez o Festival Mix Brasil completem os de maior renome. No entanto, Amir e Zita realmente vivem o cinema e não de seu glamour.

Em parte pela crise financeira mundial e em parte pela crise criativa os festivais tem diminuido sua demanda. Não saberia dizer se sua qualidade, mas, com certeza sua quantidade de sessões. Acredito que seja isso, afinal, há não muito tempo atrás vínhamos numa toada de documentários excelentes das safras de João Moreira Salles ('Nelson Freire', 'Santiago', 'Entreatos', 'Notícias de uma guerra particular'), do renascimento de Eduardo Coutinho ('Edifício Master', 'Jogo de Cena'), de redescoberta de Jorge Bodansky.... Agora me parece que deu uma cessada.

Me entristeceu o fato do Cinesesc não participar este ano. Me estranhou também, afinal, até o ano passado a sede do Festival era o próprio Cinesesc. Tenho um carinho particular por essa sala que foi quem me ensinou tudo sobre mostras e festivais de cinema. Não sei quem dispensou quem. Não sei sequer se alguém foi ou não dispensado, mas, para as poucas salas que ocupa esse ano, está de bom tamanho pelo número de filmes e debates. Pouquíssimas repetições.

Quase não me interessei por assistir algum, mas, como de praxe e quase por uma obrigação, fui. Escolhi à dedo 'O que não se inventa não existe', de Estevão Ciavatta sobre Ademar Casé, avÔ da Regina Casé, por acaso sua esposa.

Marofe o próximo post sobre esse assunto.

De qualquer maneira, nem que seja para não deixar a mostra morrer, pois, ela e todas as outras precisam existir em prol da cultura, aproveite que é gratuito, selecione um filme e vá! Em todas as salas e centros culturais que ocupa tem outroas opções de passeio onde se pode inclusive tomar café ou ler um bom livro.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Loyolando

Em homenagem ao Dia do Beijo!!!

"1. Foi por causa de uma frase, um olhar, um cheiro, um barulho incômodo, um esquecimento, um gesto brusco, uma comida que deixei queimar, um livro que desmarquei, o tubo de pasta que apertei demais, um brinco de sua avó que estava no meu bolso e perdi, um elevador que encrencou, um carinho que não fiz num dia de carência, ter usado o terrível pijama de bolinha, uma carta que esqueci de responder, um filme vagabundo que te levei a ver, uma mancada sem identificação, a falta de sol, a escolha de uma cor de mal gosto, uma flor que não trouxe, um peido incoveniente, o relógio que parou, uma trepada não dada por cansaço, um copo de cerveja derramado em seu colo, a meia que não combinava, um número de telefone que não soube explicar, um erro no saldo do canhoto do cheque, um ônibs atrasado, um jornal de ontem, um cigarro mal apagado num cinzeiro, os cabelos que deixei no sabonete, uma troca de nomes, o lençol mal dobrado na cama, o silêncio depois de uma reportagem suada, o não ter pego em sua mão no teatro, o olhar inadvertido que lancei, aquela brincadeira de mal gosto, uma fotografia velada, as férias goradas por excesso de trabalho, um programa de tv que não deixei você ver por causa do meu futebol, uma troca de letras, o tanque de gasolina vazio num domingo, uma resposta brusca, uma dormida no seu travesseiro de paina, um palavrão grosseiro, um sabor errado de sorvete, o suco de abacaxi de garrafa em vez do natural no Steinhagen, um assobio agudo nos seus ouvidos, um sapato que rangia, um tropeção no seu pé, uma barata que não matei, os quadros que não pendurei, o ter contado o fim do romance policial, uma tesoura sem corte, as bobagens que comprei no supermercado esquecendo o essencial, o não saber dirigir um balão, a mola do colchão que estourou cutucado sua costela, um embrulho de presente muito mal feito, um bilhete que não deixei, o gás que faltou, ter manchado sua saia nova, a geladeira vazia quando você chegou de viagem, não ter gritado 'saúde!' quando você espirrou, um susto incidental, o ter demorado para abrir a porta, o vinho que não trouxe, o recado que esqueci de dar, um lápis sem ponta, a falta de água num dia de calor, um vestido de que não gostei, ter ficado demais lendo no banheiro, uma gozação inoportuna, uma gargalhada escandalosa num momento solene, uma planta que secou, os óculos embaçados, uma rua que errei, a cara emburrada num dia de mau humor ou um beijo que só veio da boca?

