terça-feira, 26 de maio de 2009

Sentindo.

UM

VISÃO

DOIS

AUDIÇÃO

TRES

OLFATO

QUATRO

TATO

CINCO

PALADAR

SEXTO (O QUE EU MAIS GOSTO)


INTUIÇÃO !


(escrito - 26 de maio de 2009)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Denovo…

“coração

PARA CIMA

escrito embaixo

FRÁGIL” (Paulo Leminsky)


Olhando, cheirando, tateando, esperando, acalmando, apaixonando?

E há quem diga que é a melhor fase…


(escrito - 24 de maio de 2009)

A boca do céu

“Gente, é mesmo, né? São Paulo não tem horizonte!”

“Não, não tem. É só prédio mesmo”.

“Por isso que tem uma praça que chama Praça do Pôr-do-Sol? Porque lá dá pra ver o horizonte com sol se pondo?”

“Mais ou menos”


Esse foi o diálogo que tive ontem com minha amiga querida Amanda Bonan, carioca em visita à Terra da Garôa, e que conheci na Ilha de Fidel. Onde os horizontes também são limitados.


(escrito - 18 de maio de 2009)

Eu só saio dessa cama…

“Chore seu sorriso louco, vista sua delicadeza.

Sinta seu corpo em chamas.

Em chamas.

(…)

E vamos delirar!

Diga delicadamente.

Diga pra mim o qu pega.

Não se apegue ao passado.

E vamos delirar!

(…)

Sonhe com alma clara. Faça de conta que vai tudo bem.

Eu só saio dessa cama, quando você me disser, decidida, que me ama!

Eu só saio dessa cama, quando vocême disser, decidida, que me quer!

E me ter …

E eu quero, é, eu quero só você!

Eu decidi ficar!”


Essa poesia louca e do caralho é de uns caras fodas que atendem pelo nome de Cérebro Eletrônico.

Sempre acreditei que a liberdade termina onde começa liberdade do outro e, se todos ficarem a sua, não incomodam, não atrapalham e não enchem o saco. Naquela hora que todo mundo da balada já tá com cara de Lindsay Lohan, é melhor dar no pé. A coisa vai começar a ficar trash.

É um viadinho que se empolga na coreografia e sincronizadamente bate nas suas costas, o que acaba por fazer que você, puta da vida, mude de lugar. E olha que aquele lugar estava ótimo, não fosse o veado, que tinha como companheira de dança uma dessas moderninhas. Os dois lógico crentes que estavam na pista de Dirty Dancing e que toda a balada ia achar lindo os dois dançando muuuuito e ia aplaudir e sair dançando feliz junto. A câmera sobe com a grua e distancia da festa que continua feliz para sempre!

Hello! A vida não é filme e você não entendeu!

Acho que sensação pior que essa só quando você sente uma bunda gorda se encostando na sua. (Me desculpem, mas, quase sempre essas bundas são gordas, porque as bundinhas conseguem manter-se em volta de seu diâmetro próprio). Meta real galera! Mais um passinho para o lado.

Tudo é questão de saber se colocar. E de timing! A vida é timing!

Timing pra escolher seu canto na balada. Timing pra sacar quando um não quer e então dois ou mais não brigam. Timing pra pular fora. Timing pra pular dentro. Timing pra sacar a hora mesmo indecidida de sair da cama. Tendo ou não ouvido: ‘Eu te amo!’.

(Timing pra decidir ficar).


(escrito - 17 de maio de 2009)

Puxa…

Que coisa, não?

Hoje achei uma música muito legal que se chama Cecilia Ann e é do Pixies.. que coisa, né? Minha irmã acho que nem sabe da existencia do Pixies… (Guegué, vc conhece o Pixies?) e o nome dela é Ana Cecília. E, vamos combinar, que Ana Cecília não é Daniela… ou Camila … ou Angie… ou Sílvia …. ou mesmo Kátia Flávia. Mas tem uma música de pirar, com o nome da minha irmã que quase não pira…. que coisa, não?


(escrito - 15 de maio de 2009)

Não é o meu, é o seu!

Que mesas de bar guardam segredos e surpresas não é novidade. Até eu que não tenho alto teor etílico costumo ter minhas particularidades com elas. De bar em bar (afinal, quem não tem mar corre pro bar), vamos construindo amizades das mais diversas. Do manobrista do vallet que torce para o mesmo time que você e portanto em dia de vitória é dia de desconto (ainda mais se seu carro for colorado também) ao staff.

Em uma só noite o mesmo cenário pode presenciar dois encontros completamente inesperados ambos surpreendentes. Um aniversário comemorado com um bota-fora. Os dois irmãos com amigos em comum em torno de um amontoado de vinte pessoas em forma retangular.A irmã numa ponta e o aniversariante na outra, assim poderiam atender a todos.

Eis que o ser indesejado por uma das convidadas entra no local, cinicamente a cumprimenta deixando-a boquiaberta e em uma atmosfera com gravidade mais pesada. Passa pela irmã e segue para o aniversariante. Esta, a irmã, olha imediatamente para a pessoa em choque e se explica, tentando evitar maior constrangimento, de que o convite não partiu dela, e sim dele, do aniversariante, que está tendo um caso com a fulana.

Desculpas e mais desculpas. Tudo bem, sem culpas, mas, com o ar pesado, os incomodados que se retirem. Bar seguinte, mas, não se preocupe, não é você, sou eu.

Tem aquele bar que é tão sua casa que você não consegue ir para casa, por mais tarde que seja, se dar uma passadinha. Ali, os amigos começam a aparecer ainda do outro lado da rua. Chama um, chama outro. Mesa pronta. Tres amigas e o namorado de uma delas. Até que em uma olhada um pouco mais apurada…. uma reconhece um rapaz.

Questiona para outra se não é o rapaz que ela teria flertado meses antes. A indagada jura de pé junto que não. A indagante fica com a pulga atrás da orelha. Tinha certeza que era ele. Lembrava perfeitamente. Minutos depois o rapaz se levanta e a indagante novamente diz ter certeza. Ainda com duvidas, a que deveria ser principal interessada, toma a frente da discussão e desafia a curiosa a perguntar ao moço qual o nome dele. Convite recusado. Mais uns minutinhos e o amigo do fulano é abordado ao passar pela mesa delas (e do namorado da terceira, que por ser das antigas, ouve todo tipo de abobrinha feminina).

Comprovado beltrano era ciclano. ‘Mas nossa! Ele engordou em poucos meses!’, ‘Peguei bem, hein? Ele ficou melhor, não ficou?’. As recordações de pouco mais de uma semana de affair recordaram à curiosa que ela reconhecera um amigo dele quando este convidou a amiga para ir à um…bar! O amigo do cara seria o blind date. Não rolou. Eram amigos de infancia. Então, como quem gosta de passado é museu, um terceiro amigo naquela noite foi apresentado e , ao que constava da memória da esquecida do flerte, a amiga havia passado momentos interessantes com seu novo date.

Quando uma mulher conhece alguem seja lá onde for, as amigas em volta tem uma lista mental de check-up, visceral e inevitavel à qual inconscientemente o coitado passa. Cabelo assim, dente assado, roupa tal, jeito de não sei que, acho que tem pau pequeno, etc. A pessoa envolvida é dominada por uma hipnose quando se deixa levar. Sabe olfato, tato, paladar e audição. Visão é exclusivamente das amigas. Que são quem vai lembrá-la depois.

A questinadora, preocupada com o da outra, nem lembrava de seu próprio que como fosfosol veio à memória da primeira. A grande desculpa afinal é que se beija de olhos fechados e a grande culpa, quase sempre, é da mesa de bar.



(escrito - 08 de maio de 2009)

CADA UM TEM O JACKSON QUE MERECE??

