
Ou aquilo que nos preenche.
Sabe aquela brincadeira do ‘Eu nunca’? Consiste em um jogo da verdade ao contrário. O perguntador dirige a questão de forma afirmativa. Não se pergunta. Se afirma: ‘Eu nunca....’ e completa-se com alguma ação. Se a carapuça serve ao questionado, este paga um mico, senão, a brincadeira segue.
Normalmente esse tipo de jogo acontece quando um grupo de amigos precisa passar algum tempo junto. Não é das mais preferidas, pois brigas e discussões sempre acontecem. Os ânimos costumam se alterar facilmente. As pessoas se conhecem bem e isso acaba sendo para descobrir aquilo que não se quer mostrar.
O filme ‘A falta que nos move’ de Christianne Jatahy propôs manter cinco pessoas amigas dentro de um local fechado para executar uma tarefa e se socializarem por algumas horas. Para a experiência cuja fotografia digital é de Walter Carvalho, ela convidou os atores-personagem (são chamados pelos próprios nomes, o que deixa o espectador em duvida se se trata de ficção ou realidade): Kiko Mascarenhas, Pedro Bricio, Cristina Amadeo, Daniela Fortes e Marina Vianna. Há um sexto personagem muito importante, mas, nem sempre lembrado durante a obra: o roteiro. Existem tópicos a serem seguidos além de mensagens enviadas aos celulares dos atores pela diretora. Não sabemos se todas suas ações são guiadas ou se muitas realmente saem do controle, como a briga entre Pedro e Kiko.
Que alguns assuntos colocados são verdade, é sabido. Kiko Mascarenhas coloca ‘na roda’ o nome do irmão de Pedro, Roberto, morto por overdose de Novalgina. A guerra esta declarada. Kiko alias, desde a chegada de Pedro na casa onde estão todos se torna seu grande provocador, como se a simples presença o incomodasse. Isso leva os espectadores a pensarem sobre a relação deles já que Kiko se diz bissexual pode haver ai uma paixão platônica. Sabe quando começa a provocar demais? A tal historia de amor e ódio.
A paixão alias permeia boa parte do enredo. Cristina quer a todo custo transar com Kiko. A típica ‘necessitada’. Não perde a oportunidade de tirar a blusa dançando, de fazer xixi de porta aberta e de ‘segurar no pau’ do colega, que sempre pede gentilmente para ela parar. Chega a ponto de tirar a roupa em cima de uma cama e conseguir pegar as calças dele que, nitidamente não esta a fim.
Já Daniela tenta por outro lado. Sabemos que no fundo a carência dela e de Cristina é a mesma: falta de amor, falta de amante. Daniela faz menção a ter tido qualquer ‘tico-tico no fubá’ com Pedro. Que não levou o caso a serio e até ‘tirou com a cara’ dela ao ser convidado para um café posterior para conversarem. Clássico de final de romance ela quer conversar e ele se esquiva. Ela quer entender e ele sai fora. Ela se pergunta porque ainda não aprendeu a lidar com isso e acha que quem esta se enganando é ele, a quem ela diz ser covarde por não assumir seus sentimentos. A única que passeia bem entre ambos é Marina, que é casada e é quem coloca as musicas da trilha sonora da casa, enquanto Kiko se estressa em cozinhar para um tal convidado que deve chegar a qualquer momento e tem preocupação demais com o roteiro a ser seguido.
Todos tem cerca de 30 a 40 anos. Suas questões mais intimas são colocadas e regadas a champagne e vinho. Cristina brinda o pai ausente, Pedro brinda a vida e seu irmão, Marina e Kiko brindam ‘a essa palhaçada’ e Daniela brinda o amor. Como em ‘Esperando Godot’ de Beckett eles estão ali até não se sabe quando esperando não se sabe o que. Estão esperando.
Sabe aquela brincadeira do ‘Eu nunca’? Consiste em um jogo da verdade ao contrário. O perguntador dirige a questão de forma afirmativa. Não se pergunta. Se afirma: ‘Eu nunca....’ e completa-se com alguma ação. Se a carapuça serve ao questionado, este paga um mico, senão, a brincadeira segue.
Normalmente esse tipo de jogo acontece quando um grupo de amigos precisa passar algum tempo junto. Não é das mais preferidas, pois brigas e discussões sempre acontecem. Os ânimos costumam se alterar facilmente. As pessoas se conhecem bem e isso acaba sendo para descobrir aquilo que não se quer mostrar.
O filme ‘A falta que nos move’ de Christianne Jatahy propôs manter cinco pessoas amigas dentro de um local fechado para executar uma tarefa e se socializarem por algumas horas. Para a experiência cuja fotografia digital é de Walter Carvalho, ela convidou os atores-personagem (são chamados pelos próprios nomes, o que deixa o espectador em duvida se se trata de ficção ou realidade): Kiko Mascarenhas, Pedro Bricio, Cristina Amadeo, Daniela Fortes e Marina Vianna. Há um sexto personagem muito importante, mas, nem sempre lembrado durante a obra: o roteiro. Existem tópicos a serem seguidos além de mensagens enviadas aos celulares dos atores pela diretora. Não sabemos se todas suas ações são guiadas ou se muitas realmente saem do controle, como a briga entre Pedro e Kiko.
