Não estou falando em 'tomar todas' e sair cambaleando dançando axé pelo meio da rua. Ou melhor, estou falando em fazer isso também! Com cuidado no entanto ao soltar a franga em músicas de gosto e intelecto duvidoso, se tiver um mais ou menos sóbrio, mesmo que conhecido 'de longe' assistindo... tá ferrado pelo resto do ano!
Falando sério, é uma dancinha engraçadinha que fala de muita coisa na verdade. Talvez vocês já conheçam, mas, é bom para pensar. Pensar em união, em globalização, solidariedade, em humanidade. Afinal: where the hell is matt? Matt está bem aqui, no planeta Terra, sua casa também. É tudo igual moçada! É tudo farinha do mesmo saco! Mesmo o Matt sendo norte-americano e por isso não ter podido realizar seus passinhos em Cuba. Estamos todos lá! Todos juntos.
Aproveito esse videozinho para fechar 2009, já que não sei se consigo postar até o Reveillón, considere este o último do ano. 'Todos humanos, demasiado humanos'!
"Enquanto todos estão na lama, uns olham as estrelas" - James Joyce
Acrescentando à listinha de afazeres para 2010, agora 'fechada epitafianamente':
-Amar mais - Morrer de amor;
- Chorar (mais);
- Ver o sol nascer;
- Ver o sol se por;
- Arriscar (mais);
- Errar (mais);
- Fazer o que quiser fazer (mais vezes);
- Aceitar as pessoas como elas são;
- Aceitar a vida como ela é;
- Complicar menos;
- Trabalhar menos (e mais);
- Importar menos com problemas pequenos;
Segue o Matt, dance!
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
WELCOME HOME SEAN !
É Natal. Seria 'lugar-comum' dizer que os Natais nunca mais são como os Natais da infância? Aí eu me pergunto se foi o sentimento que mudou, se foi o 'evento' em si ou se realmente eu cresci. Por mais que eu more num bairro 90% judeu, na minha infância quase todos os prédios ficavam enfeitados com luzinhas à espera do Papai-Noel. Hoje, indo para a missa do galo no Sion, eu vi apenas um prédio no meu quarteirão (que tem cinco) com uns pisca-piscas minguados.
O que será que foi? É a crise? A crise refletida no apagar das luzinhas de Natal? Não sei.
Será que as crianças de hoje em dia tem a mesma expectativa que eu tinha com Papai-Noel e afins? Na minha época (ai como eu tô velha!), entenda-se, cerca de 20 anos atrás, não podíamos dormir depois da meia-noite porque o Papai-Noel era pontual e se estivésse acordada nesse horário, adeus presentes e eu teria gastado minha cota de bom comportamento à tôa. Seria o Papai-Noel pontual ou seriam meus pais dois soníferos inveterados?
Fato que hoje em dia a criançada fica acordada até altas horas e essa expectativa nem existe tanto, já que os presentes vêm de tudo que é lado. Eu ganhava vários também, mas, todos eram filtrados pela minha mãe que só liberava na manhã natalina ao acordar. Lembro da emoção que era quando os presentes eram como bicicletas e autoramas (que eu adorava!).
Hoje nada disso se faz especial. Não sei se as crianças conseguem ter a mesma emoção que eu tinha nessa data. Afinal, vivemos em épocas onde repetir de ano na escola é sinal de que a escola é ruim e não sinal que não houve estudo e acompanhamento suficiente. Onde não importa a data os presentes são gigantescos mesmo para aqueles cujo comportamento não é dos melhores porque 'tadinho, os amiguinhos tem'. E assim vamos criando os monstrenguinhos e ai de quem se oponha, graças às tais novas metodologias de educação.
O que muitas vezes esquecemos ao assistir à esse espetáculo natalino de compras insandecidas (afinal é o fim do mundo, como diz uma amiga) comilança desenfreada e ursinhos tocando pandeiro na decoração do shopping, é que o maior sentido do Natal é lembrar-nos do amor.
O amor em sua forma maior. O amor fraterno entre os seres humanos. O querer-bem. A energia positiva. A paz.
Esse Natal eu gostaria que fosse dedicado à David e Sean Goldman. Por acaso do destino, pai e filho. Sim, por acaso do destino. David não se esquivou do amor que sente pelo filho Sean mesmo esse tendo sido raptado pela mãe (tenha tido ela o motivo que fosse) e trazido para o Brasil definitivamente (David acreditou ser apenas um período de férias). Perdeu a mulher e o filho em uma só tacada. Os motivos não vêem ao caso no momento.
O amor que David sente por Sean fez com que ele lutasse por cinco incansáveis anos travando uma batalha consular internacional entre Brasil e Estados Unidos e por fim, conseguindo a guarda do menino que nessa noite de Natal voou com o pai de volta para casa. Hoje ele tem 09 anos de idade e seu quarto continua o mesmo.
Mais uma coincidência: a noite de Natal. A mesma noite em que segundo a bíblia, Deus colocou na Terra seu filho entregando-o para seu representante como 'pai' aqui. Foi também a primeira noite de Jesus filho de José e José com seu pai Jesus.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
O tiro na culatra (que nem saiu!)
1) Garota (ai caramba... mas eu já tenho 28!) caminha por avenida residencial porém iluminada e com algumas lojas de serviços, em bairro bacana, a noite, fazendo o trajeto academia-casa. Roupas 'á vontade' suada, mochila nas costas, ouve música com fone de ouvidos. Há movimento normal na rua: nem cheia nem deserta.
2) Em frente a um ponto de ônibus localizado na calçada de uma agência bancária fechada pelo horário, um homem magro, alto, cerca de 25 anos, moreno escuro (não, não é negro, é moreno escuro mesmo) cruza a calçada em direção à rua e percebe a garota que vem vindo em sua direção.
3) A garota percebe o homem e lembra vagamente de quando quase foi assaltada no Rio de Janeiro exatamente um ano antes (Vide: 'Cada um tem o Jackson que merece').
4) O homem olha para a garota e coloca a mão na cintura como que procurando algo e faz marcar na altura da calça um 'retângulo' como um caixa de óculos. Olha para ela.
5) A garota pensa: 'Não, né? Ele não vai querer vir tentar me assaltar dizendo que isso e uma arma, né?'
6) O homem se aproxima da garota e diz 'Hei! Eu tô armado!'
7) A garota não dá bola e segura o riso. Obviamente aquilo é patético. Não passa de uma caixa de óculos. Diz 'Ah, tá!' e continua andando.
8) Ao primeiro passo dela, ele segura sua blusa na altura do ombro direito tentando empurrá-la para a parede.
9) Ela 'dá um chega pra lá' nele e fala séria: 'Sai!' levantando os braços.
10) Ele, frustrado, se re-encosta no muro de onde nunca deveria ter saido. Pensou que quem deveria assustar quem seria ele a ela, e não ao contrário! O máximo que ele pode foi dar um estalo na alça do sutiã dela quando segurou sua blusa. Um pouco só mais bruto do que os meninos da 5a série costumavam fazer.
11) Ela que em momento algum pensou em parar de andar, pensou no ridículo da situação. Ainda teve tempo de olhar para trás e ver a cara dele 'emputecido' com a frustração. Não aguentou, teve um acesso não-histérico de riso. Foi uma gargalhada interna, entendida e pensada.
12) Um senhor que viu o breve fato de longe, riu junto, desaprovou o frustrado e nem se deu o trabalho de atravessar a rua para não passar por ele em seu caminho.
NÃO SE FAZEM MAIS ASSALTANTES COMO ANTIGAMENTE!
NÃO FAÇAM ISSO! SE OS SINTOMAS PERSISTIREM, PROCUREM UM MÉDICO!
'eu juro que é melhor... não ser um normal... se eu posso pensar, que Deus, sou eu! e Brrrrrrrr'
Foi mais ou menos assim:
2) Em frente a um ponto de ônibus localizado na calçada de uma agência bancária fechada pelo horário, um homem magro, alto, cerca de 25 anos, moreno escuro (não, não é negro, é moreno escuro mesmo) cruza a calçada em direção à rua e percebe a garota que vem vindo em sua direção.
3) A garota percebe o homem e lembra vagamente de quando quase foi assaltada no Rio de Janeiro exatamente um ano antes (Vide: 'Cada um tem o Jackson que merece').
4) O homem olha para a garota e coloca a mão na cintura como que procurando algo e faz marcar na altura da calça um 'retângulo' como um caixa de óculos. Olha para ela.
5) A garota pensa: 'Não, né? Ele não vai querer vir tentar me assaltar dizendo que isso e uma arma, né?'
6) O homem se aproxima da garota e diz 'Hei! Eu tô armado!'
7) A garota não dá bola e segura o riso. Obviamente aquilo é patético. Não passa de uma caixa de óculos. Diz 'Ah, tá!' e continua andando.
8) Ao primeiro passo dela, ele segura sua blusa na altura do ombro direito tentando empurrá-la para a parede.
9) Ela 'dá um chega pra lá' nele e fala séria: 'Sai!' levantando os braços.
10) Ele, frustrado, se re-encosta no muro de onde nunca deveria ter saido. Pensou que quem deveria assustar quem seria ele a ela, e não ao contrário! O máximo que ele pode foi dar um estalo na alça do sutiã dela quando segurou sua blusa. Um pouco só mais bruto do que os meninos da 5a série costumavam fazer.
11) Ela que em momento algum pensou em parar de andar, pensou no ridículo da situação. Ainda teve tempo de olhar para trás e ver a cara dele 'emputecido' com a frustração. Não aguentou, teve um acesso não-histérico de riso. Foi uma gargalhada interna, entendida e pensada.
12) Um senhor que viu o breve fato de longe, riu junto, desaprovou o frustrado e nem se deu o trabalho de atravessar a rua para não passar por ele em seu caminho.
NÃO SE FAZEM MAIS ASSALTANTES COMO ANTIGAMENTE!
NÃO FAÇAM ISSO! SE OS SINTOMAS PERSISTIREM, PROCUREM UM MÉDICO!
'eu juro que é melhor... não ser um normal... se eu posso pensar, que Deus, sou eu! e Brrrrrrrr'
Foi mais ou menos assim:
domingo, 20 de dezembro de 2009
PROMESSAS DE UM NOVO ANO
1) Independência
2) Gastar menos
3) Viver um grande amor
4) Fazer um filme
5) Ler um livro
6) Plantar uma árvore
7) Andar menos de carro
8) Ir mais à praia
9) Pegar onda
10) Ouvir música
11) Dar risada
12) Diversão!
13) Ser mais leve.
"Viver, e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e, cantar e, cantar a beleza de ser um eterno aprendiz. Eu sei, eu sei. Que a vida devia ser bem melhor e será! Mas isso não impede que eu repita: é bonita, é bonita e, é bonita!"
2) Gastar menos
3) Viver um grande amor
4) Fazer um filme
5) Ler um livro
6) Plantar uma árvore
7) Andar menos de carro
8) Ir mais à praia
9) Pegar onda
10) Ouvir música
11) Dar risada
12) Diversão!
13) Ser mais leve.
"Viver, e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e, cantar e, cantar a beleza de ser um eterno aprendiz. Eu sei, eu sei. Que a vida devia ser bem melhor e será! Mas isso não impede que eu repita: é bonita, é bonita e, é bonita!"
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
AU(PO)DISMO
Tudo bem! Confesso que percebi que estou falando um pouco demais da Big Apple. Não sou nenhuma deslumbrada, muito menos com 'estadunidisses' e, sim, conheço outros lugares no mundo e sim também, no Brasil. Acontece que nasci e cresci em São Paulo e, de vez em quando, é bom lembrar que algum lugar já passou por tudo isso aqui (embora nossa terra de Anchieta continue ganhando em tamanho, trânsito, poluição, trânsito, caos geral).
Hoje deparei-me com algo interessante. Estou apaixonada pelo meu Ipod (em português: 'ai,pode'). Já havia reparado lá no Tio Sam que todos mundo, mas todo mundo mesmo, independente de raça, cor sexo, religião, condição social ou idade, anda na rua com um fone no ouvido. Ninguém se ouve. Todo mundo so ouve que quer.
Então, as pessoas não se falam porque estão imersas em seus mundinhos MP'x'ai,podianos. E só ouvindo aquilo que conhecem que lhes é confortável. Para que abrir a cabeça? Para quê idéias novas? Rádio? Que coisa chata!
Vira quase um autismo, né?
Me incomoda as vezes o fato de não ouvir bem o que acontece do lado de fora dos fones de ouvido, o que me faz andar muitas vezes com apenas um fone no ouvido e o outro pendurado. Pelo menos eu, que estou aqui no mundo, to percebendo ele. To percebendo tanto que quando fui no supermercado aqui embaixo comprar uma escova de dentes e, encontrei minha vizinha também de Ipod que havia ido fazer a mesma coisa (comprar algum produto de higiêne pessoal também) tenho certeza que ela nem ouviu meu 'oi' que poderia ter gerado uma conversa construtiva apenas me acenando com a cabeça. Tenho certeza que ela não percebeu que o pisão que ela deu no pé da moça que estava andando ao seu lado doeu.
Tenho certeza também que ela não percebeu a quantidade enorme de sacolinhas plásticas que ela pegou para colocar umas duas coisinhas. Não percebeu, não se percebeu, não percebeu o mundo de coisas à sua volta. Imersa em seu Ipod ouvindo 'o melhor disco brasileiro de sucessos do passado'. Nada de novo. Nada de horizontes. Paredes fechadas e conhecidas.
