quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Last Night Jairzão saved my life!

Ontem, munida de meus amigos, tive a certeza de presenciar um momento se não histórico, único. Não sei se ele faz isso sempre. Eu pelo menos nunca havia visto, mas, com certeza, dada a importância emocional e mais uma vez histórica de letra e música, 'Arrastão' já tenha sido interpretada outras vezes em circunstâncias parecidas. E provavel que por ele mesmo.
A platéia não tinha mais que 50 pessoas. O Na Mata café, que dificilmente fica vazio, parece ter sido atingido em cheio pela Lei Antifumo. Era plena 4a. feira e o Jair Rodrigues (mais uma vez ele), subiu no pequeno mas gabaritado palco para uma 'canja'. Antes, obviamente, tiramos outra foto.
Primeiro cantou seu pout-pourri de praxe mas nem por isso menor. Depois, começou:
- Hoje eu queria cantar uma música aqui...(silêncio)... é que eu fiquei pensando muito nessa música e numa pessoa, numa pessoinha que era desse tamanho (mede seu cotovelo) mas que no palco ficava deste tamanho (abre os braços). Na década de 60 eu e ela tivemos um programa que se chamava 'O Fino da Bossa' (na Tv Record).... que era um sucesso tremendo.... Quer ver só... eu tenho certeza que agora que eu vou cantar essa música ela vai estar aqui nesse palo comigo. (Virou-se para o guitarrista) Me dá uma nota... um si-bemol

"Eeeei, tem jangada ao mar... ei, ei, ei... la vem vindo arrastão...."

Uma emoção de gerações tomou conta de mim. Imediatamente todas as histórias dos meus pais, tios e avós sobre os Festivais de Música, os programas musicais, as músicas de resistência, Elis Regina.... Tudo isso estava ali, naquela hora, naqueles minutos, tudo sintetizado na minha frente. Tudo passou como um filme de uma vida que eu não vivi, só ouvi. Literalmente.
Toda aquela ovação dos auditórios para mais de mil pessoas, toda aquela potência musical, vocal, intelectual e seja lá mais o que for... e eu, uma previlegiada de fazer parte dos seletos que puderam ver e entender isso.

Salve Jair!

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