segunda-feira, 28 de setembro de 2009

FESTIVAL DO RIO 2009 - VOGUE: EDIÇÃO DE SETEMBRO




Strike a pose ou O diabo não é tão feio quanto lhe parece....





"Vogue: s. 1. voga; 2. moda; 3. popularidade"

Acho que preciso conversar com minha xará Laureen que foi assistente da toda-temida e toda-poderosa Anna Wintour e que escreveu 'O Diabo veste Prada' em 'homenagem' à ex-patroa. Começo a suspeitar de 'vingancinha' por lhe fazer trabalhar sem descanso. Hoje assisti ao documentário 'Vogue- The September Issue', que é realmente um registro do trabalho da tal bruxa má.
Ok. Não sou uma imbecil tão completa a ponto de acreditar que seja realmente tudo verdade e que nada tenha sido cortado, mas, também acho pouco provavel que a edição seja tão boa a ponto de criar uma mentira para desfazer o sucesso da ex-estagiária. Então vamos ficar assim: tanto Anna como Laureen (coincidencia ou não meu nome de batismo é Ana Laura....) são humanas e isso consiste em ser boa e ser má ao mesmo tempo.
A Anna é sim a mocinha da história dela. E que mocinha! É só pensar a responsabilidade que é editar uma revista, ou melhor, uma publicação como a Vogue americana por anos. Só a edição de setembro, que é a mais importante do ano por ser o inicio do ano da moda, ou seja, o lançamento da coleção outono/inverno e, neste caso o que vai vestir o mundo no ano seguinte, teve em 2008 840 páginas. Atenção: 840 páginas! É maior que a maioria dos livros que você já leu! Ela tem um ano para deixar isso pronto fora as edições mensais.
A crítica sempre no afã de encontrar algo que justifique 'xiliques a toa', publicou que no filme mostravam ela 'jogando fora um ensaio fotográfico que havia custado cerca de 500 mil dólares'. Primeiro que ela não jogou fora, nem rasgou nem deu escândalo. Ela descartou fotos que não gostou. Essas eram da celebrity Sirena Miller, tiradas especialmente por Mário Testino em Roma. Realmente, mesmo para quem não trabalhe na área, é compreensível isso acontecer quando o fotógrafo não tinha as famosas 'rebarbas' (fotos extras) e quando o que ela havia combinado com ele não foi seguido à risca. Ela havia pedido fotos que não foram feitas.
A Revista Vogue tem uma tiragem mensal de cerca de 2 milhões de exemplares. Um exemplar custa algo em torno de R$ 40,00. Isso significa que por mês estamos falando de pelo menos R$ 80.000.000,00 e ao ano R$ 960.000.000,00. Acha mesmo que 500 mil dólares ou 1 milhão de reais importam? Ah! Esse valor seria só nos Estados Unidos, não esqueçam que mesmo sendo a Edição Norte-americana podemos encontrá-la no mundo todo.
Agora voltando ao principal: quem acha que ela tem que ser bem boazinha e se arriscar a perder não só o emprego mas a confiabilidade ou o status que nesse caso seria apenas o início da ruína não só dela mas da empresa que não é dela e de centenas de pessoas que trabalham com ela ou para ela? Não falo apenas no sentido 'ego de artista' que se alguém não gosta do que foi feito a pessoa não trabalha mais até o outro se retratar... (algo bem dramático mesmo...). Anna é muito mais prática. Ela quer resultado. Ao contrário do que falam que ela chega a ser mal educada, discordo. Ela é 'sêca na paçoca' mas no filme todo não a vi pedir algo sem um por favor ou um muito obrigado.
Vi mais! A vi em sua casa com sua filha a quem parece ter muito carinho e a filha por ela. Mãe e filha. Família mesmo. Até para o documentarista a vi esboçar alguns sorrisos. Ela quer resultados. Ela precisa de resultados. Não pode bobear. É entendível que não se envolva afetivamente com que trabalha pois senão a cobrança fica muito mais dificil e o resultado positivo mais longe. Admiro.
O documentário mostra também que a Vogue não é só Anna Wintour. É também Grace Jones, que começou na revista como modelo e hoje é editora de arte. Ambas entraram na revista na mesma época. Anna reconhece e respeita o trabalho de Grace, mas, como os demais ela algumas vezes também recebe cortes em seus projetos. Agora pergunto: alguém conhece Grace Jones?
Acho dificil. Pois saibam que a edição de setembro de 2008 foi quase inteira de Grace Jones, mesmo que os nomes de capa fossem Siena Miller e Mario Testino. Grace tem 150% a mais de espaço com suas criações que as celebridades. E além disso, Grace dá uma aula de como manter seu emprego e a ética profissional com calma e... trabalho. Ela quase teve todo seu trabalho no lixo. O que fez? Ficou de mal-humor 1 dia a partiu pra luta.
Se por detrás de um grande homem tem sempre uma grande mulher. Por trás de uma grande mulher como Anna Wintour tem sempre uma outra grande mulher como Grace Jones.

