O título é grande.
O post nem tanto.
O intuito é que as pessoas em geral prestem mais atenção nas oportunidades. Sejam quais forem e para que forem. Mesmo sem saber o motivo disto ou aquilo.
Entrei de gaiato numa produção grande com a Mônica, minha amiga do Buffet Malagueta. O que a princípio seria um trabalho burocrático e administrativo, pelos meandros se torna algo extremamente interessante, muito além de planilhas e orçamentos.
Hoje tive uma grata surpresa. Fui fazer um orçamento de massa de acarajé (sim, aqueles da Bahia) com serviço de Baianas (sim, aquelas como as da Bahia) para servir no dito evento. Como não será realizado aqui (São Paulo, SP) e sim no interior (Campinas, SP), minha missão de encontrar, orçar, gostar e negociar com uma baiana-caipira aumentou. Eis que o Sr. Abério me surge durante uma reunião e indica a Tia Nice do Acarajé.
Então lá fui eu hoje pela manhã ligar para Campinas procurando pela Tia Nice. Qual não foi minha surpresa ao me deparar com uma senhora de 70 anos, descendente de escravos, extremamente culta e conhecedora da história do negro no Brasil e principalmente em Campinas e região. Tia Nice conhece a história de Campinas de trás para frente e vice versa: cada nome, cada região, cada família, cada igreja.
Eu, que conheço Campinas até que bem, pois tenho família lá (e também é uma família fundadora da cidade, que também sabe todas as histórias de todos os 'antigos' da região), me impressionei por exemplo com a história da Igreja do Rosário. Sempre frequentei o restaurante 'Rosário', no largo do Rosário no centro da cidade com meu tio, nunca reparei uma igreja por ali. Fiquei sabendo então que não existe mais, pois, junto com outras igrejas da Nossa Senhora do Rosário da região, foi demolida por ordens superiores do governo. O motivo? Nossa Senhora do Rosário, na verdade é Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. (Em São Paulo há uma pequena Igreja no Largo do Paissandú).
Fiquei sabendo também que Tia Nice fundou o Museu do Negro de Campinas e que, muito ovacionado em épocas eleitorais, foi tomado dela, fechado, está abandonado e completamente desfigurado (funcionava em uma casa que havia sido de escravos e não estava tombada). Ela foi despejada até de sua moradia por problemas administrativos do museu com a prefeitura. Dentre as atividades, havia contação de histórias sobre o negro em escolas públicas, objetos utilizados por negros que vão muito além de 'tronco' e, preservação da memória principalmente cultural, como por exemplo o acarajé da Tia Nice, o melhor da região.
Todos os sábados e domingos ela serve seu acarajé onde tudo começou, no Centro de Convivência do Cambuí, na Avenida Julio de Mesquita. Próximo dois quarteirões à estátua do ilustre Carlos Gomes, compositor de 'O Guarani', mas que, segundo ela, era sustentado pelo irmão, esse sim trabalhador e que sustentava também a irmã, que foi a primeira cantora lírica da região. Acontece com os melhores artistas....
Já no fim do dia, outra descoberta interessante. Na busca por marca de cerveja e chopp que queira ser parceira neste evento que está fechado para 3 mil pessoas e com show....(depois conto de quem, por enquanto é sigilo...), perguntei para uns companheiros de profissão do programa 'Boteco na Tv' da AllTv, que ás terças feiras é antes do NOL (que eu apresento com Renato Corona), quem era a cerveja parceira deles e me entregarm uma garrafinha de 'Bamberg Weizen', fabricada artesanalmente em Votorantim.
Como nunca havia ouvido falar, entrei no site para ver se tinham chopp. Ainda não descobri, estou aguardando retorno, mas, o site direciona para um blog muito legal sobre essa especiaria, a cerveja, que fato, quando você está sentado no bar 'enchendo a pança de breja', nem sabe que essa bebida era considerada sagrada, dos deuses (ok, ok, eu entendo que seja sagrada para você também...). Vale a pena dar uma 'entradinha'.
Por hoje é isso!
Tia Nice do Acarajé: (19) 3234-6221
Buffet Malagueta (Mônica ou Rafael):(11) 2769-5200
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