Jackson Michael de Castro e Silva tem dezessete anos, nasceu em janeiro de 1991, sendo filho de pai e mãe juntos e morador do Irajá, um bairro classe média não tão pobre como outros da região, na baixada fluminense.

Negro estilo Bronx de cor bem homogênea e escura, alto, magro (mas não esquelético), bem vestido, o rapaz poderia ganhar um belo ‘parabéns’ numa baladinha high society. Poderia bem se aproveitar do lado bom da beleza estética para mudar seu padrão de vida, mas, pelo menos no próximo mês Jackson não dará sequencia a isso. Nem a nada mais.

A escola foi interrompida antes da conclusão do Ensino Fundamental, dentre suas companhias, a de uma garota não identificada, grávida, não se sabe se ela tem ou não uma relação com Jackson e se ele pode ou não ser pai do filho dela. Aliás, não se sabe nem se ela realmente está gestante.

Nossas vidas se cruzaram na Avenida Presidente Antonio Carlos com a Rua Nilo Peçanha no centro do Rio de Janeiro num inicio de tarde de domingo quando eu caminhava em direção ao Centro Cultural Banco do Brasil na Avenida 1º. de Março a um quarteirão dali. Fui abordada de forma surpreendente: eu saindo da Maison de France e ele provavelmente tendo acabado de atravessar a Avenida em frente ao Tribunal de Justiça.

“Passa a bolsa!” – disse ele segurando meu pulso e puxando a bolsa do meu ombro direito por baixo do meu braço que a travava.

A bolsa que eu ganhei da Lucia e é da 32ª. Mostra de Cinema eu não larguei um segundo sequer. “Passa a bolsa, solta! Solta!” ele falava e eu retrucava: “Que solta a bolsa o quê, moleque!” e ele insistia: “Encosta aí! Eu to armado, eu tenho uma pistola aqui!”

Não sei o que acontece comigo nessas horas. Sei que a indicação máxima e geral é: entrega tudo! Mas, acho que é instinto ou genética (porque minha mãe faz a mesma coisa) que imediatamente olhei para as mãos de Jackson e ambas estavam livres. Dei uma olhada geral na cintura e nenhum volume. Tive vontade de brincar com a palavra ‘pistola’, juro, mas me contive e disse: “Que tá armado o quê, moleque!” e ao repuxar minha bolsa, ele me rodopiou.

Como num cabo de guerra, no meio deste ‘rodopio’ vi de canto de olho um segurança inerte na porta do edifício garagem, na esquina de onde tudo ocorria e pensei gritar. Soltei um “Eiiii” e imediatamente surgiu uma carioca do estilo ‘marrenta’ me mostrando a palma de sua mão: ‘Si tu gritá ti encho di porrada!’, ‘Quebro a tua cara branquinha!’ e eu falei então: ‘Ok, deixa eu pegar meus documentos, deixa eu pegar meus documentos!’.

Foi neste momento que ela (então já era ela quem segurava a bolsa, Jackson só observava e me intimidava) relaxou um mínimo, ou, se distraiu com o barulho de sirene que eu também ouvi e então puxei minha bolsa retomando-a para mim e sai correndo atravessando a Avenida. Graças que não fui atropelada.

Corri para a viatura que caiu do céu e disse aos policiais que já estavam descendo do carro com arma em punho: ‘Corre! Ali! Aqueles dois ali tentaram me assaltar!’ e imediatamente saíram correndo atrás do casal que caminhava de costas para nós calmamente tentando disfarçar. A rua estava deserta e ao perceber que estavam sendo seguidos, tentaram fugir. Pegaram primeiro ele, dois policiais o algemaram imediatamente enquanto ela gritava primeiro ‘marrenta’: ‘Tô grávida! Num mi bati!’ e em seguida se fazendo de vítima ‘Solta o meu marido moço! Ele não fez nada! A gente não fez nada!’ e virava-se para mim, que tive que ficar cara a cara com eles para dar o flagrante policial: ‘Senhora (com a cara mais coitada do mundo), a gente só foi pedir trocado, num é? Fala pra eles senhora!’ e ele, Jackson: ‘Eu fiz alguma coisa pra senhora? Eu não fiz nada pra senhora.’, quem os visse naquela situação ia me achar uma ‘carrasca’ e não duvido que racista. Com certeza diriam que é porque são pobres e negros e eu tive um ataque de peruísse.

O pior foi a cara de pau de me dizer essas coisas me olhando na cara, querendo ‘tipo’ conversar. Gente, na boa, vai tomar no cú! Vai tomar no cú! Esse bando de filho da puta que rouba e assalta (tenho certeza que tinha droga envolvida nisso) e se faz de coitado. Aí vem essa porra de merda de Direitos Humanos em cima e pra salvar os coitadinhos. De boa! Não dá pra acreditar.

Bom, fomos todos pra delegacia. 15ª. DP na Central. Foi então que descobri que Jackson é menor e sua acompanhante provavelmente não, porem, esta não quis identificar-se, estava sem documentos e tal procedimento será feito apenas amanha via impressão digital e descobrirá tudo sobre ela. Há cerca de quinze dias, o mesmo sargento que deu o flagrante a capturou na Praça XV também no centro do Rio por pequenos furtos, mas o cagão (ou cagona) da vítima preferiu como tantos outros, passar a vida com medo e pânico e não a acusou. Ela fez exatamente como procedeu comigo. Amedrontou a vitima e esta imbecil cedeu, dizendo que não se lembrava direito do que tinha acontecido. É graças a atos como esse que a sociedade está como está.

Sei que é difícil manter a cabeça fria, mas, eu sou mais uma vez a prova viva de que é a melhor forma de agir. Não foi a primeira vez que isso me aconteceu. Estejam certos que quando esses desgraçados estão realmente armados e com a arma carregada eles não brincam em serviço. Conhece: ‘Cão que late não morde’? Quem está armado já chega encostando o cano na sua cintura e aí não tem nem papo. Fato.

Jackson além de estar com as duas mãos livres vestia uma camiseta justa, onde se perceberia qualquer volume extra, sem falar nas bermudas que eram de um tecido leve sendo impossível não identificar uma pistola ali. Se ele realmente tivesse um canivete ou coisa do gênero que pudesse caber em um bolso sem fazer volume expressivo, se realmente o possuísse ele não perderia tempo em não me abordar diretamente com a arma, pois, em uma emergência, o tempo hábil para pegar um canivete ou o que quer que o valha e abri-lo e então utilizá-lo, seria muito arriscado para uma fuga da vítima. Obviamente ele não o carregaria aberto correndo o risco de ferir a si próprio.

Fiquei um pouco angustiada quando vi a garota chegando, pois essa carregava uma ‘sacolinha de supermercado’, onde, ali sim poderia haver alguma arma mais perigosa. Ou de fogo ou simplesmente pedras que fossem atiradas ou utilizar a sacola para me ‘encher de porrada’ como ela mesma falou.

Contei com o fator ‘papai do céu’ e ‘sorte’ claro. Se a viatura não tivesse chegado, eu ia ter que correr muito mais para fugir deles.

Depois da descoberta da menor idade do autor, fomos todos em viaturas separadas à Delegacia especializada em adolescentes. Foi onde descobri o nome dele e vi sua ficha criminal de cinco páginas e um detalhe que me chamou atenção: Estado Civil – Desquitado. Aos dezessete anos. Jackson não era novato ali. Vai completar dezoito anos na prisão de menores e será transferido para a penitenciaria por pelo menos dois meses (já que sua pena mínima será de três meses devido seu triste histórico). Ele irá para audiência em uma semana.

A outra garota, a que se diz grávida, vai fazer exames e amanhã ficará atestado se está realmente grávida, qual seu nome e sua real idade. Provavelmente Jackson não é o pai e provavelmente eles sequer são amigos. Era tudo um negocio. Eles acreditavam que eu era ‘gringa’. Outra quase certeza é que ela é maior de idade e, para escapar da penitenciaria mentiu.