2. Agora, você me odeia?!"

Ignácio de Loyloa Brandão - 'O Beijo não vem da boca'

domingo, 11 de abril de 2010

Carpinejando

"Meu maior medo é viver sozinho e não ter fé para receber um mundo diferente e não ter paz para se despedir. Meu maior medo é almoçar sozinho, jantar sozinho e me esforçar em me manter ocupado para não provocar compaixão dos garçons. Meu maior medo é ajudar as pessoas porque não sei me ajudar. Meu maior medo é desperdiçar espaço em uma cama de casal, sem acordar durante a chuva mais revolta, sem adormecer diante da chuva mais branda. Meu maior medo é a necessidade de ligar a tevê enquanto tomo banho. Meu maior medo é conversar com o rádio em engarrafamento. Meu maior medo é enfrentar um final de semana sozinho depois de ouvir os programas de meus colegas de trabalho. Meu maior medo é a segunda-feira e me calar para não parecer estranho e anti-social. Meu maior medo é escavar a noite para encontrar um par e voltar mais solteiro do que antes. Meu maior medo é não conseguir acabar uma cerveja sozinho. Meu maior medo é a indecisão ao escolher um presente para mim. Meu maior medo é a expectativa de dar certo na família, que não me deixa ao menos dar errado. Meu maior medo é escutar uma música, entender a letra e faltar uma companhia para concordar comigo. Meu maior medo é que a metade do rosto que apanho com a mão seja convencida a partir com a metade do rosto que não alcanço. Meu maior medo é escrever para não pensar."

Fabrício Carpinejar

Esse cara me foi apresentado há algum tempo e ele é do sul, Rio Grande. Me identifico muito, mas, esse texto aí não se trata de uma fase específica deste momento. É apenas um devaneio. Uma tradução de um estado tão comum. Roubei do blog da minha amiga Fabiana Vajman cujo link está nos meus blogs preferidos aqui no site. Leiam. A grama do vizinho é sempre mais verde... a do vizinho da chacrete então, até rebola!

Marofe lendo:

Tweetts do Carpinejar e Blog do Carpinejar

Navegar é preciso

Procurei de todos os jeitos e não encontrei. Google, biblioteca... nada. Talvez seja Clarice, mas, há uma possibilidade de Adélia ou talvez ainda Drummond (acho que não). Existe um poema que o autor diz que dentre tantos leitores de suas palavras, um apenas seja 'atingido', sua missão foi cumprida. Houve diálogo (dia = dois, logos=pensamento), ou seja, dois em um mesmo pensamento. Sintonia. Identificação!
Outro dia voltando para casa tarde da noite, dando carona para uma amiga que, já comentei aqui, está ficando amiga de livros (pois nunca lhe foram apresentados corretamente) e, é leitora do blog, ela me questionou sobre porque não tornar 'escrever' minha profissão, já que, segundo ela, os textos são muito bons, contagiantes e entendíveis, de fácil identificação. Então, lhe disse que primeiramente e infelizmente porque as coisas não são fáceis assim, que o digam os milhões de escritores melhores que eu e que toparam encarar o desafio de... arrolar dividas. Sim, infelizmente mais uma vez, além de mal remunerados (a grande maioria), é a minoria da minoria que consegue publicar livros e viver disso.
A partir do momento que o seu lazer passa a ser uma obrigação já não há mais o frescor, não há mais tesão. E sem tesão, não há vida. E sem vida, não há texto, não há nada. O Jô Soares uma vez, me disse que ele chegou a um patamar raríssimo de lazer remunerado e que esse devia ser o objetivo mór de todo mundo, que todos deviam ter essa sorte na vida.
Na verdade, pra mim, a grande recompensa é que para essa amiga em especial, alguém quase traumatizado de letras (embora inteligentíssima) graças à qualidade dos nossos professores que ensinam decorar e não apaixonar, foi atingida. O que importa é que para essa pessoa tão querida e tantas outras que lêem esse blog e que eu nem conheço, um mundo se abra, mundo esse que para os sortudos como eu, se abriu lá pelos 04 anos de idade quando aprendi a ler e encontrei nos livros grandes amigos. Não importa a idade, a época, o importante é não passar por essa vida sem abrir seus horizontes. Os livros nos levam 'por mares nunca d´antes navegados', é a tal viagem do conhecimento!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

