quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

WELCOME HOME SEAN !

É Natal. Seria 'lugar-comum' dizer que os Natais nunca mais são como os Natais da infância? Aí eu me pergunto se foi o sentimento que mudou, se foi o 'evento' em si ou se realmente eu cresci. Por mais que eu more num bairro 90% judeu, na minha infância quase todos os prédios ficavam enfeitados com luzinhas à espera do Papai-Noel. Hoje, indo para a missa do galo no Sion, eu vi apenas um prédio no meu quarteirão (que tem cinco) com uns pisca-piscas minguados.

O que será que foi? É a crise? A crise refletida no apagar das luzinhas de Natal? Não sei.

Será que as crianças de hoje em dia tem a mesma expectativa que eu tinha com Papai-Noel e afins? Na minha época (ai como eu tô velha!), entenda-se, cerca de 20 anos atrás, não podíamos dormir depois da meia-noite porque o Papai-Noel era pontual e se estivésse acordada nesse horário, adeus presentes e eu teria gastado minha cota de bom comportamento à tôa. Seria o Papai-Noel pontual ou seriam meus pais dois soníferos inveterados?

Fato que hoje em dia a criançada fica acordada até altas horas e essa expectativa nem existe tanto, já que os presentes vêm de tudo que é lado. Eu ganhava vários também, mas, todos eram filtrados pela minha mãe que só liberava na manhã natalina ao acordar. Lembro da emoção que era quando os presentes eram como bicicletas e autoramas (que eu adorava!).

Hoje nada disso se faz especial. Não sei se as crianças conseguem ter a mesma emoção que eu tinha nessa data. Afinal, vivemos em épocas onde repetir de ano na escola é sinal de que a escola é ruim e não sinal que não houve estudo e acompanhamento suficiente. Onde não importa a data os presentes são gigantescos mesmo para aqueles cujo comportamento não é dos melhores porque 'tadinho, os amiguinhos tem'. E assim vamos criando os monstrenguinhos e ai de quem se oponha, graças às tais novas metodologias de educação.

O que muitas vezes esquecemos ao assistir à esse espetáculo natalino de compras insandecidas (afinal é o fim do mundo, como diz uma amiga) comilança desenfreada e ursinhos tocando pandeiro na decoração do shopping, é que o maior sentido do Natal é lembrar-nos do amor.

O amor em sua forma maior. O amor fraterno entre os seres humanos. O querer-bem. A energia positiva. A paz.

Esse Natal eu gostaria que fosse dedicado à David e Sean Goldman. Por acaso do destino, pai e filho. Sim, por acaso do destino. David não se esquivou do amor que sente pelo filho Sean mesmo esse tendo sido raptado pela mãe (tenha tido ela o motivo que fosse) e trazido para o Brasil definitivamente (David acreditou ser apenas um período de férias). Perdeu a mulher e o filho em uma só tacada. Os motivos não vêem ao caso no momento.

O amor que David sente por Sean fez com que ele lutasse por cinco incansáveis anos travando uma batalha consular internacional entre Brasil e Estados Unidos e por fim, conseguindo a guarda do menino que nessa noite de Natal voou com o pai de volta para casa. Hoje ele tem 09 anos de idade e seu quarto continua o mesmo.

Mais uma coincidência: a noite de Natal. A mesma noite em que segundo a bíblia, Deus colocou na Terra seu filho entregando-o para seu representante como 'pai' aqui. Foi também a primeira noite de Jesus filho de José e José com seu pai Jesus.




2 comentários:

  1. I read all you wrote.
    Congratulations!

    You show you are a person who loves too.

    "May the sun of hope shine upon you all the days of your life"


    Happy Christmas!

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  2. Thank you Eliot! Be always welcome here! Merry Christmas and Happy new year!

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