O triste é que se ela realmente estiver mentindo, nada será agravado, o juiz considera pela lei ‘legitima defesa’. Ela pode mentir para tentar se defender. É isso que o Estado ensina: mentir não tem problema.

Agora, o mais triste foi a hora que fui dispensada. Estavam telefonando para os pais de Jackson. Eles iam ser chamados na Delegacia para saber que o filho está preso. Mais uma vez. No entanto, acho difícil um pai e uma mãe se acostumarem com esse tipo de noticia.


(escrito - 08 de dezembro de 2008)

O QUE FOI QUE EU VIM FAZER AQUI?

Era essa a pergunta que não saia da minha cabeça hoje de manhã quando me vi entrando na no teatro da Maison de France aqui no Rio de Janeiro, num domingo. O fato de ser um domingo (graças que domingos no Rio são bem menos deprimentes que os domingos paulistanos) e ser no período matutino até que não estava me afetando. O primeiro momento do questionamento foi ao descer as escadas do teatro e ouvir vozes e sons fazendo vocalizes completos de todas as escalas musicais possíveis e imaginárias. E eu.

Bom, vamos combinar que eu canto. Sim, canto. Mas não sou cantora lírica. Já tive banda e os azulejos do banheiro nunca trincaram. Não por isso. Há uns meses atrás pediram meu currículo para uma audição de musical. Achei esquisito, mas, mandei. Não responderam. Ok, eu nem esperava mesmo. Porém, eis que na semana passada retornaram já com minha data de teste agendada. Eu reafirmei que não era cantora, em vão.

Peguei o Mil e Um ontem no fim da tarde e desci. Cheguei, dormi e as 9h30 de hoje lá estava eu.

Eu sempre achei essa galerinha que sabe tudo de musicais e dança que nem nos musicais e canta como nos musicais um bando de ‘disneyzete’ chatos que não conhecem a própria realidade e deslumbram-se com um mundo que não lhes pertence. Sim, isso é doença. É síndrome da fadinha. É gente que não conhece Chico Buarque mas sabe ‘A Pequena Sereia’ de cor, em todos os tons.

Agora, hoje, estavam ali as exceções. Uma menina (Maira Sabóia) que eu nunca tinha ouvido falar, mas, pelo que entendi por ali, foi comparada à Marisa Monte e carregava consigo um Sogbook do compositor de Ópera do Malandro e Saltimbancos entre outros.

Meu número é (porque embora já saiba qual vai ser ainda não recebi resultado oficial) o 051, uma boa idéia. Aguarda que aguarda. Um vocalize aqui, um bruuuuuuuu ali, um psi-psi-psi ali, exibições mil de todos os lados. A própria Brodway Tupiniquim no mau sentido.

Por fim meu numero e, quem iria começar: eu!

Subi tremula e mostrei a partitura cifrada de ‘I got what I want’ (Grease) e ‘O Meu Amor’ (Ópera do Malandro). O músico, muito atencioso que estava atrás de um teclado, não as conhecia e sugeriu que eu cantasse a capela.

Ok. Cantei bem afinadinha, bem direitinho e até dei umas improvisadas. Sem afetação. Não dei pulinhos, nem risadinhas, nem sorrisinhos, nem fiz jeitinhos. Fiquei na minha. Por outro lado também não fui de salto, tampouco no estilo: mamãe que me vestiu. Si, ainda sou obrigada a aturar isso.

Depois de mim no mesmo grupo. Uma menina muito boa, uma outra metida a ‘Rosana’ (como uma deusa), uma ‘garotinha’ que há muito já passou dos 30 cantando o tema de Ariel, a Sereiazinha, com direito a micro-diálogos e caras e bocas que ela ‘adora!’. Por fim, um tal cujo sobrenome original (Azevedo) foi trocado para Hell. Devo dizer que do pouco ou quase nada que entendo de musicais, eles desafinaram.


(escrito - 08 de dezembro de 2008)

SALVE THIAGO!

Fui no teatro depois de muito tempo de celibato (puxa, como tenho usado essa palavra ultimamente!) teatral. Pode parecer estranho, mas, esse é um sentimento que muitas vezes atinge a classe: tenho preguiça de ir ao teatro.

Sabe por que? Porque morro de medo!

Morro de medo.

Quando abrimos um guia de lazer para pesquisar as peças em cartaz, o que vemos são sempre as mesmas pessoas fazendo os mesmos papeis, sempre os mesmos títulos apelativos e de gosto intelectual, cultural e literário duvidoso (vide mulheres que vão para Marte, ‘pretchecas’ no divã ou pobres pênis infelizes) e o que talvez seja o pior: espetáculos psedo-chocantes, ou seja, gente que acredita que um palavrão e um nu frontal podem realmente causar impacto. Gratuito. Completamente gratuito.

O que me faz lembrar que essa falta de valor implícita é paga monetariamente. E bem paga.

Sou dessas que nem sempre aceita free-pass para ir ver os amigos. Prefiro pedir o dito ‘convite amigo’ que circula na classe, que e nada mais, nada menos que pagar um valor viável, coisa de cinco ou dez reais, para o espetáculo. Infelizmente esse preço é na verdade, para a produção, inviável tantas são as dificuldades.

Bom, fato é que hoje fui ao teatro. A convite da Lú. Minha amiga cultural.

Calígula.

Aliás eu só vi o Calígula. E por motivos vários: primeiro porque o personagem escrito por Camus para ele mesmo interpretar no final da década de quarenta na Argélia mas que acabou estreando com sucesso na França, é interpretado por aquele digamos assim….’parabéns’ do Thiago Lacerda. Acompanho a carreira do Thiago com alguma distancia. Como não sou bitolada nem neocult idiota, assisto televisão normalmente. Obvio então que tenha visto o belo rapaz de muitos metros e um rostinho incrível virar de moleque Malhação a galã da novela das oito e daí a ter tomado um rumo interessante que torna inevitável a comparação com outro bonitinho (‘bem’ bonitinho) Rodrigo Santoro. Podemos dizer que as trilhas são paralelas: um no teatro, outro no cinema.

Vi este Monumento no teatro na peça ‘O Evangelho Segundo Jesus Cristo’ e, junto com a belíssima ‘ok’ Maria Fernanda Candido arrasou e mostrou a que veio. Tem gente, como ele que dá umas ‘tacadas de sorte’ na vida. Não é novidade que Thiago fazia faculdade de administração e que se foi chamado para fazer Oficina de Atores da Globo depois de um desses ‘cursinhos’ de interpretação. Dizem que era apenas para perder a timidez. Quando foi chamado para um teste de personagem (o da Malhação), tinha no mesmo dia uma concorrida entrevista nas etapas finais de trainee na Mastercard. Não foi. Sorte nossa.

E depois disso, abraçou a causa. Não quis ser o bonitinho da TV. Foi atrás. Batalhou e hoje pode-se dizer que seu talento é quase do tamanho de sua envergadura. Vai chegar lá. Fácil fácil.

O mesmo personagem que vi Thiago interpretando com vontade e uma energia incrível no melhor estilo ‘carregar o espetáculo’, foi feito anos atrás por Edson Celulari.

No elenco estavam nomes como a também excepcional Magali Bif que tem décadas de palco e que no programa da peça aparece como ‘atriz profissional formada pela EAD’! (Afff). No entanto só mostra que realmente é ela no segundo ato. Pelo menos no dia de hoje a Magali Biff que eu conheci em Avenida Dropsie só chegou no segundo ato, antes era outra coisa.

Infelizmente Paschoal da Conceição não chegou. Com certeza não deixaram ele vir. Qualquer outro careca poderia estar ali. Assim como os demais atores não comparecem. Em nada. Discursos verborrágicos sem intenção. Intenção zero. Declamação. De-cla-ma-ção. Esquema ‘bocejo de plateia’.

