terça-feira, 6 de abril de 2010

Já te falei que vou casar?


Aqui em casa a coisa sempre foi assim: quando alguém casa, tem que casar mesmo. Véu grinalda, padre, missa, igreja, festão com direito a tudo. Se não é assim, não casa. Se não casa fica mal falado na família. Morar junto só as almas penadas.

Um ano pelo menos de preparativos, provas de vestido, escolha de quituteiras, buffets, igrejas. Lua-de-mel é fundamental e não me venha com Praia Grande! Choro daqui, lágrimas dali, fotos de infância, recordações, carências e... um frio na barriga sensacional, afinal, em um ano, muita coisa pode acontecer, inclusive o noivo (sim, tem que noivar) ou noiva pode 'se picar', o que já aconteceu algumas vezes. Aí chora-se mais um pouco, traumatiza mais um pouco e depois acha outro(a). Sempre tem um sapato velho para um pé cansado. Não é assim?

E tudo sempre acaba se ajeitando.

O casamento foi inventado na idade média para unir riquezas. Por isso era arranjado. Ganhar terras, tesouros e conquistar mundos. Enfim, o que ainda move o mundo. A diferença é que agora a grande maioria pode escolher com quem, como, porque e quando casar. Digo a grande maioria, pois, ainda hoje, muita gente casa por pressão da família, obrigação social.

Eu, que sou avessa a formalidades, gosto da idéia do quanto mais simples melhor. Assim, uma das minhas melhores amigas que não mora no Brasil (aliás, uma das histórias de amor mais loucas que já vi, afinal, ela tinha visto o cara poucas vezes quando se mudou pro México e isso faz 03 anos), por e-mail ela disse: 'comentei que em junho vamos nos casar?'

É engraçado como algumas pessoas comunicam os passos ou acontecimentos em geral importantes da vida. No caso dessa amiga, tirando que agora ela vira mesmo mexicana, acredito que não vá mudar muita coisa (embora eu queira muito que ela mude para um apartamento maior para receber as amigas).

Lá pelos 15, 16 anos o grande medo é engravidar. Como avisar aos pais e tal? Conheci uma garota que por essa época engravidou do namorado 'persona-non-grata'. Em um almoço de domingo com os pais, o irmão mais velho e a irmazinha à mesa, soltou essa:

- Estou grávida! Passa o arroz?

A mãe enquanto pegava o arroz deixou o queixo cair. Todos em silêncio. Ela pega o prato de arroz das mãos trêmulas da progenitora e completa:

- Ah! E vamos nos casar. O fulano vai assumir tudo!

Olhou a familia estarrecida:

- Bom apetite!

E almoçou como se nada tivesse acontecido. Todos fizeram o mesmo, por falta de opção.

Já uma outra pessoa inacreditavelmente casou a pouco tempo e postou no Facebook uma foto dela com o tal, mostrando o dedo do meio (com a aliança ao lado): 'Para quem não acreditava no nosso amor'.

Perai. Mas ela casou para ela ou para os outros?

Bom, fora todas as piadinhas: 'Casamento é igual submarino, foi feito para afundar, mas, as vezes bóia', 'Casamento é igual è avenida Paulista: começa no Paraíso e termina na Consolação', fato é que é dificil ficar sozinho. Fábio Jr. que o diga.

3 comentários:

  1. Sempre achei que os casais que menos exibem o seu amor para os outros, são os que mais se amam... Acho que vemos o amor nos pequenos gestos dos dois e não nas exibidas e grandiosas declarações (não que ele não esteja ali também, mas sempre me parece mais honesto nos pequenos gestos). Concordo que quanto mais simples o casamento melhor... E por isso tenho certeza que a nossa querida amiga e seu mexicano serão muito, muito felizes!

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  2. Já dizia uma tia minha..."Dance conforme a música"...

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