O Ipod então me fez pensar e me questionar sobre até que ponto é realmente interessante essa idéia de colocar um fone no ouvido e sair por aí carregando meu mundo. Existe um exercício de teatro muito bacana que é assim: você fecha os olhos calmamente e tenta perceber todos os sons que estão a sua volta. Faça isso por um minuto. Cada vez que fizer vai perceber que seu ouvido está mais e mais apurado.
Na época do homem das cavernas, a nossa orelha até mexia a fim de escutar os sons mais distantes. É como numa sintonia fina. Que o fone do Ipod nos impede, nos bloqueia.
Adoro música e meu Ipod tem rádio! Então muitas vezes eu faço parte desse grupo preguiçoso sonísticamente falando, mas, devemos nos policiar. Dar uma de Caetano Veloso e perguntar-nos sempre: 'Ai, pode? Ou não?'
Hoje deparei-me com algo interessante. Estou apaixonada pelo meu Ipod (em português: 'ai,pode'). Já havia reparado lá no Tio Sam que todos mundo, mas todo mundo mesmo, independente de raça, cor sexo, religião, condição social ou idade, anda na rua com um fone no ouvido. Ninguém se ouve. Todo mundo so ouve que quer.
Então, as pessoas não se falam porque estão imersas em seus mundinhos MP'x'ai,podianos. E só ouvindo aquilo que conhecem que lhes é confortável. Para que abrir a cabeça? Para quê idéias novas? Rádio? Que coisa chata!
Vira quase um autismo, né?
Me incomoda as vezes o fato de não ouvir bem o que acontece do lado de fora dos fones de ouvido, o que me faz andar muitas vezes com apenas um fone no ouvido e o outro pendurado. Pelo menos eu, que estou aqui no mundo, to percebendo ele. To percebendo tanto que quando fui no supermercado aqui embaixo comprar uma escova de dentes e, encontrei minha vizinha também de Ipod que havia ido fazer a mesma coisa (comprar algum produto de higiêne pessoal também) tenho certeza que ela nem ouviu meu 'oi' que poderia ter gerado uma conversa construtiva apenas me acenando com a cabeça. Tenho certeza que ela não percebeu que o pisão que ela deu no pé da moça que estava andando ao seu lado doeu.
Tenho certeza também que ela não percebeu a quantidade enorme de sacolinhas plásticas que ela pegou para colocar umas duas coisinhas. Não percebeu, não se percebeu, não percebeu o mundo de coisas à sua volta. Imersa em seu Ipod ouvindo 'o melhor disco brasileiro de sucessos do passado'. Nada de novo. Nada de horizontes. Paredes fechadas e conhecidas.
O Ipod então me fez pensar e me questionar sobre até que ponto é realmente interessante essa idéia de colocar um fone no ouvido e sair por aí carregando meu mundo. Existe um exercício de teatro muito bacana que é assim: você fecha os olhos calmamente e tenta perceber todos os sons que estão a sua volta. Faça isso por um minuto. Cada vez que fizer vai perceber que seu ouvido está mais e mais apurado.
Na época do homem das cavernas, a nossa orelha até mexia a fim de escutar os sons mais distantes. É como numa sintonia fina. Que o fone do Ipod nos impede, nos bloqueia.
Adoro música e meu Ipod tem rádio! Então muitas vezes eu faço parte desse grupo preguiçoso sonísticamente falando, mas, devemos nos policiar. Dar uma de Caetano Veloso e perguntar-nos sempre: 'Ai, pode? Ou não?'
sábado, 12 de dezembro de 2009
Esse sentimento.
Na maioria das vezes não gosto de ver os filmes no calor da hora. Espero passar um tempo, a fogueira baixar e aí quando ninguém mais está falando no assunto eu vejo e consigo ter minhas opiniões menos invadidas e adulteradas. Por fim assisti a 'Budapeste' na restrospectiva de filmes nacionais anual do 'meu' cinema (o Cinesesc, na Augusta em São Paulo).
Como de praxe optei pelo bar do cinema. Sim, senhoras e senhores! O Cinesesc tem um bar fantástico dentro da sala de cinema onde se pode assitir o filme normalmente com a vantagem de beliscar algo além do seu namorado na sala escurinha... Esse é apenas um dos motivos que o faz um dos cinemas mais bacanas da cidade.
Bom, 'Budapeste' tem uma fotografia maravilhosa.
Afinal o diretor é o Walter Carvalho.
Ponto.
Que mais?
Não. É só isso mesmo.
Ah! O Léo é um puta ator. Só.
Sobre a obra em si, é só.
Uma coisinha me fez pensar. E é um texto quase imperceptível do personagem central, o José Costa (Léo Medeiros) dizendo ao telefone ter saudades do Rio de Janeiro. Isso me pegou. Achei extremamente comum e ao mesmo tempo engraçado.
Ele fala mais ou menos assim: " Saudades do Pão de Açúcar, saudades do Maracanã...". Parei por aí porque fiquei matutando aqui: eu, que sou paulista-paulistana, moro em São Paulo e tal... quando tenho saudade do país não tenho saudade do Masp nem do Monumento às Bandeiras. Tenho saudade da comida da Neuzinha (que cozinha aqui em casa), tenho saudade de ver novela com a minha avó, de conversar com a minha mãe... essas coisas.
Acho estranho a pessoa ter saudade mais da paisagem do que do sentimento, sabe? Ou então... fala direito, né... tipo: 'tenho saudade de tomar sorvete num fim de tarde em baixo do Pão de Açúcar, saudade de ir domingo no Maraca ver o Mengo golear...' Acho mais próximo. Saudade é algo muito latino, muito brasileiro e muito profundo.
Eu estava morrendo de saudade de Nova York e nem por isso abracei a estátua da liberdade e disse: 'Estátua querida! Quanto tempo! Que saudades!!!'. Preferi sentir de novo o gosto do hot dog do Gray´s Papaya, como já disse em post anterior.
Vai... Gonçalves Dias e a 'Canção do Exílio' pra terminar em homenagem ao meu ex-professor de trigonometria no colégio (Prof. Hélio):
"Minha terra tem palmeiras /Onde canta o sabiá /As árvores que aqui gorjeiam /Não gorjeiam como lá
Nosso céu tem mais estrelas / Nossas várzeas tem mais flores /Nossos bosques tem mais vida /Nossas vidas mais amores
Em cismar sozinh a noite /Mais prazer encontro eu lá /Minha terra tem palmeiras /Onde canta o sabiá
Minha terra tem primores /Que tais não encontro eu cá /Em cismar sozinho a noite /Mais prazer eu encontro lá /Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá
Não permita Deus que eu morra /Sem que volte para lá /Sem que eu desfrute os primores /Que já não encontro por cá /Sem que eu ainda aviste as palmeiras /Onde canta o sabiá"
(Versão do Prof Hélio)
'Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá
Seno 'a' Coseno 'b'
Seno 'b' Coseno 'a'"
Como de praxe optei pelo bar do cinema. Sim, senhoras e senhores! O Cinesesc tem um bar fantástico dentro da sala de cinema onde se pode assitir o filme normalmente com a vantagem de beliscar algo além do seu namorado na sala escurinha... Esse é apenas um dos motivos que o faz um dos cinemas mais bacanas da cidade.
Bom, 'Budapeste' tem uma fotografia maravilhosa.
Afinal o diretor é o Walter Carvalho.
Ponto.
Que mais?
Não. É só isso mesmo.
Ah! O Léo é um puta ator. Só.
Sobre a obra em si, é só.
Uma coisinha me fez pensar. E é um texto quase imperceptível do personagem central, o José Costa (Léo Medeiros) dizendo ao telefone ter saudades do Rio de Janeiro. Isso me pegou. Achei extremamente comum e ao mesmo tempo engraçado.
Ele fala mais ou menos assim: " Saudades do Pão de Açúcar, saudades do Maracanã...". Parei por aí porque fiquei matutando aqui: eu, que sou paulista-paulistana, moro em São Paulo e tal... quando tenho saudade do país não tenho saudade do Masp nem do Monumento às Bandeiras. Tenho saudade da comida da Neuzinha (que cozinha aqui em casa), tenho saudade de ver novela com a minha avó, de conversar com a minha mãe... essas coisas.
Acho estranho a pessoa ter saudade mais da paisagem do que do sentimento, sabe? Ou então... fala direito, né... tipo: 'tenho saudade de tomar sorvete num fim de tarde em baixo do Pão de Açúcar, saudade de ir domingo no Maraca ver o Mengo golear...' Acho mais próximo. Saudade é algo muito latino, muito brasileiro e muito profundo.
Eu estava morrendo de saudade de Nova York e nem por isso abracei a estátua da liberdade e disse: 'Estátua querida! Quanto tempo! Que saudades!!!'. Preferi sentir de novo o gosto do hot dog do Gray´s Papaya, como já disse em post anterior.
Vai... Gonçalves Dias e a 'Canção do Exílio' pra terminar em homenagem ao meu ex-professor de trigonometria no colégio (Prof. Hélio):
"Minha terra tem palmeiras /Onde canta o sabiá /As árvores que aqui gorjeiam /Não gorjeiam como lá
Nosso céu tem mais estrelas / Nossas várzeas tem mais flores /Nossos bosques tem mais vida /Nossas vidas mais amores
Em cismar sozinh a noite /Mais prazer encontro eu lá /Minha terra tem palmeiras /Onde canta o sabiá
Minha terra tem primores /Que tais não encontro eu cá /Em cismar sozinho a noite /Mais prazer eu encontro lá /Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá
Não permita Deus que eu morra /Sem que volte para lá /Sem que eu desfrute os primores /Que já não encontro por cá /Sem que eu ainda aviste as palmeiras /Onde canta o sabiá"
(Versão do Prof Hélio)
'Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá
Seno 'a' Coseno 'b'
Seno 'b' Coseno 'a'"
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Invictus!
"Dentro da noite que me cobre,
negra como as profundezas
de um polo a outro,
Agradeço aos Deuses
(se é que existem)
pela minha alma indomita.
Nas garras ferozes das circunstâncias
não me encolhi
nem fiz alarde do meu pranto
Golpeada pelo acaso,
minha cabeça sangra,
mas não se curva.
Longe deste lugar de ira e lágrimas
só assoma o horror da sombra
e, ainda assim,
a ameaça dos anos me encontra,
e me encontrará sempre,
destemido.
Não importa quão estreita seja a porta
quão profusa em punições seja a lista
sou o mestre do meu destino
sou o capitão da minha alma"
Willian Henley - Escritor britânico do início do século XX
negra como as profundezas
de um polo a outro,
Agradeço aos Deuses
(se é que existem)
pela minha alma indomita.
Nas garras ferozes das circunstâncias
não me encolhi
nem fiz alarde do meu pranto
Golpeada pelo acaso,
minha cabeça sangra,
mas não se curva.
Longe deste lugar de ira e lágrimas
só assoma o horror da sombra
e, ainda assim,
a ameaça dos anos me encontra,
e me encontrará sempre,
destemido.
Não importa quão estreita seja a porta
quão profusa em punições seja a lista
sou o mestre do meu destino
sou o capitão da minha alma"
Willian Henley - Escritor britânico do início do século XX
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Coisas a fazer em NY
- Comer vários hot dogs do Gray´s Papaya;
É bem simples: uma salsicha e pão. O hot dog original. Mas ali tem algo. Sem contar com o ketchup, a mostarda (que na verdade é dijon) e um sensacional molho de cebola! Peça acompanhado de tipo uma vitamina de papaya que é sensacional tb! Na promoção 2 hot dogs + 1 papaya sai por U$ 4,25.
- Assistir Mary Poppins, The Phanton of the Opera e In the Heights (este último se tiver tempo e grana);
É impressionante como passados mais de 50 anos da estréia de Mary Poppins com a Julie Andrews, a babá que todo mundo gostaria de ter ainda faz um sucesso estrondoso! E não é por menos! Sapateado, ilusão de ótica, magia, excelentes coreografias, circo, charme, bom gosto, alegria! A hora que Mary Poppins voa sobre a platéia é de chorar! É para voltar a ser criança e querer voar com ela!
O Fantasma sem comentários. Já foram feitos por mais de 100 anos e todos são veridicos. É algo realmente tocante, tanto as interpretações como as músicas e a encenação.
Já o novato 'In the Heights' que ano passado ganhou até Tony de melhor espetáculo. Não sei como. O enredo é quase inintendível, não há clímax convincente e muitas vezes beira a pieguice. Por incrível que pareça, também passados mais de 40 anos, o que ainda retrata os 'chicanos' é o bom e velho 'West Side Story' ('I like to be in America...').
- Atravessar a ponte do Brooklyn a pé;
Marco da arquitetura nova-iorquina, o local é usado para 'footing' e para observar a cidade. Em meia hora a travessia é completada.
- Curtir uma balada na Touch;
Bem poderia ser uma balada tipo 'Royal' em São Paulo ou alguma da zona sul carioca. As músicas iam de anos 80 e 90 a um bom hip-hop tipo 50cent. O nome da balada é esse porque o balcão onde as bebidas são servidas é escuro e a medida que vc toca ele acende. Outra particularidade do local é que a atendente é a cara da Cléo Pires. Ele pediu inclusive para que escrevesse o nome da Cléo num papel para ela procurar no google porque todo mundo diz isso.
