domingo, 11 de abril de 2010

Navegar é preciso

Procurei de todos os jeitos e não encontrei. Google, biblioteca... nada. Talvez seja Clarice, mas, há uma possibilidade de Adélia ou talvez ainda Drummond (acho que não). Existe um poema que o autor diz que dentre tantos leitores de suas palavras, um apenas seja 'atingido', sua missão foi cumprida. Houve diálogo (dia = dois, logos=pensamento), ou seja, dois em um mesmo pensamento. Sintonia. Identificação!
Outro dia voltando para casa tarde da noite, dando carona para uma amiga que, já comentei aqui, está ficando amiga de livros (pois nunca lhe foram apresentados corretamente) e, é leitora do blog, ela me questionou sobre porque não tornar 'escrever' minha profissão, já que, segundo ela, os textos são muito bons, contagiantes e entendíveis, de fácil identificação. Então, lhe disse que primeiramente e infelizmente porque as coisas não são fáceis assim, que o digam os milhões de escritores melhores que eu e que toparam encarar o desafio de... arrolar dividas. Sim, infelizmente mais uma vez, além de mal remunerados (a grande maioria), é a minoria da minoria que consegue publicar livros e viver disso.
A partir do momento que o seu lazer passa a ser uma obrigação já não há mais o frescor, não há mais tesão. E sem tesão, não há vida. E sem vida, não há texto, não há nada. O Jô Soares uma vez, me disse que ele chegou a um patamar raríssimo de lazer remunerado e que esse devia ser o objetivo mór de todo mundo, que todos deviam ter essa sorte na vida.
Na verdade, pra mim, a grande recompensa é que para essa amiga em especial, alguém quase traumatizado de letras (embora inteligentíssima) graças à qualidade dos nossos professores que ensinam decorar e não apaixonar, foi atingida. O que importa é que para essa pessoa tão querida e tantas outras que lêem esse blog e que eu nem conheço, um mundo se abra, mundo esse que para os sortudos como eu, se abriu lá pelos 04 anos de idade quando aprendi a ler e encontrei nos livros grandes amigos. Não importa a idade, a época, o importante é não passar por essa vida sem abrir seus horizontes. Os livros nos levam 'por mares nunca d´antes navegados', é a tal viagem do conhecimento!

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