sábado, 30 de janeiro de 2010

Do you know Marian Keyes?

No início desse ano (quer dizer, mais no início ainda...) uma amiga me perguntou que livro eu indicava para ela ler esse ano. De cara me vieram duas interrogações. Primeiro estranhei o fato de alguém me perguntar 'o que eu indicava', normalmente, eu aviso o que estou lendo e digo: 'leia que é imperdível', ou ainda quando algum assunto está sendo comentado eu digo: 'leia tal livro, veja tal filme, que fala desse determinado assunto'. Assim à revelia, me pegou de surpresa.
Depois foi a oração 'para ler esse ano', que me veio com a informação de 'um livro por ano'. No início, um choque, mas, depois pensei: 'pelo menos um!' e, depois ainda, pensei: 'cada um, cada um'.
Realmente eu queria indicar algo para a minha amiga. Dentre suas últimas leituras estavam 'A Cabana' e se não me engano algum do Dan Brown. Nada contra best-sellers, apenas não os leio até segunda ordem. Como o próprio nome diz, são livros feitos para vender, com uma jogada de marketing sensacional que faz você se sentir a última das criaturas nas rodinhas de conversa informal caso não tenha lido. E o pensamento que vem à cabeça é: 'mas vendeu milhares de cópias, deve ser muito bom'.
As vezes é. Nem sempre. Acho que o que diz se um best-seller é bom ou não é o que você tem vontade de ler depois dele. Se ele te fez virar um leitor inveterado e ávido por histórias, ponto positivo! Mais um pro clube que vai ficar cada vez mais seletivo neste quesito e então, provavelmente deixará de ler apenas best-sellers. Talvez até isso faça parte da jogada de marketing das editoras para os livros ditos menos comerciais e mais 'dificeis'.
Pensei em dizer para que lesse 'A Hora da Estrela' de Clarice Lispector que se tornou um best-seller com todos os adjetivos positivos que esse trás. Clarice, assim como Guimarães e Jorge, estão fora do páreo e merecem cada centavo.
Muito dificil alguns disseram. E realmente lembrei que me apaixonei por Macabéa a segunda vista apenas. Depois de ver o filme de Suzana Amaral e então reler o clássico. Virei amante de Clarice, mas, realmente, Clarice tem que ser aprendida no 'Para Gostar de Ler' e, quem não teve essa sorte na vida, a menos que queira voltar ao princípio, deve se esforçar.
Sempre aprendi que para gostar de algo, seja o que for, deve haver identificação. É o primeiro passo. Segundo, deve 'falar diretamente com você', te sensibilizar, situação conheidas. Terceiro, não pode ter impecilhos, entre eles, lógico, a dificuldade em uma leitura mais rebuscada. Tem que ser aquela leitura bobinha de antes de dormir.
Uma das coisas que Clarice me ensinou, é que 'ser é não saber' e que isso é 'uma doçura de burrice'. Aprendi com a vida, que nada deve ser levado a ferro e fogo e que emburrecer as vezes é primordial e vital.
Foi assim que cheguei à Marian Keyes. Seu primeiro best-seller 'Melância' foi ganhado da minha mãe, em um Natal depois de um ano dificil, com o conselho de emburrecer um pouco. Se emburreci ou não, não sei, mas, confesso que foram horas agradabilíssimas de uma leitura humana e despretensiosa. Próxima a mim.
Depois vieram 'Férias', 'Sushi', 'Los Angeles' e outros assim. Ainda não consegui 'O vendedor dos sonhos' ou 'O caçador de Pipas' por que nem no Oriente Médio eu vivo, mas, sempre que quero uma leitura simplesmente prazeirosa, recorro a ela.
Acredito que esse será um bom começo para uma amiga extremamente inteligente e que, com certeza neste ano terá mais de um livro para contar...

Leia:
- Marian Keyes

PS: Aproveito para fazer campanha a favor do livro de segunda mão! Além de mais barato, poupamos várias arvorezinhas!

2 comentários:

  1. Eeehh! Belo post, Lau! Estava sentindo falta...

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  2. Nossa que amiga eh essa q soh lê um livro por ano?Que absurdo!!!!hehehe
    Obrigada pelo incentivo a cultura,amiga!!

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