Algo que me impressionou ali foi a sexualidade 'do mal' das patricinhas da big apple. É uma balada high society por lá e, ao mesmo tempo que eu e um amigo tivemos que voltar ao hotel para trocar de roupa pois fomos barrados por ele estar de tenis e camiseta (normal para baladas daqui), a cafonice dos vestidos era gritante. O pior foi ver uma banalização do sexo não como nos 'pancadões da vida' por aqui, onde sabemos que mulheres viram frutas enquanto os caras passam 'o cartão de crédito', mas, no sentido de uma quase obrigatoriedade de dançar fazendo movimentos sexuais em dupla, nas posições mais 'kama-sutrianas' possíveis.
Longe de mim ser puritana, mas, isso realmente me chocou pelo baixo nível, pela falta de senso e, de amor próprio talvez? Em todas as 'posições' a mulher era sempre objeto e submissa. Como pode? Precisamos disso nos dias de hoje???
- Comprar CDs na Other Music perto da Blecker St.
É uma lojinha de raridades onde destacam-se cds da Gal, do Caetano, do Djavan, de Gil, Bethânia e principalmente: Mutantes!
- Ir no Moma ver a exposição da Bauhaus e do Tim Burton!
- Comer uma 'pasta' no Sofia´s do Little Italy
- Comer uma 'pasta' em uma pequena Trattoria que fica na 9a. Ave. entre a 40the a 41th W e que é só uma portinha, por isso eu não lembro o nome.
- Patinar no Rockfeller Center e subir no Top of Rocks no prédio da NBC (GE Building) na frente.
- Andar de Carrossel no Central Park.
- Para quem curte tecnologia, não perder a loja da Apple da 5a. Ave.
- Comer um Pretzel na Auntie Annie´s.
É o Pretzel tradicional. O melhor da cidade com certeza. De-lí-ci-a!!!
É bem simples: uma salsicha e pão. O hot dog original. Mas ali tem algo. Sem contar com o ketchup, a mostarda (que na verdade é dijon) e um sensacional molho de cebola! Peça acompanhado de tipo uma vitamina de papaya que é sensacional tb! Na promoção 2 hot dogs + 1 papaya sai por U$ 4,25.
- Assistir Mary Poppins, The Phanton of the Opera e In the Heights (este último se tiver tempo e grana);
É impressionante como passados mais de 50 anos da estréia de Mary Poppins com a Julie Andrews, a babá que todo mundo gostaria de ter ainda faz um sucesso estrondoso! E não é por menos! Sapateado, ilusão de ótica, magia, excelentes coreografias, circo, charme, bom gosto, alegria! A hora que Mary Poppins voa sobre a platéia é de chorar! É para voltar a ser criança e querer voar com ela!
O Fantasma sem comentários. Já foram feitos por mais de 100 anos e todos são veridicos. É algo realmente tocante, tanto as interpretações como as músicas e a encenação.
Já o novato 'In the Heights' que ano passado ganhou até Tony de melhor espetáculo. Não sei como. O enredo é quase inintendível, não há clímax convincente e muitas vezes beira a pieguice. Por incrível que pareça, também passados mais de 40 anos, o que ainda retrata os 'chicanos' é o bom e velho 'West Side Story' ('I like to be in America...').
- Atravessar a ponte do Brooklyn a pé;
Marco da arquitetura nova-iorquina, o local é usado para 'footing' e para observar a cidade. Em meia hora a travessia é completada.
- Curtir uma balada na Touch;
Bem poderia ser uma balada tipo 'Royal' em São Paulo ou alguma da zona sul carioca. As músicas iam de anos 80 e 90 a um bom hip-hop tipo 50cent. O nome da balada é esse porque o balcão onde as bebidas são servidas é escuro e a medida que vc toca ele acende. Outra particularidade do local é que a atendente é a cara da Cléo Pires. Ele pediu inclusive para que escrevesse o nome da Cléo num papel para ela procurar no google porque todo mundo diz isso.
Algo que me impressionou ali foi a sexualidade 'do mal' das patricinhas da big apple. É uma balada high society por lá e, ao mesmo tempo que eu e um amigo tivemos que voltar ao hotel para trocar de roupa pois fomos barrados por ele estar de tenis e camiseta (normal para baladas daqui), a cafonice dos vestidos era gritante. O pior foi ver uma banalização do sexo não como nos 'pancadões da vida' por aqui, onde sabemos que mulheres viram frutas enquanto os caras passam 'o cartão de crédito', mas, no sentido de uma quase obrigatoriedade de dançar fazendo movimentos sexuais em dupla, nas posições mais 'kama-sutrianas' possíveis.
Longe de mim ser puritana, mas, isso realmente me chocou pelo baixo nível, pela falta de senso e, de amor próprio talvez? Em todas as 'posições' a mulher era sempre objeto e submissa. Como pode? Precisamos disso nos dias de hoje???
- Comprar CDs na Other Music perto da Blecker St.
É uma lojinha de raridades onde destacam-se cds da Gal, do Caetano, do Djavan, de Gil, Bethânia e principalmente: Mutantes!
- Ir no Moma ver a exposição da Bauhaus e do Tim Burton!
- Comer uma 'pasta' no Sofia´s do Little Italy
- Comer uma 'pasta' em uma pequena Trattoria que fica na 9a. Ave. entre a 40the a 41th W e que é só uma portinha, por isso eu não lembro o nome.
- Patinar no Rockfeller Center e subir no Top of Rocks no prédio da NBC (GE Building) na frente.
- Andar de Carrossel no Central Park.
- Para quem curte tecnologia, não perder a loja da Apple da 5a. Ave.
- Comer um Pretzel na Auntie Annie´s.
É o Pretzel tradicional. O melhor da cidade com certeza. De-lí-ci-a!!!
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
EXPO FAVELA DO SÉRGIO EM MONTRÉAL!
Bom, dentre o que fizemos e conquistamos em Montréal, uma das coisas mais bacanas foi poder deixar exposto o trabalho do Sérgio no Centro Cultural Mercier ao norte da cidade. Isso seria impossível sem o incentivo e ânimo de duas queridas amigas: Annie Roy (fundadora do ATSA, entidade que convidou a 'Arquitetura do Papelão' para o État D´Urgence) e Annie-Marie Beaulieu (artista plástica responsável pelos trabalhos de arte da Saint James Church).
Como ficamos mais um dia em Montréal o Charles (que já sabe montar e desmontar a instalação) junto com o Pierre Allard (fundador do ATSA), o Robinho e o Sérjão montaram tudo no hall de entrada do local que é uma posição previlegiada.
O mais legal é que a peça vai 'excursionar' pelos Centros Culturais de Montréal. Cerca de 02 meses em cada um. Ao total são 15 e o trabalho deve passar pela maioria!
Olha aqui a entrevista que o Sérgio deu para o La Presse, um dos jornais mais importantes do mundo.
Vá lá!!
- Maison de la culture Mercier: 8105 rue Hochelaga, Montréal - QC - Canadá
Como ficamos mais um dia em Montréal o Charles (que já sabe montar e desmontar a instalação) junto com o Pierre Allard (fundador do ATSA), o Robinho e o Sérjão montaram tudo no hall de entrada do local que é uma posição previlegiada.
O mais legal é que a peça vai 'excursionar' pelos Centros Culturais de Montréal. Cerca de 02 meses em cada um. Ao total são 15 e o trabalho deve passar pela maioria!
Olha aqui a entrevista que o Sérgio deu para o La Presse, um dos jornais mais importantes do mundo.
Vá lá!!
- Maison de la culture Mercier: 8105 rue Hochelaga, Montréal - QC - Canadá
Endereços interessantes em Montréal!
De Montréal eu lembrava de poucas coisas. Quando se tem 16 anos e se viaja com um monte de novos amigos mais velhos, não dá para lembrar muito, né? Sabe aquela frase 'estive em Amsterdã mas não me lembro?'. Do que lembro inclui uma rua com um monte de sex-shops e a Catedral de Notre Dame (cópia da de Paris) na Place des Arms (cópia da de Paris). Dois extremos.
A rua é a Rue Saint Catherine, Centre-Montréal. Hoje é uma mistura de 25 de março com Santa Ifigênia numa versão de primeiro mundo. Sem camelôs (também com o frio não dá!) e sem muita gritaria (também com o frio, não dá!).
Bom, aqui vai uma listinha de lugares em Montréal:
-Loja de departamento (serve como supermercado, farmácia, eletrônicos e roupas) - tem um pouco de tudo e de tudo um pouco: Jean Coutu
-Comidinhas:
1) Thailandesa (lá comer uma Thai é como a gente ir num 'japa'): Thäi Express
2) Libanesa (também é uma boa pedida de fast food por lá): Amir
3) Brasileira: a Eliana Saia é dona do Café Chez Brasil onde vende o melhor brigadeiro de Montréal. Uma simpatia de pessoa, nos achou porque dentre suas atividades está cantar numa banda de música brasileira. Banda essa que tocou na 'Noite Brasileira' do État D´Urgence.
- Barzinhos:
1) Le Cheval Blanc é um barzinho tipo 'pub' bem tradicional, mas, muito aconchegante e com música boa, num volume bom, onde é possível até... conversar!
2) Outro também tradicional na cena alternativa é o Le divan orange. Vale a pena para ouvir o que há de novo de música canadense.
- Hotel / Hostel
1) É tido como albergue, mas, o Auberge Le Pomerol, vai além disso. Tratamento super bacana e particular sem aquele esquema 'ripongo' de muitos albergues. É como um hotel 2 ou 3 estrelas. Vale a pena!
- Música
1) Montréal tem o festival de Jazz mais conhecido do mundo e um dos mais conceituados também. Esse feztival mantém uma loja com raridades e souvenires ali na St Catherine. Montréal Jazz Festival.
2) Uma das maiores lojas de música está também na St Catherine. São 4 andares de sons. Chama Archambault.
- Material Elétrico - Quincallerie! (Entendeu de onde veio 'quinquilharia'?)
1) Quincaillerie Mousette - Rue Ontario Est, 1561 - Montréal, QC. Lá você encontra boa parte de material de elétrica além de alguns artigos de decoração.
A rua é a Rue Saint Catherine, Centre-Montréal. Hoje é uma mistura de 25 de março com Santa Ifigênia numa versão de primeiro mundo. Sem camelôs (também com o frio não dá!) e sem muita gritaria (também com o frio, não dá!).
Bom, aqui vai uma listinha de lugares em Montréal:
-Loja de departamento (serve como supermercado, farmácia, eletrônicos e roupas) - tem um pouco de tudo e de tudo um pouco: Jean Coutu
-Comidinhas:
1) Thailandesa (lá comer uma Thai é como a gente ir num 'japa'): Thäi Express
2) Libanesa (também é uma boa pedida de fast food por lá): Amir
3) Brasileira: a Eliana Saia é dona do Café Chez Brasil onde vende o melhor brigadeiro de Montréal. Uma simpatia de pessoa, nos achou porque dentre suas atividades está cantar numa banda de música brasileira. Banda essa que tocou na 'Noite Brasileira' do État D´Urgence.
- Barzinhos:
1) Le Cheval Blanc é um barzinho tipo 'pub' bem tradicional, mas, muito aconchegante e com música boa, num volume bom, onde é possível até... conversar!
2) Outro também tradicional na cena alternativa é o Le divan orange. Vale a pena para ouvir o que há de novo de música canadense.
- Hotel / Hostel
1) É tido como albergue, mas, o Auberge Le Pomerol, vai além disso. Tratamento super bacana e particular sem aquele esquema 'ripongo' de muitos albergues. É como um hotel 2 ou 3 estrelas. Vale a pena!
- Música
1) Montréal tem o festival de Jazz mais conhecido do mundo e um dos mais conceituados também. Esse feztival mantém uma loja com raridades e souvenires ali na St Catherine. Montréal Jazz Festival.
2) Uma das maiores lojas de música está também na St Catherine. São 4 andares de sons. Chama Archambault.
- Material Elétrico - Quincallerie! (Entendeu de onde veio 'quinquilharia'?)
1) Quincaillerie Mousette - Rue Ontario Est, 1561 - Montréal, QC. Lá você encontra boa parte de material de elétrica além de alguns artigos de decoração.
Terra da Garôa. (E que garôa!)
De volta ao QG! E que chegada...
Já do avião quando li a Folha de ontem 'com notícias de anteontem', e na Revista um comentário da Barbara Gancia a respeito das mortes de Leila Lopes e do Lombardi. Como a jornalista é conhecida por seus comentários sarcásticos poderia ser apenas uma piada.
O avião pousou em Guarulhos e ninguém entendia porquê quase uma hora de espera para taxear e parar de vez. Quando as portas de abriram e meu celular voltou a funcionar houve uma metralhada de mensagens. A mesma mensagem: a cidade está um caos. Não daria para ninguém me buscar e era para eu ver como voltar para casa. Foi cogitada inclusive uma ida ao Rio de Janeiro por falta de condições de sair de Cumbica.
Algumas horas (e brigas) depois consegui um Airport Service 'Tour'. Iria da República à Congonhas. E até que veio bem...
Ao chegar em casa a primeira notícia veio do meu pai: 'Viu o que aconteceu com o Marião, aquele escritor seu amigo?'. Aí veio a bomba: Mário Bortolotto está internado em coma induzido em estado grave na Santa Casa de São Paulo depois de levar três tiros em um assalto no bar do Espaço Parlapatões na Praça Roosevelt. O cartunista Carcarah que estava com ele também levou tiros.