Para marofar legal:

Leia:


Ouça:

- Suddenly I see - KT Tunsdall (Tema de 'The Devil Wears Prada')

Assista:

- O Diabo veste Prada. (O filme, com Merryl Streep e Anne Hataway)
- O Viado vesta pra dá. (Uma sátira ao filme com o travesti Thália Bombinha)

Websites interessantes:

- O Diabo Veste Prada (Oficial - muito bacana! Tem até joguinho!)
- Chic - de Glória Kalil (nossa versão brasileira)

SERVIÇO: 'Vogue: September Issue' ('Vogue: a Edição de Setembro') - Documentário - Anna Wintour, Grace Jones e Outros. USA. 2008.

2 comentários:

  1. disse... Oi Ana Laura! Cheguei no seu blog através da pesquisa sobre o filme The September Issue, que vou tentar assistir hoje.

    Gostaria de comentar sobre algumas coisas (queria poder já comentar sobre o filme, mas ainda não dá).
    Pois bem, quanto aos valores de retorno da revista, o preço do exemplar, para os consumidores da America do Norte (EUA e Canada) equivale ao preço da nossa Vogue aqui, não passando de R$15,00. O valor de R$40,00 é o absurdo que pagamos aqui no Brasil. Mesmo na Europa o exemplar sai bem mais barato que no Brasil (talvez na Austrália fique mais caro, mas ainda assim tenho dúvidas). É claro que eles recebem uma quantia significativa com a venda da revista, mas também devemos considerar que tiragem não é vendagem, além do que os exemplares para assinantes saem ainda mais barato (a assinatura de um ano feita pela Amazon está saindo a $18,00 dólares - menos que os R$40,00 que pagamos aqui por um exemplar). Mas o mais importante, nesta questão do din din pelo qual essa mulher é responsável, é a venda de anúncios na revista. É daí que vem o faturamento que importa - e nas edições de setembro, esses talaços de revista, pelo menos um terço do tijolão é de anúncio (um mais lindo que o outro, é verdade, alguns até valem por um editorial de moda, mas é a propagandaiada toda que efetivamente paga a revista).

    E o nome da diretora criativa da revista é Grace Coddington - que, concordo contigo, é alguém que tem um peso enorme na revista mas não fica sob os holofotes.

    Quanto a sua xará Lauren, primeiro acho sim que ela deu uma forçadinha pros dois lados (na maldade da mulher e na nobreza de sentimentos dela), mas se não fosse assim o livro (e o filme) não seriam tão interessantes. E não podemos esquecer que, primeiro, CHEFE É CHEFE, e que ser amoroso com filhos não significa muita coisa (até chefões mafiosos tem carinho pela prole).

    Um beijo e sucesso.

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  2. Assisti Ana!

    Sabe o que eu achei mais bacana? A filha dela, que estuda Direito e quer passar longe da profissão da mãe (enquanto milhões de meninas sonham em ter uma madrinha como ela!). Na hora lembrei do Bono, que reclamou que os filhos dele tem vergonha de dizer que são filhos do cara do U2!!!

    E eles criticando os dentes da Sienna Miller? Mundo bizarro!

    Agora, a tal da Grace é sensacional mesmo. Comecei a reparar os editoriais de outras edições, e todos que são dela tem um quê de sonho. Ela é maravilhosa.

    Enfim, como você disse, as duas se completam, e por isso a revista é o sucesso que é.

    Beijão!

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