Houve ator até que nitidamente ‘perdeu’ seus adereços nas coxias e entrou atrasado no palco na cena seguinte deixando-o sem rumo e com a cabeça no mundo da lua. Mas não na de Calígula. Talvez em uma das tantas luas de Saturno.Ou é Netuno que tem nove luas? Bom sei lá… em alguma lua por aí…

Esse mesmo estava tão preocupado em ar-ti-cu-lar bem as palavras e ‘pro-je-tar’ bem a voz que senti vontade de lhe dar nota. Que nem em escola de teatro que se faz pecinha de semestre e que o professor lembra os aluninhos antes do inicio ‘lembrem de falar alto, hein! Lembrem que a vovó surda da última fileira tem que ouvir, hein’.

Nestas participações, se destaca um: Ando Camargo, que mostrou a todos o que Stanislavski já dizia: ‘Fulano de tal não é bom ator suficiente para aquele pequeno personagem’. Ando se sobressai. Sabe aproveitar o pequeno (que não é tão pequeno assim) personagem e ‘tomar para si’ a situação fugindo dos discursos retos e monotônicos (viu de onde veio a palavra ‘monótono’?) que nos causam sono como um mantra.

Quanto ao texto não há o que se dizer. Pois se não fere aos ouvidos simplesmente, cumpriu seu papel. Quanto a transmissão de sua mensagem, dependemos mais do aparelho do que da fonte. Quando esse aparelho era bom, com freqüência modulada, acontecia o teatro, quando não, era simplesmente um texto. Não adianta dar excelentes textos na mão de atores ou transmissores medíocres. Tanto Walderez de Barros como Ricardo Macchi (‘Te amo Dara’, lembra?) interpretaram textos de Glória Perez. Vai culpar o autor?

Os cenários assinados por JC Serroni são muito bonitos, mas, mal aproveitados. Transcrições em Frances (!!) ficam soltas já que a historia se passa em Roma. Indiferente quanto ao fato de o original ser neste idioma. Estamos no Brasil, o espetáculo por nenhum momento sequer faz menção à França e não são todos os espectadores que tem a referencia de autor e das origens deste.

A trilha sonora é bem elaborada. Daniel Maia que tem crescido bastante no cenário de trilhas em espetáculos tem cada vez mais acertado a mão. Fora um aparte, que, sinceramente, não acredito ter sido seu o palpite: um final ‘triunfal’ com ‘Je Ne regret des riens’ cantado provavelmente por Cássia Eller. Mais uma referencia francesa? Então porque não Piaf?

Alias, porque essa musica?

Isso sim foi brega. Ilustrativo. Desnecessário. Diminuiu o cérebro dos espectadores. (Para quem não sabe, ‘Je´ne regret des riens’ em Frances quer dizer ‘Eu não me arrependo de nada’)

Ah, só para explicar, o espetáculo é dirigido por Gabriel Villela. Entendeu?


(escrito - 30 de novembro de 2008)

TER OU NÃO TER NAMORADO

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo.

Namorado é a mais difícil das conquistas.

Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão, é fácil.

Mas namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida; ou bandoleira basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.

Quem não tem namorado é quem não tem amor é quem não sabe o gosto de namorar. Há quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes; mesmo assim pode não ter nenhum namorado.

Não tem namorado quem não sabe o gosto de chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.

Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.

Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.

Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, de fazer cesta abraçado, fazer compra junto.

Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.

Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira - d’água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.

Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada, ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.

Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.

Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.

Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.

Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.

Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. ENLOU-CRESÇA.

PS: O texto infelizmente não é meu… É do Arthur Távola. Mas eu estou sem namorado….e prefiro ter….do que não ter….


(escrito - 29 de novembro de 2008)

LAURACENTRISMO - Use com moderação

Na teoria de Mega, Lauracentrismo é acreditar que tudo gira em torno de Laura. Ana Laura. Fazoli. Nenhuma outra.

Não acho esquivo. Ou então, o que seria da vida se ela não girasse em torno de quem a faz? Sim, porque vamos combinar, se você não é protagonista da sua trajetória, quem é então? (Sabe qual é o cúmulo do cooperativismo? Ser figurante da própria vida em função do grupo! Hahaha)

Pelo menos na sua vida você tem que ser a pessoa mais importante. Ou estou errada? Um mínimo de amor próprio, né?

Lauracentrismo é ter cinco minutos e querer ir embora, é não dar voltas para dizer que está com sono e que sim, tá indo nessa e quem quiser carona que venha agora e, ao mesmo tempo topar levar o cara da Augusta para o Brooklin feliz e voltar pra casa na mesma hora que os que ficaram. Ser Lauracêntrica é dizer: ‘tem certeza?’ quando ouve uma informação equivocada (de algum ou alguma querida tendo a absoluta certeza que a pessoa está falando bobagem, porque sim, eu li) e em seguida cochichar: Que burro!

Nesta teoria bastante intensa é fator básico saber onde é a Pinacoteca, ver filmes no Cinesesc, comer temaki no Yoi! de madrugada depois da balada, dançar até cair no Astronete, surtar até cair no Kiaora e encher a cara de sorvete na Hageen Daz da Vilaboim. Os praticantes de Lauracentrismo ouvem ‘Last Night’ do Strokes aos berros no Wander Prata, cantam ‘I Try’ da Macy Gray no transito da Sumaré e sobem a rampa da garagem do prédio ouvindo ‘Rehab’ da Amy ou ‘Fly me to the moon’ de Sinatra e Tom Jobim.

Viver o Lauracentrismo é isso: é ser tudo e nem sempre ser tudo assim. É ser streight com direito a curvas, é querer perto e livre. É ser grande e ser leve.

PS; Uma das praticantes mais assíduas do Lauracentrismo, a teoria irmã e também vigorosa Rafacentrismo entrou na linha hoje direto de Madrid. Minha cuca-dura preferida, via celular, me faz ver o que nossos antepassados já sabiam: o mundo não é plano! Tanto lá como aqui as preocupações são as mesmas, as buscas são as mesmas e até as amigas são as mesmas (né Marina Schchchchcmidt!). As voltas são de 360º.


(escrito - 18 de novembro de 2008)

Estrômbio!

Vódega com abacaxi é um veneno. Não me cai bem de jeito nenhum!

Sempre passo mal com abacaxi!


(escrito - 01 de outubro de 2008)

CONTROLE DE ESFINCTERES!

Gente, na boa…

Eu fico impressionada com essa questão de banheiros em geral. Que espécie de incontinência ocorre nas pessoas, que não se aguentam por algumas horinhas! Há tempos que venho reparando nisso. Primeiro na escola. Impressionante. Aquela molecada não pode esperar um instante. Ainda os menorzinhos, até tudo bem, vai… mas garotada de 7, 8 anos, aí é foda, né …

Pior é que se não vai no banheiro, chora, dá piti, vai contar pra mãe que na escola ‘nunca pode usar o banheiro’, aí a mãe vai lá encher a paciência e saber porque o santo não pode ir no reservado. Ai Cacilda Becker!

Outro é em ambientes públicos. Tipo shopping. Não é um xixizinho rápido não! Juro que já vi neguinha secando cabelo naqueles (inúteis) secadores de mãos, sabe?

Juro!

E na balada então. Pode-se dizer que o estado do WC diz o naipe da balada. No bom sentido. Banheiro muito sujo com uma tiazinha coitada tentando manter a ordem: balada boa. Banheiro limpíssimo e vazio: cai fora que tá miado.
Agora, o que mais me choca e aí eu vejo que este não é um fenômeno de bebedeira e de criança pentelha, é banheiro de ônibus e avião. Galera, só pra avisar, esses banheiros são hiper improvisados e para casos de extrema urgência.