As padarias da minha vida


Aqui em São Paulo é muito comum as pessoas terem o hábito de ir para a padaria para qualquer coisa. Há muito que esta não tem apenas a função de servir alguns poucos tipos de pães. Na França padaria é chamada 'boulangerie' e o padeiro, 'boulanger'. Por ali e para uns aqui, fazer pão é uma arte. E é mesmo. Os mais tradicionais (normalmente franceses) costumam fazer o próprio 'levain' (que é uma espécie de fermentação natural) para suas receitas.
No início do século passado, com grande influência européia, as pessoas mais abastadas economicamente passavam meses e meses em viagens à europa, mais precisamente à Paris que vivia sua Belle Epóque. As viagens eram longas, pois, apenas para ir e voltar era quase um mês de navio. Quando voltavam, os brasileiros sentiam falta da baguete apreciada em terras napoleônicas. Muitos então trazaiam-na 'debaixo do braço' para que os padeiros locais acostumados com pães caseiros ou 'de roça', imitassem, ou tentassem imitar, afinal, passados alguns meses a iguaria chegava em terras tupiniquins velha, dura e um tanto embolorada.
O mais próximo que se conseguiu chegar daquilo é o que hoje chamamos de 'pão francês' e, que na verdade, não existe na França, por lá é a baguete, que só chegou aqui anos depois quando passaram a vir os 'estudiosos' de gastronomia. Muitos aplicaram suas técnicas na confecção deste alimento que teve seu maior markentig quando Jesus Christ - super star, dividiu entre os seus em sua última ceia. O super star por essas bandas pode ser o Benjamim Abhraão.
A padaria Barcelona, pertencente ao 'seu' Benjamin desde 1976 e situada na frente da Faap na Praça Vilaboim em Higienópolis é point das familias com seus carrinhos, pais e filhos voltando do trabalho e do colégio e, lógico, da 'patriciaiada' da Faap. Ali, recomendo o sensacional Pão de Pizza com tomate (fresco ou seco) enrolado. Custa R$ 3,80 e vale cada centavo. Uma boa pedida para a criançada são os pães e docinhos com carinhas de coelho, gatinho, carro que fazem o maior sucesso e estão nas nostalgias de quem cresceu no bairro.
Bem próximo tem a padaria Aracajú. Hoje mesmo o almoço foi feijoada. Segundo meu pai essa era a padaria 'mais simplória' do bairro. Pro meu pai, tudo que é 'simplório' é o melhor. Ao mesmo tempo (porque isso foi no início dos anos 1990), entre nós, adolescentes era conhecida como a 'mais barata', ou seja, 'a mais cheia de barata'.
A Aracajú mudou de mãos e sob nova direção ficou sensacional. Principalmente na parte de refeições rápidas e sanduiches. A grande pedida lá além da Feijuca de 4a. feira é o Sanduiche Primavera. Um sensacional pão integral feito na hora receado com presunto magro, morangos e rúcula, temperado com molho de mostarda. Extraordinário e caro (custa R$ 9,00), mas vale!
Em direção à Santa Cecília, na Alameda Barros quase esquina com a Brasílio Machado, a Padaria Sevilha faz o cliente se sentir em casa. No balcão as simpáticas atendentes que conhecem o bairro todo servem além de salgados feitos na hora sanduiches fresquinhos. Ali, minha pedida é um sanduiche de queijo inas derretido com orégano, tomate e alface no pão francês. De dar água-na-boca! Cerca de R$ 6,00 e não tem nome tem que descrever.

Marofe mastigando!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Já te falei que vou casar?


Aqui em casa a coisa sempre foi assim: quando alguém casa, tem que casar mesmo. Véu grinalda, padre, missa, igreja, festão com direito a tudo. Se não é assim, não casa. Se não casa fica mal falado na família. Morar junto só as almas penadas.

Um ano pelo menos de preparativos, provas de vestido, escolha de quituteiras, buffets, igrejas. Lua-de-mel é fundamental e não me venha com Praia Grande! Choro daqui, lágrimas dali, fotos de infância, recordações, carências e... um frio na barriga sensacional, afinal, em um ano, muita coisa pode acontecer, inclusive o noivo (sim, tem que noivar) ou noiva pode 'se picar', o que já aconteceu algumas vezes. Aí chora-se mais um pouco, traumatiza mais um pouco e depois acha outro(a). Sempre tem um sapato velho para um pé cansado. Não é assim?

E tudo sempre acaba se ajeitando.

O casamento foi inventado na idade média para unir riquezas. Por isso era arranjado. Ganhar terras, tesouros e conquistar mundos. Enfim, o que ainda move o mundo. A diferença é que agora a grande maioria pode escolher com quem, como, porque e quando casar. Digo a grande maioria, pois, ainda hoje, muita gente casa por pressão da família, obrigação social.

Eu, que sou avessa a formalidades, gosto da idéia do quanto mais simples melhor. Assim, uma das minhas melhores amigas que não mora no Brasil (aliás, uma das histórias de amor mais loucas que já vi, afinal, ela tinha visto o cara poucas vezes quando se mudou pro México e isso faz 03 anos), por e-mail ela disse: 'comentei que em junho vamos nos casar?'

É engraçado como algumas pessoas comunicam os passos ou acontecimentos em geral importantes da vida. No caso dessa amiga, tirando que agora ela vira mesmo mexicana, acredito que não vá mudar muita coisa (embora eu queira muito que ela mude para um apartamento maior para receber as amigas).