A Praça Roosevelt é um lugar que depois de anos de abandono e degradação viu seus dias de glamour voltarem de forma 'cult'. Os teatros que ali se instalaram reviatalizaram a área deixando-a inclusive segura, pois, como diz Ivam Cabral, fundador com Rodolfo Garcia Vázques do grupo Os Satyros, o primeiro a se instalar por lá, o grande trunfo foi agregar as pessoas que já estavam na Praça. Tanto que a hosstess da região é a atriz cubana transexual Phedra D. Cordoba.
Sendo assim, de fanelinhas a trombadinhas convertidos, tem de tudo e todos são bem-vindos desde que estejam a fim de se divertir, beber umas e outras, fumar uns e outros e conversar com os amigos. E era isso que o Mário que começou como diretor, ator e dramaturgo da Cia Cemitério dos Automóveis estava fazendo com outras duas amigas (também minhas e queridas) Maria Manoella e Martha Nowill. O Carcarah que já teve alta, deu este depoimento:
"O Mário levantou de braços abertos, acho que queria proteger todo mundo, e disse: você não vai assaltar ninguém aqui. E partiu para cima do cara. Ele passou os braços por baixo do sovaco do assaltante, como num abraço. Os braços do cara ficaram nas costas do Bortolotto e com a arma na mão. Eu fui para cima, mas meio de lado, porque eu estava atrás do Bortolotto, o cara podia levantar o braço e atirar em mim. Aí eles caíram no chão, na porta, perto da bilheteria. Foi aí que o sujeito atirou em mim. Na delegacia falaram que tinha oito cartuchos. Eu senti um cheiro de pólvora, senti os tiros, vi a calça furada, mas achei que era chumbinho, porque não doía na hora. O sujeito conseguiu levantar e eu caí. Deitado no chão perguntei ao Bortolotto se ele tinha levado tiro e ele disse que sim, no ombro e na barriga. Ele atirou no Bortolotto deitado, embolado no chão, tanto que um dos tiros entrou pelo sovaco e varou todo o corpo dele."
Triste. Muito Triste. Força aí, Marião!
Depois, perguntei sobre a Leila Lopes e a notícia foi confirmada de forma trágica. Ela se matou ao que tudo indica.
Não faz muito tempo publiquei aqui uma foto dela com meu amigo Ivan Finotti em uma noitadinha no Astronete, onde eles dividiram a festa. Leila tinha botox nos lábios e com certeza algumas cirurgias plásticas também. Longe de mim querer falar qualquer coisa ou fazer qualquer estatística sobre cirurgia plástica - psique - suicidio, pois, não sou especialista nem estudiosa de nenhuma dessas áreas.
O que percebo muitas vezes é que o que leva as pessoas a fazerem cirurgias plásticas, dietas alucinantes e perigosas, encher a cara de alcool e/ou drogas (atenção eu não disse 'usar' eu disse 'encher a cara') é com toda certeza alguma insatisfação com a vida que se está levando. Claro que há excessões. Cirurgias plásticas por motivos de saúde como queimaduras graves ou outros acidentes são mais que bem vindas, afinal, foi com esse objetivo que essa ciência evoluiu. Assim como as dietas que devem sim ser feitas de forma controlada.
Leila Lopes sempre foi conhecida como a 'Professorinha Lú' que interpretou em 'Renascer' na Rede Globo na década de 90. A personagem logo ficou no imaginário masculino nacional. Mas... o tempo passa. E a lei a vida (e da gravidade) vale para todos de forma igual. Conhecida apenas por seus atributos físicos (alguém se lembra do intelectual? dizem que ela foi professora primária em Esteio no RS), não encontrou outra saida que não filmes pornográficos. Ela própria admitiu em sua carta de despedida que não soube admistrar o muito dinheiro que ganhou.
Mais uma vez acredito que isso esteja intrinsecamente ligado à uma só questão que é a certeza que todos nós, famosos ou não, gostosos ou não, ricos ou não, temos: a gente envelhece. E na maioria dos casos acaba morrendo, viu.
O filósofo grego Cícero em seu texto sobre 'Saber Envelhecer' fala sobre como viver essa fase (que é a vida toda, afinal, quando nascemos já começamos a morrer, não é?) após perceber discursos de Catão, o ancião. Ele rebate o senso comum:
1) 'A velhice nos afasta da vida ativa'. Uma mente bem trabalhada nunca deixa de buscar conhecimento e de fazer seu papel na sociedade prestando sensatez às mirabolantes idéias dos inexperientes jovens.
2) 'Ela enfraqueceria o nosso corpo'. Sim, ela enfraquece o nosso corpo como tantas outras coisas em diferentes fases da vida também o fazem ou vai me dizer que você tem a mesma elasticidade de um bebê?
3) 'Ela nos priva dos melhores prazeres'. Pode ficar tranquilo que o prazer sexual está ligado aos jovens hormônios. Com o tempo não resta nem saudade e nem vontade. Os interesses mudam. Lembra quando você era criança e colecionava álbum de figurinha? Fazia qualquer coisa para conseguir completar. Era tudo ou nada, sofria pacas. E hoje? Você sofre por isso ainda ou é apenas uma lembrança?
4) 'Ela nos aproxima da morte'. No início desse ano eu vinha de carro pela avenida Ipiranga no centro de São Paulo as 16h da tarde quando sofri um acidente que me causou micro-fratura cervical nas C5 a C7. As mais importantes para o funcionamento (neuro) do cérebro. Foi por muito pouco. E eu tinha 27 anos.
O grande aprendizado da vida acho que está aí: saber viver as diferentes fases, aproveitando cada uma delas. E outra: ser flexível. Você não é uma coisa só. Se não está rolando um caminho, parta para outro, tenha um plano B, C, D ... Z!
Antes de uma atitude drástica e radical, busque ajuda.
E por falar na vida....
Andei meio sumida e já voltei, pois, tem coisas que a gente aprende e não esquece jamais. Dentre elas...
.... escrever no blog!
É isso aí! Post longo pois as novidades de chegada foram muitas. Em breve: O melhor de NY!
Vá lá por favor:
- Quem puder doar sangue, por favor, doe no Hemocentro da Santa Casa. É um dos maiores hemocentros do país e não só salvou a vida do Mário como de tantos outros anônimos. O Mário usou 08 bolsas de anônimos.
- Quem ainda não viu, veja: 'Brutal' de Mário Bortolotto, com Maria Manoella, Martha Nowill e Carol Manica (e outros). O cartaz da peça foi feito pelo Henrique Figueiroa (Carcarah). Espaço Parlapatões - Praça Roosvelt, R$ 30,00, Sábados às 0h00 até dia 11/12.
-Hoje, dia 09/12 o Ivan Finotti e a Théa Torlaschi vão tocar no Hot Hot que é uma balada nova aqui em São Paulo e eu ainda não fui. Eles se apresentam sob pseudônimo de Los Macaquitos.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
New York Posts 2
Nem tudo e o que parece ser. (Porra! Aqui nao tem acentoooo). Nada como a luz do dia para clarear os caminhos. A impressao de ontem a noite passou por completo. O amanhecer com sol e sem chuva (bem diferente do que dizia a previsao do wheather.com) me mostrou um lugar claro e tranquilo. Os mesmos caras de ontem agora sao `brothers`.
O Joe me emprestou alguns livros bacanas com cronicas de NY, o Abi joga futebol em New Jersey onde faz faculdade de Ed. Fisica e o Ernest faz parte do Exercito da Salvacao. Alias, o quarteirao inteiro e do Exercito da Salvacao. So com a luz do dia pude ver isso. O Brooklyn nao tem mais a fama de perigoso e sim de longe e fora de mao (para quem nao esta acostumado com Sampa pode ate ser).
Andano pelo meu bairro provisorio para pegar o metro, lembro dos quadrinhos do Will Eisner e de quando eu fiz o Avenida Dropsie. Todo o universo que estava ali parece nao ter se mudado de NY ainda. Vale a pena dar uma conferida no site dele para saber um pouco mais sobre.
Ou'ca tb: Empire on Mind - Jay-z
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
New York Posts - 1
Bom, depois de uma viagem sensacional de trem contornando o Rio Hudson partindo de Montreal e chegando em NY, mesmo na chuva a city that never sleeps se mostra cinematografica. Metro, chuva. Gente, chuva. Arrebenta a alca da minha mala que acabei de comprar, chuva. Neguinho cantando uma merda de musica no metro, chuva. Neguinho cantando uma merda de musica no metro ha muito tempo e o metro nao chegando e irritando muuuito. Chuva.
'It's raining cats and dogs' diria meu pai que nao fala ingles.
Desce do metro e o mapa enanoso te faz andar e, andar e, andar. Chuva. Brooklyn. Rua vazia. Escuro. Sozinha. Chuva. Mais de 22 horas.
Chego, sem placa. Campainha, nao tem. Um homem de capuz grita da chuva: ' Downstairs!' e eu respondo macha: ' Downstair where? My friend!' Com certeza meu cabelo desgrenhado, molhado e eu com olheiras e cansada auxiliou no respeito.
Achei. Entrei. Quatro homens: um loiro com cara de Tiros em Columbine, outro com cara de indio mas na verdade e colombiano, outro com cara de bandido mesmo e um negao tipo dente de ouro. Fudeu!
Nessas horas que eu me dou parabens por ser tao pao-dura e metida a esperta. Amo NY, mas a patricinha aqui nunca tinha ficado do lado de ca da ponte, ne.... Bom agora e aquela situacao: `se o estupro e inevitavel, relaxa e goza' ou ainda ' estupra.. mas nao mata!'.
Pensei rapido e pior seria sair movamente na chuva, frio e escuridao sozinha em busca de algo melhor. Ja ta agora fica. Forca, coragem, vigor, energia e perseveranca. Outro detalhe que estava comecando a pegar: fome. Ah! E meu quarto e misto (pq e mais barato logico).
O local e antigo, mas e bem limpinho. O banheiro e super em ordem. Tranquei minhas coisas no armarinho e, novamente macha, desci para perguntar onde eu poderia comer algo. Todos fizeram cara de `ai, ai, ai`. `Isn't it really safe?` perguntei sabendo a resposta. Gaguejaram e me indicaram a loja de conviniencia da esquina. Tri-macha (para as gurias de POA isso) estufei os peitos, coloquei meu gorrinho sem-teto do Atsa e meti o casaco preto com gorro. Fui, falei grosso alto e complicado com o velhinho da loja. Perguntei pelo fast-food e ele me indicou o chines duas casas ao lado.
Na frente ha uma delegacia. Nao sei se isso e bom ou mau sinal.
Fato e que pela minha macheza ninguem se aproximou de mim. O mais dificil de tudo foi entender o que o chines (que e da China mesmo) estava dizendo no linguajar pessimo e com sotaque chino (mais chiuno que ingles mesmo) e com acento `yoh` aqui da area. Isso foi tarefa de Chapolim Colorado mesmo. Uma brasileira que estava em Montreal ouvindo frances e ingles com sotaque frances ha 10 dias e depois de 11 horas de trem e metro. Foi punk.
Na volta comecei a conversar com o colombiano. Gente fina, jogador de futebol do New Jersey e entende um pouco de portugues porque jogou em Portugal. Jantamos juntos. Ele um miojo e eu o chino (a comida do chino).
O que parece bandido nao e nao. Gente boa tambem. So estava com frio. O Tiros em Columbine ficou meu amiguinho e me emprestou um livro sobre New York de fotos antigas. O outro e uma simpatia. Vamos ver. Essa noite to por aqui. Amanha de manha com o dia claro eu resolvo o que vou fazer.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Notices D' Urgence 6 - the final...
``Sometimes people come into your life and you know
right away that they were meant to be there, to serve
some sort of purpose, teach you a lesson, or to help
you figure out who you are or who you want to become.
You never know who these people may be - a roommate, a
neighbor, a professor, a friend, a lover, or even a
complete stranger - but when you lock eyes with them,
you know at that very moment they will affect your
life in some profound way.
Sometimes things happen to you that may seem horrible,
painful, and unfair at first, but in reflection you
find that without overcoming those obstacles you would
have never realized your potential, strength,
willpower, or heart.
Illness, injury, love, lost moments of true greatness,
and sheer stupidity all occur to test the limits of
your soul. Without these small tests, whatever they
may be, life would be like a smoothly paved straight
flat road to nowhere. It would be safe and
comfortable, but dull and utterly pointless.
The people you meet who affect your life, and the
success and downfalls you experience, help to create
who you are and who you become. Even the bad
experiences can be learned from. In fact, they are
sometimes the most important ones.
If someone loves you, give love back to them in
whatever way you can, not only because they love you,
but because in a way, they are teaching you to love
and how to open your heart and eyes to things.
If someone hurts you, betrays you, or breaks your
heart, forgive them, for they have helped you learn
about trust and the importance of being cautious to
whom you open your heart.
Make every day count. Appreciate every moment and take
from those moments everything that you possibly can
for you may never be able to experience it again. Talk
to people that you have never talked to before, and
listen to what they have to say.
Let yourself fall in love, break free, and set your
sights high. Hold your head up because you have every
right to. Tell yourself you are a great individual and
believe in yourself, for if you don't believe in
yourself, it will be hard for others to believe in
you.
You can make anything you wish of your life. Create
your own life and then go out and live it with
absolutely no regrets.
And if you love someone tell them, for you never know
what tomorrow may have in store.