Imagine que estamos falando de um recipiente um pouco (mas pouco mesmo) mais evoluido que uma bacia. Sim, uma bacia. O detalhe é que um monte de gente desconhecida vai lá, deposita suas bacterias e se bobear, nem se sujeita a jogar aquela aguinha, vulgo descarga, para que tudo vá para o mesmo lugar. Ficou com nojo? Então, ainda completo que nesses casos toda essa meleca fica presa por horas e horas junto com você, pois afinal, não circula, ou já existe rede de esgoto para ônibus e avião?

Tá vomitando? Segura essa então, no caso de ônibus estamos falando de você mais até 40 pessoas e no caso de avião, você mais até umas mil pessoas. Aí, eu por exemplo e outras pessoas que quando viajam de ônibus têm que ir nas últimas poltronas para não ver o que o motorista tá fazendo (faço isso desde que conversei com um motorista de ônibus e ele comentou que é normal o condutor ficar sonolento, então, eles estão instruidos a descer do veículo e bater nos pneus ou dar uma corrida para acordar, principalmente nas viagens noturnas enquanto todos dormem….) sofrem com portas que abrem e fecham o tempo inteiro (aliás, elas são dificeis de abrir e fechar propositalmente), pessoas que acordam a gente para perguntar se tem alguém no banheiro (sim! isso acontece! e como é que eu vou saber, se eu estava dormindo?). Quem vai nas últimas poltronas se sente praticamente um ‘Balcão de Informações do Banheiro’.

Voltando do Rio na última segunda feira, um caso típico. Faltavam ainda uns dez minutos para o ônibus sair. Um senhor, não tão senhor assim, com aquela barriga típica e alguns fios de cabelo faltando, entrou no ônibus e imediatamente se dirigiu ao banheiro.

Minha vontade na hora foi falar: - Vem cá meu senhor! Não te ensinaram que esse banheiro é de emergência? Se liga! Num tem banheiro em casa? O ônibus tá parado, ou vai na Rodoviária ou espera a Parada! Sua mãe nunca falou antes de sair de casa se já tinha feito xixi e pegado o casaco?

Acho uma tremenda falta de educação. Parece que viaja de ônibus e de aviâo só pra ir no banheiro.

Banheiro tem que usar é em casa! Cada um com seus micróbios pelo amor de Deus! Ou pelo menos que haja uma interação bacteriana com quem você escolhe para trocar seus bichinhos e não com desconhecidos que compraram o ‘ticke’ pra compartilharem algumas horas com você sem nenhuma opção de aceitação ou reclusa.

Só pra terminar, esse senhor, que não e o único a fazer isso, só nesse trecho Rio-Sampa foram umas 3 pessoas, foi no banheiro mais de 4 vezes. E nem o constrangimento de ter que olhar pra minha cara toda hora o fez mudar de idéia. Ah! Piriri que não era porquê toda essa galera, eu vi, na Parada do ônibus em um Graal (que é adjetivo de bons banheiros na estrada, né Heitor!) não foi ao sanitário!

Vamos controlar os esfincteres!


(escrito - 01 de outubro de 2008)

ITS GONNA BE ALL RIGHT – O KIKE NA OCA

Necessitada de uma marofada!

Se liga na sequência: Feijoada, Criança, Balada boa com sono melhor, Igreja Evangelica, Carro arrombado, Perder a câmera da melhor amiga, Sex and The City graças a Deus!

Tudo isso em inacreditáveis 48 horas e um pouco…

O sábado começou bem, eu, a Rafa e o Rodrigo e a Paulinha fomos comer uma feijoada num boteco bem legalzinho na Vila Mari, o Genuino. Tudo ótimo incluindo o samba das antigas que um grupo de vovôs (sim, de cabelos bem branquinhos) fazia com violão de sete cordas!

Sai de lá e Kike na Oca. Ele aguentou bem a exposição sobre Bossa Nova.

- Bossa Nova?
- É Henrique, aquela da ‘coisa mais linda mais cheia de graça’ e do ‘barquinho’.
- Ah! Mas quem ganhou o jogo? - isso é o Kike: futebol, futebol e mais futebol. E Pietra sua primeira paixonite depois dela ter beijado todos os meninos da classe e da professora ter explicado que nem todos gostavam. Mas o Kike gostou e gamou.

Ao descobrir que só ele da turma tinha voltado de viagem de férias ficou deprimidíssimo no alto de seus quase 5 anos. A festa de 5 anos aliás, vai ter mágico. Ele vai ser o assistente. Mas, para assistente do assistente… Pietra!

Bom, voltado ao ‘barquinho’ e a ‘coisa mais linda’, ele aguentou bem a exposição. Segurou a onda por quase 1 hora quando preferiu ir jogar futebol nas pedrinhas do lado de fora ‘até de noite’. Achei que era mesmo melhor depois de lhe mostrar uma foto do Pelé e do Garrincha na Copa de 62 e perguntar:

- Quem é? - Apontando pro Pelé
- O Robinho! - Respondeu.
- Que Robinho moleque! Esse é o Pelé! E esse aqui? - apontando pro Garrincha… - Kaká! - Pensei: Tá bem, hein Seu Garrincha …

(tem mais …)


(escrito - 22 de julho de 2008)

IT´S GONNA BE ALLRIGHT – CARROSSEL

De noite sai com a Carol Chaves queridíssima. Fomos ao Grazie. Carol cinderela (todas elas são) de cara quebrada e Laura Tenaz colando os caquinhos. Melhor remédio que ‘carrossel, gira e volta ao mesmo lugar, procuro e sei que vou encontrar,..’ Banda Black Rio não há!

Uma sinusite filha da mãe não me deixou respirar a semana inteira. Inteira! Fomos pra balada, retificando, eu, Carol e o Rinossoro! Que a uma certa altura já não fazia mais efeito, o que me causou uma sequencia de espirros e os olhos inchados suficientes para a Carol falar:

"Vamos nessa!" antes das 2h da manhã.

OK, melhor assim. Durmi bem. Acordei respirando um pouco mais. Tudo menos verde.

(segue …)


(escrito - 22 de julho de 2008)

IT´S GONNA BE ALLRIGHT – O DOMINGO DO SENHOR

Estava sossegada mas sempre em busca quando o Mr. P call me. OOOhh!!! Atendo como se este telefonem fosse usual:

- Alô!
- Lau? É o P …
- P…? - Me faço de desentendida - Ah! P…! Tudo bem contigo?
- Tudo certinho! Então, tava pensando o que você vai fazer hoje?
- Não sei … tô sussa. - Respondo na verdade rezando para que ele me faça aquele convite.
- Então, tive pensando, assim, que a gente nem tem falado muito sobre o assunto, né …
- Assunto… - Respondo torcendo para que seja aquele assunto.
- É.. hehehe … sobre espiritualidade.
- ESPIRITUALIDADE??? - Respondo disfarçando minha indignação.

Para encurtar a história, ele me convidou para ir na Igreja dele. Quer saber qual? BOLA DE NEVE CHURCH!! Primeira coisa que eu pensei foi: calma, se controla, o P. é um querido tem bom coração e tem bom … deixa.

Por um segundo me passaram na cabeça todas aquelas vezes que eu me martirizo por uma relação não dar certo, por eu ser tão radical e não aceitar os outros. Não ser flexivel. Não são todos que lêem Kant e daí?

Topei. Totalmente não querendo ir, mas pensei que depois … deixa.

Completamente escondida da TFP, com quem me deparo na porta do local lotado por fiéis (e infiéis tenho certeza, porque com aquele cabelo, não dá!) antes mesmo de achar o P? A filha da Neuzinha! (Pra quem não sabe, a Neuzinha cozinha na minha casa há anos!).

A vi vindo em minha direção e virei a cara literalmente depois de um período breve de choque.

