Acabo de assistir à campanha política, ops!, propaganda partidária, ops!, propaganda, enfim.. sei lá qual motivo inventaram ou não, do governo do Estado de São Paulo.
Acredita que em pleno 2010, todo mundo preocupado com um possivel colapso ecológico, a menina dos olhos do governo é o Rodoanel que asfaltou não sei quantos quilometros de terra entre pontes e estradas? A medida que aqueles 30 segundos eram intemináveis, meu queixo foi despencando para eu terminar num sonoro: que absurdo!
Toda vez que vou ao Rio de Janeiro de carro (sempre com mais de duas pessoas) ou de ônibus, acompanho paralelo à Dutra trilhos de trem abandonados. Lembrando que hoje em dia, o trem não polui nem 1/5 do que poluem automóveis o que, principalmente para o escoamento da produção seria formidável (como era) para a rápida e eficiente chegada aos portos de Santos, Rio ou Paranaguá (os maiores).
E o governo achando o máximo asfaltar a Terra e sufocar o planeta.
Vão dizer que em troca estão plantando não sei quantas mil árvores. Resultado: ainda estamos devendo! Na Marginal, em São Paulo (cidade) a mesma coisa: construção de não sei quantas pistas novas (pra falar a verdade não sei onde também... já não é apertado o suficiente?) 'asfaltadas'. Que maravilha, não? O asfalto, o asfalto, o asfalto! Carros, máquinas! Os homens e suas máquinas! Poluição!
No início do século passado a escritora Leandro Dupré (sim, escritora, Leandro é sobrenome) escreveu no clássico 'Éramos Seis' que um dos filhos da Dona Lola (protagonista) adorava ver o carro da tia rica ir embora pois soltava uma enorme fumaça preta. Naquela época ainda não sabiam como aquilo faria mal. Me parece que nossos governantes ainda estão em 1920.
Mas é lógico que a questão do trem é mais complicada. O buraco é mais embaixo, obvio. Maior escoamento, menor perda de produção, maior agilidade na exportação, maior necessidade de produção. E onde se encaixa a robalheira que é a perda de quase metade dos produtos agrícolas? Quem não se lembra do Tratado(?) de Taubaté em 1900 e uns quebradinhos quando mandaram incendiar as sacas excedentes do café para aumentar seu preço?
É meu amigo, essa escola é centenária!
Não quero ser Ecochata, mas, essa história de achar asfalto, carro e máquina bonito...é muito retrógrado! Bioenergia por favor!
Sábio Tom Zé!
"A volta do Trem das Onze"
Pra Iracema em Jaçanã
A esperança parece vã
Mas na maloca, Adoniran
Já se reforça, com tapioca, caldo de rã,
E convoca Joca pra derrotar Leviatã e Tio Sam.
Refrão:
De ferro e bronze
O trem das onze
Voltará,
Em Jaçanã bem de manhã
Apitará.
Comemoremos Mato Grosso eu e Joça
Com Iracema e o Arnesto na maloca.
Soja disse que este ano vem
Andar de trem,
E o milho vai querer também
Andar de trem,
Feijão disse que ninguém vai ficar sem
Andar de trem.
Inês e todo o pessoal da Mooca e do Belém
Andar de trem.
Refrão
Frankfurt, Roma,
Europa forte,
É povo rico de toda sorte,
Tudo barateia nesse transporte;
Até Las Vegas,
Ó trem carregas pra Nova Iorque,
Mas aqui o gringo tirou o trilho
Pra não deixar trem passar."
segunda-feira, 22 de março de 2010
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