Learn a lesson in life each day that you live! Today
is the tomorrow you were worried about yesterday. Was
it worth it?``
Desculpe pessoal, mas trata de pegar o dicionario que esse vai em ingles mesmo... se preferirem... Google Translator here.
Eu nao sei quem e o autor ao certo, mas, pode ser o Shakespeare. Se for, incrivel como sempre!
right away that they were meant to be there, to serve
some sort of purpose, teach you a lesson, or to help
you figure out who you are or who you want to become.
You never know who these people may be - a roommate, a
neighbor, a professor, a friend, a lover, or even a
complete stranger - but when you lock eyes with them,
you know at that very moment they will affect your
life in some profound way.
Sometimes things happen to you that may seem horrible,
painful, and unfair at first, but in reflection you
find that without overcoming those obstacles you would
have never realized your potential, strength,
willpower, or heart.
Illness, injury, love, lost moments of true greatness,
and sheer stupidity all occur to test the limits of
your soul. Without these small tests, whatever they
may be, life would be like a smoothly paved straight
flat road to nowhere. It would be safe and
comfortable, but dull and utterly pointless.
The people you meet who affect your life, and the
success and downfalls you experience, help to create
who you are and who you become. Even the bad
experiences can be learned from. In fact, they are
sometimes the most important ones.
If someone loves you, give love back to them in
whatever way you can, not only because they love you,
but because in a way, they are teaching you to love
and how to open your heart and eyes to things.
If someone hurts you, betrays you, or breaks your
heart, forgive them, for they have helped you learn
about trust and the importance of being cautious to
whom you open your heart.
Make every day count. Appreciate every moment and take
from those moments everything that you possibly can
for you may never be able to experience it again. Talk
to people that you have never talked to before, and
listen to what they have to say.
Let yourself fall in love, break free, and set your
sights high. Hold your head up because you have every
right to. Tell yourself you are a great individual and
believe in yourself, for if you don't believe in
yourself, it will be hard for others to believe in
you.
You can make anything you wish of your life. Create
your own life and then go out and live it with
absolutely no regrets.
And if you love someone tell them, for you never know
what tomorrow may have in store.
Learn a lesson in life each day that you live! Today
is the tomorrow you were worried about yesterday. Was
it worth it?``
Desculpe pessoal, mas trata de pegar o dicionario que esse vai em ingles mesmo... se preferirem... Google Translator here.
Eu nao sei quem e o autor ao certo, mas, pode ser o Shakespeare. Se for, incrivel como sempre!
sábado, 28 de novembro de 2009
Notices D´Urgence 5
Quando conheci Pierre Allard e Annie Roy em Havana eles eram o típico casal Indiana Jones. Pierre estava sempre com uma 'bermudinha', meias, sapato e chapéu o que lhe tirava totalmente o ar de grisalho charmoso para tiozinho de pernas gambito e lhe dava mais uns 20 anos de vida.
A Annie por sua vez pagava de menininha aparentando bem menos idade, sempre deslocada (pois fala um inglês bem ruim e um espanhol pior ainda)e de preto, embora sempre simpática.
Começamos inesperadamente a falar da vinda do Sérgio para o Canadá. Na realidade, de todos os contatos que fizemos em Havana esse era o menos promissor e o único até agora que vingou realmente. Pierre ao skype sempre me passou um ar quase mal-humorado.
Bem, aqui estamos e eu conheci um cara completamente diferente. Uma prova de que o poder está nas idéias e nas ações e não nas roupas que se veste nem do quão grosseiro você pode ser com um subordinado. O Pierre não altera o tom de voz e seus subordinados o tem como um ídolo. Aliás, ele não tem subordinados, ele tem parceiros. Um camarada.
Ele movimenta por ano quase mil desabrigados e é conhecido por todos e respeitado. Inclusive de muitos sabe o nome, se não, sabe sua história.
Outra pessoa que também conhece a história de quase todos eles é a Ane Marie. Uma pessoa jovem e alegre que se reencontrou na obra de Sérgio por mais que trabalhe com arte todos os dias. Ela é responsável pelo ateliê da St James Church que atende os homeless. Ela e o Bernard um pintor bem conhecido aqui que quase todos os dias está lá ajudando a Annie Marie.
Os dois são tão próximos que parecem namorados, mas, mais uma vez as aparências enganam por aqui.Que a Annie e o Pierre são casados eu sabia desde Cuba e pensava: 'Coitada! esse tiozinho deve ser um mala!'. Minha opinião mudou completamente principalmente depois de hoje presenciar o master beijo que ele deu nela no palco enquanto ela apresentava o show de uma banda.
Soube então que a Ane Marie tem dois filhos que não são do Bernard. Então, tive certeza que ele era gay. E tinha certeza também que a Ane Marie não era casada. Então o Charles levou a Ane Marie para o trabalho e eu pensei que fosse o namorado dela. E é. E o mais legal foi que ela falou assim: 'Ele é 'a kind of husband'. Ele é o pai dos meus filhos'. Peraí, no Brasil ou essas duas coisas são uma só ou são duas coisas bem diferentes. Então eu percebi que eles se chamam de namorados até hoje. Mesmo morando juntos e tendo uma filha de 15 e um filho de 10 anos. E não querem casar.
Bernard hoje me apresentou sua mulher e seu filho de 12 anos e a Michele, que eu não tinha apresentado aqui ainda e que estava dando em cima do Robinho desde o primeiro dia... é lésbica.
Abaixo o trailler do filme do Simon, meu amigo que me conhecia de Cuba (eu não lembrava dele... sorry)sobre o Atsa. Dá uma olhadinha para entender melhor:
A Annie por sua vez pagava de menininha aparentando bem menos idade, sempre deslocada (pois fala um inglês bem ruim e um espanhol pior ainda)e de preto, embora sempre simpática.
Começamos inesperadamente a falar da vinda do Sérgio para o Canadá. Na realidade, de todos os contatos que fizemos em Havana esse era o menos promissor e o único até agora que vingou realmente. Pierre ao skype sempre me passou um ar quase mal-humorado.
Bem, aqui estamos e eu conheci um cara completamente diferente. Uma prova de que o poder está nas idéias e nas ações e não nas roupas que se veste nem do quão grosseiro você pode ser com um subordinado. O Pierre não altera o tom de voz e seus subordinados o tem como um ídolo. Aliás, ele não tem subordinados, ele tem parceiros. Um camarada.
Ele movimenta por ano quase mil desabrigados e é conhecido por todos e respeitado. Inclusive de muitos sabe o nome, se não, sabe sua história.
Outra pessoa que também conhece a história de quase todos eles é a Ane Marie. Uma pessoa jovem e alegre que se reencontrou na obra de Sérgio por mais que trabalhe com arte todos os dias. Ela é responsável pelo ateliê da St James Church que atende os homeless. Ela e o Bernard um pintor bem conhecido aqui que quase todos os dias está lá ajudando a Annie Marie.
Os dois são tão próximos que parecem namorados, mas, mais uma vez as aparências enganam por aqui.Que a Annie e o Pierre são casados eu sabia desde Cuba e pensava: 'Coitada! esse tiozinho deve ser um mala!'. Minha opinião mudou completamente principalmente depois de hoje presenciar o master beijo que ele deu nela no palco enquanto ela apresentava o show de uma banda.
Soube então que a Ane Marie tem dois filhos que não são do Bernard. Então, tive certeza que ele era gay. E tinha certeza também que a Ane Marie não era casada. Então o Charles levou a Ane Marie para o trabalho e eu pensei que fosse o namorado dela. E é. E o mais legal foi que ela falou assim: 'Ele é 'a kind of husband'. Ele é o pai dos meus filhos'. Peraí, no Brasil ou essas duas coisas são uma só ou são duas coisas bem diferentes. Então eu percebi que eles se chamam de namorados até hoje. Mesmo morando juntos e tendo uma filha de 15 e um filho de 10 anos. E não querem casar.
Bernard hoje me apresentou sua mulher e seu filho de 12 anos e a Michele, que eu não tinha apresentado aqui ainda e que estava dando em cima do Robinho desde o primeiro dia... é lésbica.
Abaixo o trailler do filme do Simon, meu amigo que me conhecia de Cuba (eu não lembrava dele... sorry)sobre o Atsa. Dá uma olhadinha para entender melhor:
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Notice D´Urgence 4
Pois é... na chuva é todo mundo homeless.
sabe aquela frase popular: 'Todo mundo pelado no mato e ninguém é de ninguém' ou ainda: 'a gente nasce pelado, careca e sem dente... o que vier é lucro!'? Pois é isso que acontece.
Na poesia do cotidiano dentre maus cheiros, barbas por fazer, banhos por tomar, roupas por lavar, dentes (poucos) por escovar, cabelos por cortar e... piolhos circulando por fora das cabeças como as idéias fervilham por dentro. Meu cabelo preso, minhas unhas (ainda feitas), meus pés quase quentinhos, meu cabelo cortado e tratado, meus dentes (todos) limpos e tratados às vezes me deixam em uma sinuca de bico: somos realmente todos seres humanos?
Ou melhor: qual espécie de ser humano somos?
Sei que na hora do vamos ver todo mundo de uma forma ou outra sobrevive. Nas piores condições, ou quase nas 'não-condições'.
Para parar e pensar um pouco:
Na ilha de Fidel, onde as opções são extremamente limitadas, ninguém tem acesso a nada diferente. Ninguém tem nada que não seja dado pelo governo e igual para todos. Mesmo sabendo que os que mandam tem acesso a tecnologias e serviços não oferecidos aos populares. No entanto, todos tem condições mínimas de higiene pessoal por mais que o local em si não seja dos mais limpos em determinadas situações e, mesmo assim, não é nada pior do que era o Brasil na década de 1950 e quase todo mundo sobreviveu.
Aqui nos quase nórdicos americanos, o carro mais simples é quase top de linha no Brasil, os mesmos homeless que não tem o mínimo de sanidade (mental e higiênica) tem iPods e iPhones. O que é mais humano?
Comecei a listar uma série de coisas com as quais poderia perfeitamente viver sem. Puro conforto. Hoje, embaixo de chuva e com um frio que agora está chegando a 0oC o vento descontrolado e eu com um casaco super, como não vende no Brasil, mas, que deve custar cerca de R$ 250,00. Estamos numa barraca que com o vento 'dança' completamente, está com goteiras e o aquecedor parou de funcionar. Estado de guerra.
Mesmo assim fiz diversas coisas na rua, a pé. Não teve outro jeito. Aqui tem que se fazer tudo de metro e tem bastante opção de linhas, mas, tudo que fiz era coisa de não mais de 10 quarteirões. A pé, na chuva, no vento, no frio.
No Brasil com certeza eu não abriria mão do meu carro para ir até a esquina. O tênis molhado me deixaria de mau-humor e só de pensar que ao chegar em casa teria que colocar minhas roupas para secar, já me daria uma preguiça que pioraria ainda mais meu ânimo.
Em Havana mal tínhamos o que comer, durante um mês a variação era circular. Dia sim, dia também. O sol de 30oC a sombra a as caminhadas de horas por dia me fizeram emagrecer quase 5 Kg. As roupas e o corpo ficavam suados por causa do calor. Em Montréal a comida é farta, boa e muitas vezes barata. Não há sol e a temperatura não passa de 4oC. As caminhadas não passam de 15 minutos e as pessoas daqui acham algo realmente longe. Quase não caminham. O lance é bicicleta e metro, além, lógico do carrão. É dificil suar e as pessoas repetem suas roupas e seus cheiros por dias a fio.
Se parar para pensar, as dificuldades são diferentes. Mas são as mesmas. Não é a tôa que uma (Havana) já foi conhecida como 'A Paris do Caribe' e a outra é conhecida como 'Um pedaço da França na América'.
Talvez, qui ças.
Segue vídeo da Ariane Moffat que está fazendo o maior sucesso aqui.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Notícias D´Urgence 3
Eu sempre achei que não importa a sua condição social, uma vez que ela é mudada, transformada, para o que se considera melhor ou o que se considera pior há um estranhamento. Normalmente acreditamos que as coisas caras são com certeza as melhores e por isso nos trazem felicidade, conforto. É só pensar um pouco. A pessoa nasceu e cresceu em churrasquinho na lage com pagode, carne de segunda e chopp no copo descartável.
Se você lhe der um copo de vidro, uma chopeira para gelar, filé mignon e colocar um jazz em uma cobertura em Ipanema, pode te parecer muito mais 'cool' do que o anterior. Pode lhe parecer mais higiênico e de melhor qualidade e conforto.
Vamos a origem da palavra conforto. Conforto significa tudo que constitui seu bem estar, ou, solidariedade nos momentos ruins. Já costume significa um hábito em comum entre os membros sociais e, devemos lembrar que sociedade não necessariamente é a 'high society'. Tudo que foge do seu habitual, no início lhe dá uma certa sensação de desconforto, fora que até por estudos psicológicos, é sabido que durante a infância e a adolescencia é que se forma o ser, ou seja, será muito mais dificil a mudança de costumes após essa fase.
Tem pessoas no entanto que são obrigadas a ser Nietzchenianas mesmo sem querer e muitas vezes sem saber. Já citei o pensador muitas vezes aqui no blog, mas, cada vez mais percebo que em determinadas situações, ser um espírito livre não é mera opção.
