domingo, 14 de março de 2010

Minha vida não cabe num busão!

Aposentei o carro. Em prol do meio-ambiente voltei ao velho (nem sempre bom) coletivo. Saudosismos a parte, estão bem diferentes da minha época de colégio quando a turma inteira pegava o Perdizes - 875A ou M que passava na porta do colégio e ia deixando a galera desde o metrô São Judas até eu que descia no meio da Avenida da Consolação. O ônibus era aquele meio oval com os bancos 'dois em um' e faróis redondos. E isso mal tem 10 anos.
Hoje a coisa mudou muito. Principalmente os pontos de ônibus que estão mais longe o que me faz pegar 2 ônibus. Mas tudo bem porque hoje existe o tal Bilhete Único que facilita muito além das várias histórias hilárias que só um bom busão te proporciona.
Outro dia peguei o 819P que sobe a Avenida Angélica até a Dr. Arnaldo. Ao entrar vi nos bancos reservados uma figura que deve ter seus 60 e picos e que é famos aqui na região. É fato que a figura não bate bem da cabeça, mas, parece que vive direitinho. Os ônibus de Higienópolis são extremamente ecléticos. Temos de mendigos a madames 'laqueadas' passando pelos colegiais e executivos. Neste dia, essa figura que é gordinha com nariz adunco e cabelos grisalhos pela cintura, falava alto com sua voz estridente e com 'língua plesa', contando à uma senhora 'laqueada' que logo deu um jeito de saltar que seu 'pai saia transando por aí'. Assim mesmo.
Os olhos da senhora interlocutora quase saltaram antes dela e pelo pára-brisa do ônibus. A outra lógico, não percebeu, mas, o ônibus inteiro caiu na gargalhada com a situação.
Tenho certeza que a vida em ônibus dos outros não é tão animada quanto a minha e muitos dizem que é porque eu tenho a opção do carro em casa estacionado na garagem. Fato é que me divirto mesmo porque para mim andar de ônibus ou de coletivo é desestressar do trânsito e fazer caminhada. Mesmo com horário certo para chegar aos lugares.
Ao mesmo tempo essa minha nova filosofia me dá aparatos peculiares tais como sempre que estou em ônibus intermunicipais, se entra uma mulher com uma ou duas crianças pequenas e chorando para todos sentarem na mesma poltrona, 100% de chance de que seja a dona da vazia ao meu lado. E 99% de chance que ela tenha subido ao veiculo nos 45 do segundo tempo quando eu já comemorava meu enorme espaço ao ir sozinha em duas poltronas.
Idem se entra alguém mais avantajado fisicamente. Da última vez tive que ceder meia poltrona para o braço do companheiro ao meu lado. Ande de ônibus comigo e comprove!
Como boa paulistana que sou, sigo o exemplo de nossa 'mui' respeitosa ex-prefeita: 'Relaxe e goze!'

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