Virei a cara e dei com P me aguardando. Fofo e com um sorriso enorme.

Me olhou e disse:

- Que bom que você veio! - e me deu aquelas beliscadinhas de tia na bochecha, sabe?

Nessa hora pensei que tinha feito a coisa certa. Tá vendo que cara bacana! E ele é mesmo! E depois quem sabe … deixa.

Eu, uma legítima Campos Soares de Carvalho adentrava aquele templo de Jesus. Meu Deus!

Já que estava lá, fiz de tudo para livrar minha alma das amarras mundanas e deixar o espírito livre para novas experiências. No começo funcionou. Fato. Tinha um cara bem bacana falando coisas que acontecem realmente na vida da gente. A diferença de padres e afins é que esse cara, é um ‘cara’ e ele fala português bem claro.

E o povo entende. E se identifica. E acredita.

Dessa vez não rolou aquela história do tipo: ‘dê tudo que você tem, dê seu salário, sua casa, etc’. Foi bem tranquilo.

Mais ou menos 50 minutos depois a coisa começou a me irritar. Uns e outros começaram com uns ‘Aleluia irmão!’ além da conta. Com uns ‘Amém!’ a mais e derrepente eu já estava com minhas antigas convicções do tipo: ‘Cê é burro?’

Louca, louca para ir embora e o P. orando… graças a Jesus que ele não é exaltado, ficou na dele! Aleluia irmão! Glória a Deus!

Quatro horas depois, eu disse, 4 longuíssimas horas depois… (eu desisti da Igreja Católica por 1 hora! … e otras cozitas más) eis que acaba! Ufa! Pensei que não fosse acabar nunca!

P. me olhava sempre com um sorrisinho do tipo ‘que bom que você está aqui’ e era o que me fazia permanecer. Essa é uma daquelas coisas simples que fazem o outro feliz. E que na verdade pra mim não custou muito, vai. Foi simples, mas foi extraordinário saber que eu tenho esse nível de importancia para uma pessoa que eu julgava só querer …

Meus planos para o ‘after God party’ não foram pra frente. Saimos em direção ao meu carro, pensei que fosse, mas, em cima do lance ele me disse que o irmão (de sangue … hehehe) iria buscá-lo. Me ofereci para levá-lo ao ponto de encontro e fomos. Ali nos despedimos com um delicioso…

- Adorei que você veio! Fiquei super feliz!

Quer mais? Na boa né … Se eu estivesse disponível como eu quero estar fato que estaria com ele.

(Güenta as pontas e vá em frente …)


(escrito - 22 de julho de 2008)

IT´S GONNA BE ALLRIGHT - SE O WANDER FALASSE …

Voltei pra casa. Ah! Antes um telefonema para saber se lembraram de deixar algo para eu comer. Negativa confirmada, corri para coxinha na Dona Deola! Fechada! Então parti para a CPL! Fechada! Fui cair na Bella Paulista. Ok. Comprei uns frios e uns paezinhos.

Parei o Wander Prata, meu Gol (porque Golzinho é o dos outros), como sempre na porta do meu prédio, do outro lado da rua de frente para o primeiro portão da Praça Buenos Ayres na Rua Alagoas. Como sempre.

Aqui no bairro todo mundo conhece os carros do Professor, no caso, meu pai. O Gurgel do Professor é um clássico sempre à frente da Banca do Carlos. Todo mundo sabe. O finado Monza teve até missa de 7o. dia por parte do baixo escalão das redondezas e o Professor liderando ateu, é claro. Wander ficou sem-teto quando a Reforma Agrária caiu sobre suas rodas de forma brutal.

Um enorme capitalista troglodita colarinho Amarelo e seu antecessor de colarinho Branco dominaram as vagas da garagem com um novato aí.

Então Wander, sempre na oposição, ganhou as ruas.

Com ela, cicatrizes vorazes em sua lataria prateada, uma lanterna apedrejada e suas portas arregaçadas. Porém Wander mantinha a dignidade e não deixava que nada invadisse seu interior.

Nessa noite, depois de muitos louva deuses, Wander foi covardemente estuprado. Teve seus membros dianteiros arreganhados. Dilacerados. De seu âmago levaram seu cérebro eletrônico, aquele que dizia o que sente. O som dos bandolins. For whom the bell tolls.

Bagunçaram suas viceras e nada ficou intacto.

No automatismo do dia-a-dia, indo as 8h30 para umas reunião às 8h, percebi seu estado somente depois de depositar-lhe meus afazeres do dia-a-dia no membro traseiro com todo respeito. Ali, no que acabava de despejar-lhe, estavam pastas e mais pastas de contas, pasta com documentos meus, meu note, minha câmerazinha de fotografar 3.2 MP e… uma Nikkon manual que a Rafa me emprestou a quase um ano que eu durante todo esse tempo tratei-a melhor que as minhas.

Sempre em cima da mesa de vidro do meu quarto. Uma das poucas coisas facilmente visíveis na minha Bagdad particular.

Há uma semana mais ou menos, sua dona a requisitou. Queria tirar umas ‘chapas’ da cidade maravilhosa, para onde tem ido sempre. Respondi-lhe prontamente que óbvio que sim, quando quisesse, mas, que deixasse eu levar na Conselheiro Crispiniano, conhecida ‘boca’ de fotógrafos e profissionais desta arte, para limpar as lentes e assim devolver-lhe nova.

Essa era a idéia.

Depois de deparar-me com o Wander WTC Total, peguei as coisas que tinha colocado nele e, com a bolsa nos ombros e falando com minha mãe ao celular (esta havia acabado de partir em viagem), um mendigo conhecido aqui do bairro começou a falar alto comigo. Tranquilo, fui apenas sair de perto. Atravessei a rua voltando para o prédio a fim de pedir as chaves do Casper, o Golzinho da minha mãe (os outros tem ‘uns’ Golzinhos aí, o da minha mãe é ‘o’ Golzinho, todo completinho, lindinho, só falta motor).

Parei ainda na porta para falar com a Mônica, minha vizinha que estava saindo com o filho de carro. Entrei no prédio e fiquei sabendo que meu irmão tinha saido com o Mother´s Goalzinho. Fiquei sabendo mais: nenhum outro carro estava em casa, que não fosse o Gurgel.

Lembrei então da minha hérnia lombar. E do ‘bico-de-papagaio’. E do nódulo na 9a. cervical. E imediatamente dos bancos do Gurgel. Banquinho de pesca é mais confortável…

Enfim, tinha que ser.

(segura aí!)


(escrito - 22 de julho de 2008)

IT´S GONNA BE ALLRIGHT – CADÊ??!!

Pedi a chave cópia que não havia e fui para casa fuçar nas coisas de meu pai, o Professor. Achei! Nesse ínterim deixei as minhas bagagens na portaria com o Cabral e coloquei o Wander para dentro, coitado, como se agora adiantasse.

Peguei minhas coisas na portaria e entrei no pequeno. Tudo lá, parti sacolejando pelas ladeiras do Pacaembu até as ladeiras de Perdizes onde era minha reunião. Como deixei o possante na rua, pensando na minha maré de ’sorte’, achei melhor levar comigo a bolsa com tudo.

Deixei em um canto e só peguei novamente ao sair, levando-a novamente ao automóvel e com ele indo até a ‘boca’. Ao chegar lá, e de vidro fechado, hein… Cadê a câmera? Não estava.

Mexi o carro inteiro (que não é nem um pouco grande) e… nada! Voltei para casa, fucei o Wander e … nada! Fucei a casa toda (parte da mãe e da avó), fucei o gurgel de novo, fucei a portaria, fucei os elevadores, fui no local da reunião e… nada! Nada, nada, nada!