De alguns fatos que vi aqui em Montreal, alguns me chamam muito atenção:
- Olivier: é um cara sempre sorridente, parece estar sempre marofando, viajando. Não é muito chegado no trabalho e está sempre olhando as coisas e lendo um jornal. Poderia ser uma versão mais jovem e mais renovada de um Bob marley. Gente boa que só. Não fala quase nada. Sua história: Nascido em Ruanda na África sua família foi chacinada. Através de uma ajuda internacional conseguiu ser enviado para o Canadá - Montréal onde vai conseguir cidadania canadense. Frequenta o St. James Centre.
- Daniel: Nasceu em uma família rica e perdeu sua herança no jogo. Até hoje, mesmo morando na rua, quando consegue um 'merré' é pra jogar na loteria. Sua família o abandonou. Gente boa que só. Tem um cabelão tipo Caetano na década de 70, usa óculos escuros desde que ganhou uma cicatriz no olho devido à queda de um galho de árvore na sua cama enquanto dormia na rua.
- 'Sr Miyagui': Não sei o nome dele, mas, ele é a cara do Sr. miyagui do Karatê kid. Falei isso pra ele e ele me disse que todo mundo chamava ele de Sr. Miyagui. Olhou pra mim com aquela cara de ',já sei onde esse papo vai dar' e disse: 'Minha namorada se suicidou aí eu fiquei triste, sai da minha casa e to aqui (na rua) até encontrar uma outra (namorada)'.
- Dagui: Esse é doido de pedra, mas é gente boa. Ele imita o John Travolta e anda com uma faixa tipo Rambo na cabeça. A faixa é neon fosfuorescente. Ele ri a tôa e de tudo e dança 'Staying Alive'.
Isso é só o que eu consegui saber, tem um outro que eu nem sei o nome mas que me jurou que era da German Army (acho que contei acima) e um outro ainda que me contou durante horas um projeto dele. Detalhe que ele falou do projeto, da grandiosidade da importância e tudo mais, mas, não me disse o que era o projeto. É simplesmente um projeto.
Já me disseram uma vez que é importante a gente ter algum projeto. Talvez isso seja o que ele se apega para seguir em frente. Hoje o Sérgio disse assim: 'Eu pensei que Deus não estava olhando para os brasileiros que vivem na rua: feios, sujos e desdentados. Mas eu to achando que por aqui é que ele não olhou: feio, sujo, desdentado e num frio abaixo de zero'.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Notícias de Urgence 2
Gente... realmente melhor ser pobre estrangeiro que rico no Brasil! Imagine que mendigo canadense é tão chique que fala francês E inglês! Coisa de louco!
De louco mesmo, no bom sentido.
Hoje começamos nosso trabalho por aqui. Depois de Sérgio e Robinho terem sido presos no México (tiveram que aguardar o vôo por 7 horas em uma 'sala especial' com direito a segurança particular), uma de nossas caixas com papelão foi estraviada. Bem a que continha fiação.
Tudo bem, na real quando eu e Pierre estávamos no aeroporto para buscá-los já recebemos um telefonema da Annie dizendo que a mala já havia sido encontrada. Esqueceram só de avisar aos dois que ficaram ali procurando a mala. Sem falar inglês, NEM francês, bem diferente dos mendigos daqui.
Bom, mas voltando... nosso começo foi muito bom. A Saint James Church é uma igreja presbiteriana que tem um trabalho fantástico com os homeless. Pelo que consegui ver, eles tem livre entrada e saida dali. Servem comida, eles têm um ateliê de artes, um salão de jogos e leitura. O interessante é que os motivos que os levaram à rua são semelhantes e diversos ao mesmo tempo do Brasil. Excluindo a questão 'drogas' que é o universo de alguns, o segundo motivo percebido é a 'piração'. Piração mesmo.
Só hoje conversei com um senhor que jurava ser fugitivo de guerra e que na semana passada estava na guerra de Israel e fugiu pela Turquia. (Sim, meu inglês é bom e eu entendi perfeitamente o que ele estava falando). Depois foi a vez de um famoso ator de cinema e tv. Dentre eles, um cabeludo que eu não descobri nada, pois ele me olhava e falava: 'What´s your name? ' e eu: 'Laura'. Ele ria e saia de perto. Ai voltava e a historia se repetia. Foi assim a tarde toda.
Em um momento apenas sai e fui com o Sérgio dar uma entrevista para o La Presse, que é o jornal mais importante daqui. Foi muito bom. Inclusive porque eu peguei um contatinho... hehehe.
veja algumas fotinhas aqui no Picasa...
Pra marofar:
"O que o trabalho ensina, é que do nada a gente transforma. E é isso que a gente veio fazer aqui," Sérgio Cezar - o arquiteto do papelão.
De louco mesmo, no bom sentido.
Hoje começamos nosso trabalho por aqui. Depois de Sérgio e Robinho terem sido presos no México (tiveram que aguardar o vôo por 7 horas em uma 'sala especial' com direito a segurança particular), uma de nossas caixas com papelão foi estraviada. Bem a que continha fiação.
Tudo bem, na real quando eu e Pierre estávamos no aeroporto para buscá-los já recebemos um telefonema da Annie dizendo que a mala já havia sido encontrada. Esqueceram só de avisar aos dois que ficaram ali procurando a mala. Sem falar inglês, NEM francês, bem diferente dos mendigos daqui.
Bom, mas voltando... nosso começo foi muito bom. A Saint James Church é uma igreja presbiteriana que tem um trabalho fantástico com os homeless. Pelo que consegui ver, eles tem livre entrada e saida dali. Servem comida, eles têm um ateliê de artes, um salão de jogos e leitura. O interessante é que os motivos que os levaram à rua são semelhantes e diversos ao mesmo tempo do Brasil. Excluindo a questão 'drogas' que é o universo de alguns, o segundo motivo percebido é a 'piração'. Piração mesmo.
Só hoje conversei com um senhor que jurava ser fugitivo de guerra e que na semana passada estava na guerra de Israel e fugiu pela Turquia. (Sim, meu inglês é bom e eu entendi perfeitamente o que ele estava falando). Depois foi a vez de um famoso ator de cinema e tv. Dentre eles, um cabeludo que eu não descobri nada, pois ele me olhava e falava: 'What´s your name? ' e eu: 'Laura'. Ele ria e saia de perto. Ai voltava e a historia se repetia. Foi assim a tarde toda.
Em um momento apenas sai e fui com o Sérgio dar uma entrevista para o La Presse, que é o jornal mais importante daqui. Foi muito bom. Inclusive porque eu peguei um contatinho... hehehe.
veja algumas fotinhas aqui no Picasa...
Pra marofar:
"O que o trabalho ensina, é que do nada a gente transforma. E é isso que a gente veio fazer aqui," Sérgio Cezar - o arquiteto do papelão.
domingo, 22 de novembro de 2009
Noticias de Urgence.
(esse computador nao faz acentos muito bem...)
Newark me fez lembrar de algo que eu sempre soube: New York nao faz parte dos estados Unidos. Ponto. Sei que falo isso de um aeroporto internacional, onde se pode encontrar gente de todo o mundo, mas a maioria dos voos ali eram domesticos. E por isso que eu amo essa cidade. (Embora tambem saiba que Newark e New Jersey, mas, o que e um riozinho...)
Minha constatacao comecou cedo pela manha quando nao recebia resposta da minha irma que mora nos Estados Unidos e passeava pela cidade se ela iria ou nao me encontrar para um 'breakfast'. A resposta curta e rapida veio rouca. Eram 5h30 da manha. ' Ja voltei pra casa Lala'.
Mas e claro, eu deveria ter elmbrado que ela mora nos estados Unidos e nao NY. E afinal, faz so alguns meses que a gente nao se ve, ne...
Em seguida fui esperar meu voo. No salao de embarque outras comprovacoes. O elegante senhor com umterno muitissimo bem cortado, chapeu panama e um rosto familiar nao me parecia um americano tipico. Foi pensar isso que ele sacou o celular e disse ' Hola Maria!' . E cubano.
O gatinho sentado atras d emim, esse sim e americano tipico. Tipico nao e essa olhada que ele ta me dando. Medo. Tiros em Columbine....
Na minha frente uma francesa provavelmente mae solteira com um moleque de uns 8 anos que esta enchendo uma bexiga e esvaziando-a olhando pra minha cara. To louca pra ir la estourar na cara dele, moleque pentelho! Atras deles uma familia de indianos. Mae, pai, um moleque de uns 4 anos e outro de nao mais que 1 e meio. esse de 4 anos... que folego! O coitado grita feito nao sei o que!
E no meio disso tudo, uma senhora dando um belo escandalo em portugues (tentando gesticular com uma base de verbo 'to be'). Finjo que nao falo o idioma. Eu hein, ser envolvida em escandalos... tenho que preservar minha reputacao internacional!
Newark me fez lembrar de algo que eu sempre soube: New York nao faz parte dos estados Unidos. Ponto. Sei que falo isso de um aeroporto internacional, onde se pode encontrar gente de todo o mundo, mas a maioria dos voos ali eram domesticos. E por isso que eu amo essa cidade. (Embora tambem saiba que Newark e New Jersey, mas, o que e um riozinho...)
Minha constatacao comecou cedo pela manha quando nao recebia resposta da minha irma que mora nos Estados Unidos e passeava pela cidade se ela iria ou nao me encontrar para um 'breakfast'. A resposta curta e rapida veio rouca. Eram 5h30 da manha. ' Ja voltei pra casa Lala'.
Mas e claro, eu deveria ter elmbrado que ela mora nos estados Unidos e nao NY. E afinal, faz so alguns meses que a gente nao se ve, ne...
Em seguida fui esperar meu voo. No salao de embarque outras comprovacoes. O elegante senhor com umterno muitissimo bem cortado, chapeu panama e um rosto familiar nao me parecia um americano tipico. Foi pensar isso que ele sacou o celular e disse ' Hola Maria!' . E cubano.
O gatinho sentado atras d emim, esse sim e americano tipico. Tipico nao e essa olhada que ele ta me dando. Medo. Tiros em Columbine....
Na minha frente uma francesa provavelmente mae solteira com um moleque de uns 8 anos que esta enchendo uma bexiga e esvaziando-a olhando pra minha cara. To louca pra ir la estourar na cara dele, moleque pentelho! Atras deles uma familia de indianos. Mae, pai, um moleque de uns 4 anos e outro de nao mais que 1 e meio. esse de 4 anos... que folego! O coitado grita feito nao sei o que!
E no meio disso tudo, uma senhora dando um belo escandalo em portugues (tentando gesticular com uma base de verbo 'to be'). Finjo que nao falo o idioma. Eu hein, ser envolvida em escandalos... tenho que preservar minha reputacao internacional!
sábado, 21 de novembro de 2009
La cucaracha! (*ou quando Gregor Samsa pegou uma caroninha com a gente...)
Outra noite, indo para a balada, uma singela homenagem à Clarice Lispector e Kafka:
" Esta história poderia chamar-se “As Estátuas”. Outro nome possível é “O Assassinato”. E também “Como Matar Baratas”. Farei então pelo menos três histórias, verdadeiras porque nenhuma delas mente a outra. Embora uma única, seriam mil e uma, se mil e uma noites me dessem.
A primeira, “Como Matar Baratas”, começa assim: queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria o de-dentro delas. Assim fiz. Morreram.
A outra história é a primeira mesmo e chama-se “O Assassinato”. Começa assim: queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me. Segue-se a receita. E então entra o assassinato. A verdade é que só em abstrato me havia queixado de baratas, que nem minhas eram: pertenciam ao andar térreo e escalavam os canos do edifício até o nosso lar. Só na hora de preparar a mistura é que elas se tornaram minhas também. Em nosso nome, então, comecei a medir e pesar ingredientes numa concentração um pouco mais intensa. Um vago rancor me tomara, um senso de ultraje. De dia as baratas eram invisíveis e ninguém acreditaria no mal secreto que roía casa tão tranqüila. Mas se elas, como os males secretos, dormiam de dia, ali estava eu a preparar-lhes o veneno da noite. Meticulosa, ardente, eu aviava o elixir da longa morte. Um medo excitado e meu próprio mal secreto me guiavam. Agora eu só queria gelidamente uma coisa: matar cada barata que existe. Baratas sobem pelos canos enquanto a gente, cansada, sonha. E eis que a receita estava pronta, tão branca. Como para baratas espertas como eu, espalhei habilmente o pó até que este mais parecia fazer parte da natureza. De minha cama, no silêncio do apartamento, eu as imaginava subindo uma a uma até a área de serviço onde o escuro dormia, só uma toalha alerta no varal. Acordei horas depois em sobressalto de atraso. Já era de madrugada. Atravessei a cozinha. No chão da área lá estavam elas, duras, grandes. Durante a noite eu matara. Em nosso nome, amanhecia. No morro um galo cantou.
