sábado, 12 de setembro de 2009

Quando Nietzsche sorriu...

Minhã mãe sempre disse que eu sou muito 'pesada'. Não no sentido físico, onde concordo tem alguns extras. Zinhos. 'Extraszinhos'. Mas no sentido de eu sempre preferir o mais filosófico, o mais profundo, o que devassa a alma, a psique, ou seja: o que vai fundo. Sabe o que acontece? Eu entro em nóia, eu penso em tudo e muito. A níveis quase extraterrestres.
Ontem comentei sobre isso na terapia. E realmente chegamos á conclusão que os grandes intelectuais e filósofos de todos os tempos, tem como função vital se enterrar em questioamentos e em analisá-los pelo lado pessimista. Nada é relevado. Tudo é pensado, questionado, observado e indagado à exaustão. É quando o homem passa a ser humano. Não se deve esquecer no entanto, do que dizia Brecht: 'é preciso extrair o humano do ser humano para ser humano'.
Seguindo o caminho de Nietzsche que começou 'Humano, demasiado humano' e terminou 'Assim falava Zaratrusta', tenta-se encontrar explicações para a existência. Significados, motivos. Nada é o bastante. Até chegar no implacável: 'ser ou não ser: eis a questão!' que Sheakespeare, na verdade um escritor popular, tão bem traduziu muito tempo antes.
Então, completando minha sessão de ontem, quando minha terapeuta disse que em Nietzsche percebe isso de que 'todos estão na lama', ou melhor, atolados nela, eu continuei o James Joyce acima com um 'mas uns olham as estrelas' contando-lhe que eu prefiro o Nietzsche do 'espírito livre'. Do que se vê liberto das sensações mundanas para algo maior. Ver o 'do pó viemos e ao pó voltaremos' em sentido de igualdade e não de incredibilidade na nossa raça. Humana!
Não é a tôa que dizem que a sabedoria popular é a mais valiosa. Certa vez, angustiada em uma relação, fui ler 'Madame Bovary' e descobri que 'Ele simplesmente não está a fim de você' foi muito mais útil! Percebi então que a futilidade e a burrice também compõem o ser humano. Senão a gente se afunda em si próprio!
Aí eu saio. Todas as noites assisto a um episódio de 'Barrados no Baile', o antigo lógico. Não consigo mais colocar a cabeça no travesseiro sem ver Brandon Walsh, Kelly Taylor, David Silver, Donna Martin e todos os outros vizinhos em Bervely Hills. Pena que 'Sex and the City' tenha tido poucas temporadas e que eu já tenha visto todas e cada vez tenho mais certeza: eu sou a Carrie! Não, a Charlotte! Não, não, sou mais Samantha! Ai não: Miranda eu não quero ser, só na conta corrente!
Fato também que uma vez fui salva por Steve Martin e Gilberto Braga.
Penso na D. Alice, que é uma senhora muito, muito simples de tudo, que mora com a família toda, incluindo sobrinhos e ex-maridos em uma casa na periferia e que me diz: 'a felicidade, fia, é momentos', com o tempo verbal errado, mas, é assim que funciona.

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