Desespero. Tive que deixar Wander na UTI (Seu Geraldo, o funileiro) e pegar o Gigante Branco do meu pai que estava lá. Não tive temo de olhar de novo dentro dele e isso me dá úlceras.

No fim do dia, casa. telefonema dos amigos: ‘Nada ainda?’ - ‘Nada!’, respondo. Heitor foi o mais solicito. Todos ouviram minhas mazelas até o Del, da portaria.

Falar para a Rafa? Não falar? Esperar? Mas o quê? Eu sempre preferi a verdade desde o começo, mas, tem tanta coisa que eu prefiro que já aprendi que para os outros é o oposto, que prefiro esperar.

Úlceras.

Como eu vou dizer pra Rafa que ela me emprestou algo querido e eu não sei dizer o que aconteceu com seu objeto de estima depois de um ano de bons tratos? Sim, óbvio que lhe darei outras, a que quiser, a que for, isso é o de menos. O problema é que não vou lhe dar a SUA câmera! Isso me corrói. Eu tenho que achar! Tenho!

(continua)


(escrito - 22 de julho de 2008)

IT´S GONNA BE ALLRIGHT – O SEXO E A CIDADE

Como não ia conseguir trabalhar de jeito nenhum, fugi para o cinema. Peguei o Gigante Branco e corri para o Bristol onde teria a última sessão de Sex and The City - O Filme.

Eram 20h34 quando consegui sair de casa. O filme começava as 20h30.

Corri. Corri mesmo e sem medo. Dei buzinaço e andei na faixa de ônibus. Ah! E xinguei um cara num Ford ‘Ku’ vermelho que estava me irritando.

Estacionei. Subi galgando os degraus de dois em dois. Furei a fila, mas antes tentei explicar em vão se não poderia passar na frente, afinal meu filme já tinha começado. Então, quase com lágrimas nos olhos pelo péssimo dia, fui a um guichê vazio e contei minhas desgraças:

- Moço, fiquei quatro horas cultuando o Senhor, quase morri de fome e não achava nenhuma padaria aberta, arrombaram meu carro, a câmera de uma melhor amiga sumiu sob minha responsabilidade e eu quero ver um filme que já começou porque não consegui sair de casa antes.

Com os olhos fixos em mim, ele nem olhou minha declaração falsificada de carteirinha de estudante e me deu um ingresso. E disse: me DEU um ingresso. De dó mesmo!

Nem parei pra pensar. Agradeci e subi galgando os degraus desta vez de três em três. Foi a melhor coisa que eu fiz, acho que na semana que nem começou ainda.
É impressionante como me identifico com essa trama. E ali eu estava sozinha, rindo de mim mesma.

Vamos deixar os comentários cinematográficos para outra ocasião, mas, foi muito bom ampliar literalmente e esmiuçar e ver os outros colocando meus achares e sentires para fora na mais perfeita ‘ficção’.

Rapidinho, só de situações EU NUNCA:

- EU NUNCA vi nem vivi um relacionamento que não sei se ‘é namoro ou amizade’, ou ‘amizade colorida’, ou ‘amigo de foda’, ou simplesmente ‘melhor não rotular senão estraga’ (aliás, segundo o filme e eu tenho ahado também, essa recíproca é verdadeira).

- EU NUNCA guardei um segredo, que na verdade não é nada, mas, que perante as circunstancias coincidentes e as pessoas envolvidas se tornam um estopim que te fazem magoar os outros.

- EU NUNCA me senti pior ainda por ter feito algo sem pensar nem querer nem imaginar a uma amiga querida e levar um tremendo ‘vácuo’ te fazendo correr atrás da pessoa desesperadamente sem parecer que essa pessoa é aquela querida e íntima e que você nunca imaginou que … ‘até ela!’.

- EU NUNCA dormi tres dias e tres noites sem comer para enterrar de vez um imbecil que me fez fazer papel de idiota na frente de um monte de gente.

- EU NUNCA senti movimetos peristálticos indicando que o laxante está fazendo efeito … claro que isso não acontece quando você está sozinho dentro de casa com a porta do banheiro aberta ….

- EU NUNCA passei um Reveillón sozinha, pensando que todo mundo está estourando fogos e ’só eu’ estou aqui sozinha comendo miojo ou o que quer que o valha (se é que vale algo).

- EU NUNCA desculpei um cara porquê eu AMO deixando todas as amigas para as quais foram falados verdadeiros impropérios sobre o fulano se acharem umas idiotas por terem dito o que realmente acham dele em seu momento de fúria. E depois foi lhes procurar para dizer ‘que não era beem aquilo que foi dito’.

(to continued…)


(escrito - 22 de julho de 2008)

IT´S GONNA BE ALLRIGHT – REAL VALOR

Enfim, poderia citar muitas similaridades, mas, fico com a cena que o carro da Carrie-noiva breca na 5th Avenue poucos metros depois de cruzar com o de Big-noivo em fuga vindo na contramão. Ela desce do carro e em silêncio, com toda a fúria do mico que pagou lhe destrói o buquê de rosas brancas ‘na porrada’. Entra no carro amparada pela amiga Charlotte-ombro amigo e deixa-o sozinho e perplexo. No coração do mundo. Digna de gangstêr.

Bom, ao final, algo interessante. Comecei a conversar com uma pessoa muito simpática no elevador. É mulher e poderia ser minha mãe (digo isso porque ela me contou as idades de seus filhos). Também adorou o filme e também foi sozinha. Como a maioria das que estavam lá, tirando três amigas de algum estado acima do Rio de Janeiro, empolgadíssimas ao meu lado, a quem tive que soltar diversas vezes um ’shiii’. Salvo também uma garota que estava na fileira de trás. Ela estava com o namorado e o goiaba comeu mexerica o filme todo deixando aquele perfume … Filmexerica!

Voltei para casa mais uma vez e achei melhor ligar para a Rafa. É, contar tudo de uma vez. Melhor a verdade, nada mais que a verdade. E foi o que fiz. tenho certeza que vou encontrar a cãmera, mas, agora ela já sabe.

Eu nem preciso dizer o quanto eu amo a Rafa. As reações dela são muito parecidas com as minhas. Até agora ela me deu um feed back igual ao que eu daria, que foi simplesmente entender. Viu que não pe de jeito nenhum irresponsabilidade minha. Eu vou achar!

O pior não é o valor mercadológico, é a responsabilidade, seja o valor que for, com as coisas dos outros. Ela podia ter me emprestado uma caneta Bic que gostasse e me pedisse de volta. Se eu perdi seja lá por que motivo e circunstância for, o que eu deveria devolver para ela era aquela caneta Bic. Eu dou uma Mont Blanc para reparar o bem material, mas, a caneta dela, que ela me emprestou, era uma Bic. A Bic dela. Que ela me emprestou.

Mas eu vou achar! Glória a Deus que eu vou achar! (hehehe).

O que mais me importa, e para a Rafa também, acredito nisso, ela me mostra isso, é o espírito. É a intensão.

Se outra vez o Mr P. me perguntar como vai a minha espiritualidade, acho que vou entender como ‘Como vai para você o que realmente vale a pena’?

Não tenho resposta. Cada um tem a sua verdade. A minha é que minha espiritualidade está nos meus amigos. Na minha turma heterogênea mas com alguma coisa em comum. Não é o carro, eu compro outro até melhor, mas, é o ato. A agreção. É o meu carro. O meu espaço. Que estava num espaço de milhões de pessoas, onde cada um deveria ficar na sua. Não é o dízimo, é a Igreja lotada. Não é o ingresso do cinema e o ticket do estacionamento, é a história. É o sorriso do Mr. P.

O que realmente vale a pena.

PS: Só para terminar. Sentei para tomar a ceia com minha avó, peguei um queijo comprado ontem na Bella Paulista. Mofado! Melhor ir dormir.