Lá pelos 15, 16 anos o grande medo é engravidar. Como avisar aos pais e tal? Conheci uma garota que por essa época engravidou do namorado 'persona-non-grata'. Em um almoço de domingo com os pais, o irmão mais velho e a irmazinha à mesa, soltou essa:

- Estou grávida! Passa o arroz?

A mãe enquanto pegava o arroz deixou o queixo cair. Todos em silêncio. Ela pega o prato de arroz das mãos trêmulas da progenitora e completa:

- Ah! E vamos nos casar. O fulano vai assumir tudo!

Olhou a familia estarrecida:

- Bom apetite!

E almoçou como se nada tivesse acontecido. Todos fizeram o mesmo, por falta de opção.

Já uma outra pessoa inacreditavelmente casou a pouco tempo e postou no Facebook uma foto dela com o tal, mostrando o dedo do meio (com a aliança ao lado): 'Para quem não acreditava no nosso amor'.

Perai. Mas ela casou para ela ou para os outros?

Bom, fora todas as piadinhas: 'Casamento é igual submarino, foi feito para afundar, mas, as vezes bóia', 'Casamento é igual è avenida Paulista: começa no Paraíso e termina na Consolação', fato é que é dificil ficar sozinho. Fábio Jr. que o diga.

domingo, 4 de abril de 2010

Ou isto ou aquilo (moderno).

Ou vou ou fico
Ou fico ou namoro
Ou namoro ou vou para micareta
Ou vou para micareta ou assumo

Não sei se assumo
Não sei se vou para micareta
Não sei se fico (e fico)
Não sei se vou (e vôo)

Ou isto ou aquilo!

Que saudades de Cecília Meirelles, onde as opções e escolhas pareciam mais simples!

Perto dos 30 começamos a colher o que plantamos a vida toda. Encontrar um grande amor e ter que escolher entre ficar e assumir um compromisso ou abrir mão e ir curtir mais um pouco a solteirice, já que, bem agora que conheceu sua metade da laranja, virou festeiro vip e, com isso, um monte de rabo-de-saia à disposição.
Ficar com uma ou com seis? Mais vale um pássaro na mão do que dois voando? Mesmo sabendo que os que voam estão mais livres? (e mais sozinhos).
A verdade é que levar o sanduiche para a festa, ninguém quer. Então infelizmente temos que optar. Ou isto ou aquilo!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Mas é por causa do calhambeque... (bi-bi)


Que Roberto Carlos é místico todo mundo sabe. Que eu sou fã incondicional dele, também é sabido (pelo menos pelos leitores deste blog). Que eu arrasto meus amigos para shows e eventos dele também é sabido (muitos viram fãs também, afinal, só quem já presenciou a entrada da orquestra RC9 e o locutor anunciando o Rei, entende essa paixão).

O que pouca gente pode ter percebido é o poder premonitório que Ele possui. Só pode ser! Afinal, quando Erasmo Carlos apresentou ao colega ainda, Roberto Carlos, uma versão em português da música 'Road Hog', ninguém imaginou que um rock poderia ser feito em português e muito menos que faria sucesso falando de um 'calhambeque...'.

Pois fez e passados 50 anos do tal calhambeque, além de diversas promoções com réplicas do carrinho (carrão), uma exposição sensacional está montada na Oca no Parque do Ibirapuera em São Paulo para homenagear aquele garoto que perdeu uma perna em um acidente de trem, o filho da D. Laura que nasceu em Cachoeiro do Itapemirim no Espírito Santo e depois de ir em busca de reconhecimento no Rio de Janeiro, em menos de dois anos protagonizava uma reviravolta musical e cultural em nosso pais em plena ditadura militar, levando milhares de adolescentes à loucura nas velhas tardes de domingo no teatro da TV Record, quando ao lado de seu irmão camarada Erasmo Carlos e de sua ternurinha Wanderléia, estourou na Jovem Guarda.

Mas não é por causa dele, foi aquele calhambeque. Aliás, se não fosse aquele calhambeque que parou na contramão, hoje ele não estaria comemorando 50 anos de carreira como o maior nome da musica popular brasileira de todos os tempos.

De que valeria o céu azul e o sol sempre a brilhar se não tivéssemos Roberto Carlos para tornar nossas vidas um pouco mais bregas e românticas, afinal, 'se as cartas de amor são bregas, brega é quem nunca escreveu uma carta de amor' (Carlos Drummond de Andrade). E é isso que ele fez esse tempo todo. Traduziu o intraduzível.

Mas é por causa desse calhambeque....

Bye!


Marofe em ação:


Observe que desde a exposição sobre Bossa Nova no ano passado (2009) a Oca e o Itau tem uma excelente parceria em levar exposições incriveis, populares, inteligentes, interativas e extremamente educativas e de bom gosto por um valor 'até que acessível'. Não perca!