A terceira história que ora se inicia é a das “Estátuas”. Começa dizendo que eu me queixara de baratas. Depois vem a mesma senhora. Vai indo até o ponto em que, de madrugada, acordo e ainda sonolenta atravesso a cozinha. Mais sonolenta que eu está a área na sua perspectiva de ladrilhos. E na escuridão da aurora,um arroxeado que distancia tudo, distingo a meus pés sombras e brancuras: dezenas de estátuas se espalham rígidas. As baratas que haviam endurecido de dentro para fora. Algumas de barriga para cima. Outras no meio de um gesto que não se completaria jamais. Na boca de umas um pouco da comida branca. Sou a primeira testemunha do alvorecer em Pompéia. Sei como foi esta última noite, sei da orgia no escuro. Em algumas o gesso terá endurecido tão lentamente como num processo vital, e elas, com movimentos cada vez mais penosos, terão sofregamente intensificado as alegrias da noite, tentando fugir de dentro de si mesmas. Até que de pedra se tornam, em espanto de inocência, e com tal, tal olhar de censura magoada. Outras — subitamente assaltadas pelo próprio âmago, sem nem sequer ter tido a intuição de um molde interno que se petrificava! — essas de súbito se cristalizam, assim como a palavra é cortada da boca: eu te... Elas que, usando o nome de amor em vão, na noite de verão cantavam. Enquanto aquela ali, a de antena marrom suja de branco, terá adivinhado tarde demais que se mumificara exatamente por não ter sabido usar as coisas com a graça gratuita do em vão: “é que olhei demais para dentro de mim! é que olhei demais para dentro de...” — de minha fria altura de gente olho a derrocada de um mundo. Amanhece. Uma ou outra antena de barata morta freme seca à brisa. Da história anterior canta o galo.
A quarta narrativa inaugura nova era no lar. Começa como se sabe: queixei-me de baratas. Vai até o momento em que vejo os monumentos de gesso. Mortas, sim. Mas olho para os canos, por onde esta mesma noite renovar-se-á uma população lenta e viva em fila indiana. Eu iria então renovar todas as noites o açúcar letal? - como quem já não dorme sem a avidez de um rito. E todas as madrugadas me conduziria sonâmbula até o pavilhão? - no vício de ir ao encontro das estátuas que minha noite suada erguia. Estremeci de mau prazer à visão daquela vida dupla de feiticeira. E estremeci também ao aviso do gesso que seca: o vício de viver que rebentaria meu molde interno. Áspero instante de escolha entre dois caminhos que, pensava eu, se dizem “adeus”, e certa de que qualquer escolha seria a do sacrifício: eu ou minha alma. Escolhi. E hoje ostento secretamente no coração uma placa de virtude: “Esta casa foi dedetizada”.
A quinta história chama-se “Leibnitz e a Transcendência do Amor na Polinésia”. Começa assim: queixei-me de baratas..."
Clarice Lispector - "Felicidade Clandestina"
* Gregor Samsa é o personagem principal do livro 'A Metamorfose' de Franz Kafka onde ele narra a história de um homem que virou barata.
Uma barata chamada Kafka do Inimigos do Rei!
No vídeo: Rafita, Cocó e Lalá.
" Esta história poderia chamar-se “As Estátuas”. Outro nome possível é “O Assassinato”. E também “Como Matar Baratas”. Farei então pelo menos três histórias, verdadeiras porque nenhuma delas mente a outra. Embora uma única, seriam mil e uma, se mil e uma noites me dessem.
A primeira, “Como Matar Baratas”, começa assim: queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria o de-dentro delas. Assim fiz. Morreram.
A outra história é a primeira mesmo e chama-se “O Assassinato”. Começa assim: queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me. Segue-se a receita. E então entra o assassinato. A verdade é que só em abstrato me havia queixado de baratas, que nem minhas eram: pertenciam ao andar térreo e escalavam os canos do edifício até o nosso lar. Só na hora de preparar a mistura é que elas se tornaram minhas também. Em nosso nome, então, comecei a medir e pesar ingredientes numa concentração um pouco mais intensa. Um vago rancor me tomara, um senso de ultraje. De dia as baratas eram invisíveis e ninguém acreditaria no mal secreto que roía casa tão tranqüila. Mas se elas, como os males secretos, dormiam de dia, ali estava eu a preparar-lhes o veneno da noite. Meticulosa, ardente, eu aviava o elixir da longa morte. Um medo excitado e meu próprio mal secreto me guiavam. Agora eu só queria gelidamente uma coisa: matar cada barata que existe. Baratas sobem pelos canos enquanto a gente, cansada, sonha. E eis que a receita estava pronta, tão branca. Como para baratas espertas como eu, espalhei habilmente o pó até que este mais parecia fazer parte da natureza. De minha cama, no silêncio do apartamento, eu as imaginava subindo uma a uma até a área de serviço onde o escuro dormia, só uma toalha alerta no varal. Acordei horas depois em sobressalto de atraso. Já era de madrugada. Atravessei a cozinha. No chão da área lá estavam elas, duras, grandes. Durante a noite eu matara. Em nosso nome, amanhecia. No morro um galo cantou.
A terceira história que ora se inicia é a das “Estátuas”. Começa dizendo que eu me queixara de baratas. Depois vem a mesma senhora. Vai indo até o ponto em que, de madrugada, acordo e ainda sonolenta atravesso a cozinha. Mais sonolenta que eu está a área na sua perspectiva de ladrilhos. E na escuridão da aurora,um arroxeado que distancia tudo, distingo a meus pés sombras e brancuras: dezenas de estátuas se espalham rígidas. As baratas que haviam endurecido de dentro para fora. Algumas de barriga para cima. Outras no meio de um gesto que não se completaria jamais. Na boca de umas um pouco da comida branca. Sou a primeira testemunha do alvorecer em Pompéia. Sei como foi esta última noite, sei da orgia no escuro. Em algumas o gesso terá endurecido tão lentamente como num processo vital, e elas, com movimentos cada vez mais penosos, terão sofregamente intensificado as alegrias da noite, tentando fugir de dentro de si mesmas. Até que de pedra se tornam, em espanto de inocência, e com tal, tal olhar de censura magoada. Outras — subitamente assaltadas pelo próprio âmago, sem nem sequer ter tido a intuição de um molde interno que se petrificava! — essas de súbito se cristalizam, assim como a palavra é cortada da boca: eu te... Elas que, usando o nome de amor em vão, na noite de verão cantavam. Enquanto aquela ali, a de antena marrom suja de branco, terá adivinhado tarde demais que se mumificara exatamente por não ter sabido usar as coisas com a graça gratuita do em vão: “é que olhei demais para dentro de mim! é que olhei demais para dentro de...” — de minha fria altura de gente olho a derrocada de um mundo. Amanhece. Uma ou outra antena de barata morta freme seca à brisa. Da história anterior canta o galo.
A quarta narrativa inaugura nova era no lar. Começa como se sabe: queixei-me de baratas. Vai até o momento em que vejo os monumentos de gesso. Mortas, sim. Mas olho para os canos, por onde esta mesma noite renovar-se-á uma população lenta e viva em fila indiana. Eu iria então renovar todas as noites o açúcar letal? - como quem já não dorme sem a avidez de um rito. E todas as madrugadas me conduziria sonâmbula até o pavilhão? - no vício de ir ao encontro das estátuas que minha noite suada erguia. Estremeci de mau prazer à visão daquela vida dupla de feiticeira. E estremeci também ao aviso do gesso que seca: o vício de viver que rebentaria meu molde interno. Áspero instante de escolha entre dois caminhos que, pensava eu, se dizem “adeus”, e certa de que qualquer escolha seria a do sacrifício: eu ou minha alma. Escolhi. E hoje ostento secretamente no coração uma placa de virtude: “Esta casa foi dedetizada”.
A quinta história chama-se “Leibnitz e a Transcendência do Amor na Polinésia”. Começa assim: queixei-me de baratas..."
Clarice Lispector - "Felicidade Clandestina"
* Gregor Samsa é o personagem principal do livro 'A Metamorfose' de Franz Kafka onde ele narra a história de um homem que virou barata.
Uma barata chamada Kafka do Inimigos do Rei!
No vídeo: Rafita, Cocó e Lalá.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Last Night Jairzão saved my life!
Ontem, munida de meus amigos, tive a certeza de presenciar um momento se não histórico, único. Não sei se ele faz isso sempre. Eu pelo menos nunca havia visto, mas, com certeza, dada a importância emocional e mais uma vez histórica de letra e música, 'Arrastão' já tenha sido interpretada outras vezes em circunstâncias parecidas. E provavel que por ele mesmo.
A platéia não tinha mais que 50 pessoas. O Na Mata café, que dificilmente fica vazio, parece ter sido atingido em cheio pela Lei Antifumo. Era plena 4a. feira e o Jair Rodrigues (mais uma vez ele), subiu no pequeno mas gabaritado palco para uma 'canja'. Antes, obviamente, tiramos outra foto.
Primeiro cantou seu pout-pourri de praxe mas nem por isso menor. Depois, começou:
- Hoje eu queria cantar uma música aqui...(silêncio)... é que eu fiquei pensando muito nessa música e numa pessoa, numa pessoinha que era desse tamanho (mede seu cotovelo) mas que no palco ficava deste tamanho (abre os braços). Na década de 60 eu e ela tivemos um programa que se chamava 'O Fino da Bossa' (na Tv Record).... que era um sucesso tremendo.... Quer ver só... eu tenho certeza que agora que eu vou cantar essa música ela vai estar aqui nesse palo comigo. (Virou-se para o guitarrista) Me dá uma nota... um si-bemol
"Eeeei, tem jangada ao mar... ei, ei, ei... la vem vindo arrastão...."
Uma emoção de gerações tomou conta de mim. Imediatamente todas as histórias dos meus pais, tios e avós sobre os Festivais de Música, os programas musicais, as músicas de resistência, Elis Regina.... Tudo isso estava ali, naquela hora, naqueles minutos, tudo sintetizado na minha frente. Tudo passou como um filme de uma vida que eu não vivi, só ouvi. Literalmente.
Toda aquela ovação dos auditórios para mais de mil pessoas, toda aquela potência musical, vocal, intelectual e seja lá mais o que for... e eu, uma previlegiada de fazer parte dos seletos que puderam ver e entender isso.
Salve Jair!
A platéia não tinha mais que 50 pessoas. O Na Mata café, que dificilmente fica vazio, parece ter sido atingido em cheio pela Lei Antifumo. Era plena 4a. feira e o Jair Rodrigues (mais uma vez ele), subiu no pequeno mas gabaritado palco para uma 'canja'. Antes, obviamente, tiramos outra foto.
Primeiro cantou seu pout-pourri de praxe mas nem por isso menor. Depois, começou:
- Hoje eu queria cantar uma música aqui...(silêncio)... é que eu fiquei pensando muito nessa música e numa pessoa, numa pessoinha que era desse tamanho (mede seu cotovelo) mas que no palco ficava deste tamanho (abre os braços). Na década de 60 eu e ela tivemos um programa que se chamava 'O Fino da Bossa' (na Tv Record).... que era um sucesso tremendo.... Quer ver só... eu tenho certeza que agora que eu vou cantar essa música ela vai estar aqui nesse palo comigo. (Virou-se para o guitarrista) Me dá uma nota... um si-bemol
"Eeeei, tem jangada ao mar... ei, ei, ei... la vem vindo arrastão...."
Uma emoção de gerações tomou conta de mim. Imediatamente todas as histórias dos meus pais, tios e avós sobre os Festivais de Música, os programas musicais, as músicas de resistência, Elis Regina.... Tudo isso estava ali, naquela hora, naqueles minutos, tudo sintetizado na minha frente. Tudo passou como um filme de uma vida que eu não vivi, só ouvi. Literalmente.
Toda aquela ovação dos auditórios para mais de mil pessoas, toda aquela potência musical, vocal, intelectual e seja lá mais o que for... e eu, uma previlegiada de fazer parte dos seletos que puderam ver e entender isso.
Salve Jair!
terça-feira, 17 de novembro de 2009
SOBRE O QUE DEIXAMOS AQUI....
A Beta, que é leitora do blog, deixou outro dia um comentário interessante. Ela colocou mais ou menos assim (podem conferir no post abaixo): 'porque a humanidade passa por esses vexames de seguir esses tiranos ridículos para só se tocar depois, quando já é tarde?'.
Achei melhor respoder ou melhor, continuar a discussão via post, do que uma simples resposta, pois, se trata de um assunto importante realmente. Essa discussão tem inclusive, que estar sempre em pauta, para que estejamos sempre pensando no assunto. Principalmente para que tentemos evitar novamente ditaduras como essas.
Outro dia, houve uma grande comemoração no Japão pelos 20 anos de ascensão do imperador Akihito. Nos desfiles via-se principalmente jovens e crianças, e o imperador comentou ter grande preocupação com eles pois teme que esqueçam o que representou o Japão na Segunda Guerra e a Segunda Guerra para o Japão. Basta lembrar de dois episódios que marcaram a história da humanidade: as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki.
Há que se pensar em cultura e educação par não deixar fatos como esses passarem em branco na formação dos cidadãos de qualquer local do mundo. Não pense que pimenta nos olhos dos outros é colírio porque não é. Do mesmo jeito que caiu para ele, cai para você também.
Mais uma vez eu acredito nisso: Educação!
Educação para superar preconceitos e entender os conceitos. Educação para ter bons modos e discernimento. Educação para entender os fatos. Educação para ter disciplina e, como dizia aquele rockeiro cult-rebelde de Brasília nos anos 80: 'Disciplina é Liberdade'.
Meu pai, que é historiador e jornalista sempre diz: "Saber o passado para entender o presente e prever o futuro".
Achei melhor respoder ou melhor, continuar a discussão via post, do que uma simples resposta, pois, se trata de um assunto importante realmente. Essa discussão tem inclusive, que estar sempre em pauta, para que estejamos sempre pensando no assunto. Principalmente para que tentemos evitar novamente ditaduras como essas.
Outro dia, houve uma grande comemoração no Japão pelos 20 anos de ascensão do imperador Akihito. Nos desfiles via-se principalmente jovens e crianças, e o imperador comentou ter grande preocupação com eles pois teme que esqueçam o que representou o Japão na Segunda Guerra e a Segunda Guerra para o Japão. Basta lembrar de dois episódios que marcaram a história da humanidade: as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki.