(escrito - 22 de julho de 2008)

Saudade…

Saudade de ligar a qualquer hora,
Saudade de ir tomar um café no fim do dia, ou do trabalho, o que acabar antes, só pra se ver
Saudade de ficar horas e horas conversando na porta do prédio deixando uma pulguinha atrás da orelha do segurança
Saudade de dar risada junto
Saudade de não ter frio na barriga toda vez que penso em telefonar
Saudade de ter a certeza de fazer parte
Saudade de não chorar
Saudade de companhia
Saudade da ‘meia branca de bota branca e a imbatível limosine branca com uma noiva de branco dentro’.
Saudade de ‘atrás cê descobre…’
Saudade da Dennniiise
Saudade de dizer:’Tô carente, me liga?’, ‘Tô carente, fala comigo?’
Saudade de entrar no msg e ver uma janelinha offline: “Lá?”
Saudade de nem sei ….
Saudade de você …
E a gente nem namora hein ….


(escrito - 16 de julho de 2008)

‘Não pára, não pára, não pára!’

Calma galera. Menos. Bem menos imaginação. Não estou me referindo àquilo e muito menos àquele outro. Trata-se de algo muito mais pornográfico e muito mais agressivo que sexo e Corinthians (’u Curíntia!’).

Adotei o refrão dos torcedores toda vez que estou empacada no trânsito dessa cidade caótica que é Sampa City. Ou seja, eu canto isso toda hora. É na Vinte e Três, é na Bandeirantes (que eu pego pouco graças a Deus), é na Marginal (blaaaargh!), é até aqui na Angélica que vamos combinar tem hora que é uó!

Eu e Wander Prata (sim! se escreve com ‘w’!), meu simpático popular, desbravamos os caminhos esburacados dessa vida Off Road, On the Road (ou, como me disse a vendedora da livraria da rodiviária do Tietê quenado pedi pelo clássico de Kerouac - ‘Serve ‘O pé na estrada’?').

Com o tempo a gente vai percebendo algumas peculiaridades do tráfego paulistano. Por exemplo: Taxistas. Gente! Taxista é uma raça! Impressionante. Eu posso afirmar isso de carteirinha, pois, o passado negro de Tio Fazoli o entrega: em épocas de vacas magras ele foi taxista. Sim. Eu sou filha de um ex-taxista feliz e reconciliado com seu Black Past (Tense!).

Ao tema. Pode vir o sindicato que for falar merda pra mim sobre o assunto. Pode me denunciar por difamação mas não por calúnia (meu advogado é bom!).

TAXISTAS ANDAM NO MEIO DA FAIXA BEM DEVAGAR. ELES VÃO DEVAGAR PRINCIPALMENTE QUANDO ESTÃO COM PASSAGEIRO (PARA COBRAR MAIS) E QUANDO ESTÃO SEM PASSAGEIRO (PARA PEGAR OS TROUXAS), OU SEJA: SEMPRE!

No Rio, por exemplo, que tem muito mais táxi que em São Paulo e eles são muito mais feios porque queriam ser nova-iorquinos e não são (tem coisa mais feia do que querer parecer o que não é?), eles correm. E correm bem. E acho até que é mais barato. Lá parece que sem eles a cidade não anda. Aqui com eles a cidade pára!

Há também as pecualiaridades bairristicas em São Paulo. Aqui no meu bairro por exemplo, em Higienópolis e adjacências, o que mais tem é velhinho naquelas banheiras enoooormes e caréééésimas. Aí eles andam no meio das faixas, a dois por hora, grudados no vidro. Isoo quando chegam até o vidro, porque as vezes a impressão que dá é que não tem ninguém dirigindo.

Quando está certo de que é assombração um carro andando sozinho ou vai chamar a polícia pois tem um carro desgovernado, percebe uns fiozinhos de laquê ou de gomalina na altura da buzina. Esteja certo: lá tem um velhinho. O pior é que ao ver sua cara de espanto, ele ou ela simpaticamente sorriem olhando pra você!

- Olha pra frente meu senhor!!! Olha o posteee!!!

E quando é horário de escola ou faculdade então?! Além dos típicos tem as típicas peruas (no amplo sentido) de Higienópolis. Ou que nem são daqui mas que ficam botando uma banca pra desfilar seu carrão pelo bairro.

Tudo bem. Chega deste reduto. Em outro canto da cidade por exemplo, como a Zona Leste (entenda-se Zona Leste a região que a Radial abrange, esqueça-mos a Zona Lost que é a que a Aricanduva ou a Rio das Pedras abrange). Na zolé - para os íntimos, temos varios ‘manos’ com seus carros tunados. Pior é que muitos ali tem grana mesmo, tipo o pessoal do Anália Franco. Vai pegar a Radial, vai! Quando não está parada nos horários de pico dou um prêmio pra quem conseguir trocar de faixa sem levar buzinaço.

Buzinaço é outro departamento.

Outra zona: Zona Norte. Tirando algumas exceções, nunca vi tanta lata-velha junto! Mesmo. E olha que eu sou daquelas que gosta de carro antigo. Mas antigo não é a mesma coisa que VELHO!

Olha só, pensei em algumas dicas para melhorar o próximo ‘Eu Nunca’ (aquela brincadeirinha tipo jogo da verdade que sempre acaba com um ‘clima’ esquisito entre os jogadores):

1) EU NUNCA quis matar um motoboy da Consolação

2) EU NUNCA quis matar um motoboy da Rebouças

3) EU NUNCA quis matar um motoboy de qualquer lugar e ponto.

4) EU NUNCA gritei e tive vontade de bater a cabeça no volante.

5) EU NUNCA fiquei parado pelo menos 3 vezes no semáforo da Henrique Schaumann com a Rebouças.

6) EU NUNCA maldisse todas as gerações do filha da mãe do marronzinho que me multou no dia de rodízio.

7) EU NUNCA maldisse todas as gerações do filha da mãe do motorista do carro que parou no amarelo em cima da faixa e eu não passei.

EU NUNCA pensei em fazer um curso de tiro para acertar o motorista da Kombi velha que surge na frente do meu carro sempre que eu estou morrendo de pressa.

9) EU NUNCA andei na faixa de ônibus com o pisca-alerta ligado.

10) EU NUNCA esqueci meus preceitos socialistas ao deparar-me com um caminhão de lixo e com os lixeiros correndo atrás do suado pão de cada dia pegando nossos restos.

11) EU NUNCA brequei em cima para o infeliz de trás bater no engate! (Hehehe)

12) EU NUNCA me preocupei em beber e dirigir, afinal, meu carro tem a tecla ‘Home’.

13) EU NUNCA jurei que aquela multa não era minha e sim do meu irmão.

14) EU NUNCA dei totó fazendo baliza.

Bom, chega né? Me deixem sugestões nos comentários.

Fica aqui minha indignação com esse trânsito e, só pra completar algumas dicas de seleção musical para este momento cotidiano solene de nós, paulistanos:

- ‘Canto de Osanha’ de Vinicius de Moraes, com Elis Regina. Motivo: ‘O homem que diz vou / Não vai / (…) / Vai, vai, vai, vai / Não vou / Vai, vai, vai, vai / Não vou ‘

- ‘Jesus Cristo’ do rei, com o rei. Motivo: Essencial para os momentos de desespero.

- ‘Qua-qua-rá’ não sei de quem, mas a Elis canta. Motivo: Ao desvencilhar-se, porque uma hora, você sai dessa.

- ‘Carcará’ acho que do Zé Keti, mas a Bethânia que canta. Motivo: Naquele momento que o motoboy te deu um buzinaço e você tomou um puta susto.


(escrito - 09 de julho de 2008)

Welcome again

Hey people! Tô de blog novo! Quem quiser ver posts anteriores, por favor acesse: http:\toquesdalala.zip.net


(escrito - 01 de março de 2008)