Que alguns assuntos colocados são verdade, é sabido. Kiko Mascarenhas coloca ‘na roda’ o nome do irmão de Pedro, Roberto, morto por overdose de Novalgina. A guerra esta declarada. Kiko alias, desde a chegada de Pedro na casa onde estão todos se torna seu grande provocador, como se a simples presença o incomodasse. Isso leva os espectadores a pensarem sobre a relação deles já que Kiko se diz bissexual pode haver ai uma paixão platônica. Sabe quando começa a provocar demais? A tal historia de amor e ódio.
A paixão alias permeia boa parte do enredo. Cristina quer a todo custo transar com Kiko. A típica ‘necessitada’. Não perde a oportunidade de tirar a blusa dançando, de fazer xixi de porta aberta e de ‘segurar no pau’ do colega, que sempre pede gentilmente para ela parar. Chega a ponto de tirar a roupa em cima de uma cama e conseguir pegar as calças dele que, nitidamente não esta a fim.
Já Daniela tenta por outro lado. Sabemos que no fundo a carência dela e de Cristina é a mesma: falta de amor, falta de amante. Daniela faz menção a ter tido qualquer ‘tico-tico no fubá’ com Pedro. Que não levou o caso a serio e até ‘tirou com a cara’ dela ao ser convidado para um café posterior para conversarem. Clássico de final de romance ela quer conversar e ele se esquiva. Ela quer entender e ele sai fora. Ela se pergunta porque ainda não aprendeu a lidar com isso e acha que quem esta se enganando é ele, a quem ela diz ser covarde por não assumir seus sentimentos. A única que passeia bem entre ambos é Marina, que é casada e é quem coloca as musicas da trilha sonora da casa, enquanto Kiko se estressa em cozinhar para um tal convidado que deve chegar a qualquer momento e tem preocupação demais com o roteiro a ser seguido.
Todos tem cerca de 30 a 40 anos. Suas questões mais intimas são colocadas e regadas a champagne e vinho. Cristina brinda o pai ausente, Pedro brinda a vida e seu irmão, Marina e Kiko brindam ‘a essa palhaçada’ e Daniela brinda o amor. Como em ‘Esperando Godot’ de Beckett eles estão ali até não se sabe quando esperando não se sabe o que. Estão esperando.
Há um certo 'q' de 'Nós que nos amávamos tanto' de Ettore Scola. Reencontro de amigos, lavagem de roupa suja e principalmente amor. Porque todos brigam, discutem, 'quebram o pau', mas, se gostam. E muito.
A direção é bastante acertada. O filme prende a atenção. A edição faz experimentações. Uma obra de arte como deve ser. Um filme com proposta. Uma experiência para todos: quem faz na frente ou atrás das câmeras e quem assiste. Um filme escancarado e reflexivo sobre as crises dos 30 e dos 40. Existencialismo. Identificação. Um filme de verdade. Quer ver? Segundo o exposto no filme, a quem nunca faltou: um irmão, um amante, um amor, um pai, uma mãe, grana, sexo, um amigo de verdade, regra (mesmo que seja a de quebrá-la)? A quem nunca faltou solidão? A quem nunca faltou arrependimento?
Pode pagar o mico.
Pode pagar o mico.
Para marofar mais legal:
Para ouvir:
- Guilherme Arantes - Meu mundo e nada mais (em um dos momentos mais divertidos do filme todos lembram a adolescência dançando essa música, que foi tema da novela 'Anjo Mau' da Rede Globo nas duas versões)
Para ver:
- 'Nós que nos amávamos tanto' - Ettore Scola
- Eduardo Coutinho também tem 'brincado' com essa história de ficçãoxrealidade. Assista: 'Jogo de Cena' e 'Moscou'.
Para ler:
- Beckett: 'Esperando Godot'
Serviço:
'A falta que nos move'
Direção: Cristiane Jatahy
Roteiro: Cristiane Jatahy e elenco.
Elenco: Kiko Mascarenhas, Pedro Brício, Marina Vianna, Cristina Amadeo e Daniela Fortes.
Drama - 95 min - Brasil - 2007.
Classificação por Marofada: (0-5): 4 boas marofadas.
'A falta que nos move'
Direção: Cristiane Jatahy
Roteiro: Cristiane Jatahy e elenco.
Elenco: Kiko Mascarenhas, Pedro Brício, Marina Vianna, Cristina Amadeo e Daniela Fortes.
Drama - 95 min - Brasil - 2007.
Classificação por Marofada: (0-5): 4 boas marofadas.
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