Há que se pensar em cultura e educação par não deixar fatos como esses passarem em branco na formação dos cidadãos de qualquer local do mundo. Não pense que pimenta nos olhos dos outros é colírio porque não é. Do mesmo jeito que caiu para ele, cai para você também.
Mais uma vez eu acredito nisso: Educação!
Educação para superar preconceitos e entender os conceitos. Educação para ter bons modos e discernimento. Educação para entender os fatos. Educação para ter disciplina e, como dizia aquele rockeiro cult-rebelde de Brasília nos anos 80: 'Disciplina é Liberdade'.
Meu pai, que é historiador e jornalista sempre diz: "Saber o passado para entender o presente e prever o futuro".
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
BASTARDOS E INGLORIOS.
Ou seria: os gloriosos bastardos?
O novo filme de Quentin Tarantino é repleto de referências e metáforas. Compacta para Tarantino pela frase final de Brad Pitt, o comandante Aldo, quando esse deforma marcando para sempre o último realmente inglório da história e diz com a câmera fadeing out: 'Essa é minha obra prima, não?'
Essa é a pergunta e resposta pessoal de Tarantino aos espectadores.
Sim! Essa é sua obra prima! Uma trajetória que chega a seu ápice pois teve a maturidade de unir o inovador e transgressor ao cinema 'pipoca'. Que não foi exclusivista em seu público como em 'Pulp Fiction' nem incrivelmente 'pipoca' como em 'Kill Bill' a ponto de ter o 1 e o 2.
Pode ser até que alguns alemães nazistas tenham se sentido ofendidos, mas, com certeza, esses não iriam se pronunciar.
O filme é uma sátira praticamente real do ridículo que foi o III Reich. Do ridículo de praticamente toda a humanidade. Do ridículo de ser praticamente subordinado a um louco. O mundo foi envolvido pela loucura cronicamente falando. E isso é ridículo. Hittler e seus comparsas são mostrados da forma que eu acredito que eles realmente foram: seres ridículos. Em todos os sentidos.
Usando artifícios de animação e porque não, épicos, ao identificar os personagens e seus objetivos em textos. Uma ficção que poderia ser real dado, mais uma vez, o ridículo de toda essa situação com a qual o mundo se desgraçou. Fruto do preconceito e da ignorância em seu sentido mais amplo.
A trilha sonora é algo 'tarantiniano' fantástico. A fuga do óbvio, da mesmice e do esperado. Extrema inteligência e bom gosto.
Referências da época (como quando a personagem Shoshana fuma em take réplica de Rita Hayworth em 'Gilda'), referências estratégicas como quando a mesma personagem vai dar o golpe fatal e além de estar de vermelho ('Womam in Red'), os takes são similares aos de 'Instinto Fatal'. Todas referências cinematográficas, aliás, ela herdou um cinema. Nada mais coeso.
Um Brad Pitt a la Popeye. Com os olhos entreabertos, voz rouca, bochechas e braços fortes. Além de ser o símbolo do 'salvador' norte-americano (os EUA com as Forças Aliadas, a qual o Brasil participou, foram quem colocou fim à Segunda Guerra e, foi para esses países que os 'bastardos' - no caso judeus que perderam tudo - foram refugiados, sendo o Brasil, os Eua e a Argentina os que mais os receberam). O Popeye é um marujo que participou da 1a. Guerra. Vide inclusive os figurinos totalmente charleston de Olívia Palito. Ferido, teve que colocar aquele 'tampão' nos olhos, em inglês isso se chama 'pop' (lembre de 'pop-up' da internet) e 'eye', olho. Tapa-olho.
De um jeito meio desastrado, o Popeye sempre vence o Brutus, que é grande e bobo. O império alemão durante a Segunda Guerra, dominou quase toda a europa, enquanto os Estados Unidos devastados pelo Crash de 29, nem sonhavam em se tornar a potência de hoje que teve seu início naquela época, com a mudança de paradigma de modernidade e status da europa (devastada pela guerra) para a América.
Não há mais o que dizer. Tarantino é fantástico!
Ops! Há sim!! O ator que faz o Comandante Landa é terrivelmente nojento. Um ator excepcional. Espartano em sua técnica. Não lhe foge o personagem um segundo sequer e mesmo com as reviravoltas dele próprio na trama em nenhum momento perde o fio da meada. Pelo contrário.
Destaque para a cena do Apffel Struedell, prato típico alemão, em cena onde a personagem de Shoshana sob nome de Emanuelle Mimiex, após ter reconhecido Landa como o assassino de sua família (ele era conhecido como o 'Caçador de Judeus'), foi praticamente obrigada a sentar-se com ele em uma mesa de restaurante e dividir um pedaço da torta preferida dos alemães. É quase como fazer parte da Alemanha. A mesma que aniquilou sua família. Ele inclusive a ensina que a melhor forma de comer tal iguaria é com creme de chantilly em cima, quase como lhe ensinando que para ser alemã, ela teria muito a prender, pois são a tal 'raça superior', que se colocasse em seu lugar.
Sim mais uma vez! Uma obra prima!
Obs: Assistimos o filme eu e Cocó na sala 4 do Kinoplex Itaim em São Paulo. Eu nunca tinha ido nessa sala, afinal su frequentadora assidua da Augusta, Paulista e adjacencias. Vou demorar para voltar lá! Filas gigantescas e demoradas para tudo que é lado. Poucas bilheterias. Poucos lugares nas salas e sinceramente, essa história de lugar marcado em cinema é uma droga! Se quiser pegar algo para comer durante a sessão, esquece também. Além das filas enormes e demoradas mais uma vez, não se pode entrar nas salas com bebidas quentes. Na boa, não consigo. Não é para cinéfilo. É mais para cinófilo mesmo.
A cena do Apffel Struedel no entanto nos empolgou. Dali fomos diretamente para a Ofner. Pode falar o que for e até existem padarias como a Dona Deola que talvez consiga chegar perto. A coxinha da Ofner é única! Depois um capuccino médio, uma empada de palmito e por fim: um Apffel Struedell com chantilly!
No final da noite ainda fui contemplada com um pneu do carro estourado. Tudo bem... acontece comigo sempre. ...
sábado, 14 de novembro de 2009
O bar nosso de cada dia nos dai hoje!
Este não é um blog de serviços nem um guia gastronômico, mas, gostaria de citar dois lugares que gosto muito na Vila Madalena em São Paulo.
Ontem estive no Mercearia São Pedro que é um botecão bem simpático, bem simples no melhor estilo tudo de bom e barato. Esse bar tem algo de família, pois, além de ser de dois irmãos que aproveitaram a mercearia do pai que funcionava no local e que até hoje comercializam produtos desse setor, o clima do bar te permite em plena noite de sexta feira juntar mesa com então desconhecidos quando da sua chegada e utilizar nos pés apenas um par de sandálias havaianas.
Heterogeneamente homogêneo você ao mesmo tempo pode pedir uma cerveja de garrafa com meia porção de frios (que inclui pickles) enquanto lê um livro da estante do local (especializado em quadrinhos e biografias) que é riquíssima. Se quiser, pode levar o livro e pedir para colocar na conta e, se esqueceu de passar no supermercado antes de ir ao bar, você pode adquirir ali mesmo sabão em pó e outros produtos de limpeza e até picolés! Eu ontem sai com 'Brothers Cactus' que é uma coletânea de contos da galera da Praça Roosevelt por R$ 10,00.
O meu bar de sempre, é o Filial. É lá onde eu posso deixar o carro na esquina porque o Gaúcho e o Magal já o conhecem, então, desço ali para não pegar trânsito e eles estacionam para mim. É lá que por mais fila que esteja eu chego e o J.Junior que é um pernambucano corinthiano roxo me arruma uma mesa. É lá que o Joaquim foi eleito o melhor garçom da cidade. É lá que o Aílton não deixa a Rafa voltar de carro quando bebe demais.
No Filial não tem como não encontrar algum conhecido. Já houveram vezes em que fui sozinha e encontrei amigos de bar. Os de sempre. É onde me sinto em casa. Onde como o melhor bolinho de arroz da cidade (da vida!), onde quando a fome aperta mando um Penne e de onde é impossível sair sem comer brownie com sorvete de creme. Ali onde há a melhor caipirinha de saquê de frutas vermelhas. Onde o caldinho de feijão com torresmo ou qualquer outro caldinho são a pedida exata.
Serviço:
Filial: Rua Fidalga com a Aspicuelta do lado do Quitandinha (que é péssimo!) - Vila Madá (PS: Procure pelo Aílton e diga que foi indicação da Laura do Santa Marofa!)
Mercearia São Pedro: Rua Rodésia, 34 - Vila Madá (PS: de dia tem um restaurantezinho natural do lado que é ótimo!).
Ontem estive no Mercearia São Pedro que é um botecão bem simpático, bem simples no melhor estilo tudo de bom e barato. Esse bar tem algo de família, pois, além de ser de dois irmãos que aproveitaram a mercearia do pai que funcionava no local e que até hoje comercializam produtos desse setor, o clima do bar te permite em plena noite de sexta feira juntar mesa com então desconhecidos quando da sua chegada e utilizar nos pés apenas um par de sandálias havaianas.
Heterogeneamente homogêneo você ao mesmo tempo pode pedir uma cerveja de garrafa com meia porção de frios (que inclui pickles) enquanto lê um livro da estante do local (especializado em quadrinhos e biografias) que é riquíssima. Se quiser, pode levar o livro e pedir para colocar na conta e, se esqueceu de passar no supermercado antes de ir ao bar, você pode adquirir ali mesmo sabão em pó e outros produtos de limpeza e até picolés! Eu ontem sai com 'Brothers Cactus' que é uma coletânea de contos da galera da Praça Roosevelt por R$ 10,00.
O meu bar de sempre, é o Filial. É lá onde eu posso deixar o carro na esquina porque o Gaúcho e o Magal já o conhecem, então, desço ali para não pegar trânsito e eles estacionam para mim. É lá que por mais fila que esteja eu chego e o J.Junior que é um pernambucano corinthiano roxo me arruma uma mesa. É lá que o Joaquim foi eleito o melhor garçom da cidade. É lá que o Aílton não deixa a Rafa voltar de carro quando bebe demais.
No Filial não tem como não encontrar algum conhecido. Já houveram vezes em que fui sozinha e encontrei amigos de bar. Os de sempre. É onde me sinto em casa. Onde como o melhor bolinho de arroz da cidade (da vida!), onde quando a fome aperta mando um Penne e de onde é impossível sair sem comer brownie com sorvete de creme. Ali onde há a melhor caipirinha de saquê de frutas vermelhas. Onde o caldinho de feijão com torresmo ou qualquer outro caldinho são a pedida exata.
Serviço:
Filial: Rua Fidalga com a Aspicuelta do lado do Quitandinha (que é péssimo!) - Vila Madá (PS: Procure pelo Aílton e diga que foi indicação da Laura do Santa Marofa!)
Mercearia São Pedro: Rua Rodésia, 34 - Vila Madá (PS: de dia tem um restaurantezinho natural do lado que é ótimo!).
É nóis na neve!
Agora posso começar a falar aos poucos.... Calma, nenhum problema de garganta, só de energias mesmo... hehehe.
Agora vai!
O papo era pro ano que vem e está rolando desde que encontramos com os artistas plásticos canadenses Pierre Allard e Annie Roy na Bienal de Havana em Cuba no início do ano. Ao ver o trabalho do Sérgio (lembra? do meu documentário?) imediatamente nos convidaram a participar. E lá vamos nós para o 'État D´Urgence' na Ong em Montréal cujo nome quer dizer: 'Ação Terrorista Socialmente Aceitável' (A.T.S.A.). Vale a pena nos conferir no site clicando aqui. De qualquer forma, vai o lay out!
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Lúcifer
Não é à tôa que dizem que quando a deu-se a luz, falaram: 'Fiat Lux'. Lux todo mundo sabe, que virou a marca de um famoso sabonete conhecido nos ônibus apertados das 18h. Fiat... bem, não precisa nem dizer... basta lembrar do Topo Gigio e seu pequenino veiculo italiano da fábrica de Torino. A parte isso quis dizer: 'Fez-se a luz!'.
Num trocadilho infeliz, pode-se também dizer: 'Fiat luz'. Sim, Fiat luz, afinal, a luz também falha te deixando na mão quando menos espera...
O melhor comentário sem dúvida foi o dela: vovó! Atacando denovo ela soltou o verbo ao saber que as notícias que a nós chegavam vinham dos Estados Unidos através de torpedos da minha irmã que mora lá:
- Melhor nós comprarmos um radinho de pilha, não?
É o poder do rádio. Ontem quando 10 estados brasileiros ficaram às escuras o entendimento disso valeu mais que um semestre de história da comunicação social. Em pleno 2009, com computadores que cabem na palma da mão, eu pelo menos adoraria ter um walkman igual ao que a Cocó e a irmã dela guardaram da infância e de onde obtinham notícias frescas e cheias de ruidos.
Num trocadilho infeliz, pode-se também dizer: 'Fiat luz'. Sim, Fiat luz, afinal, a luz também falha te deixando na mão quando menos espera...
O melhor comentário sem dúvida foi o dela: vovó! Atacando denovo ela soltou o verbo ao saber que as notícias que a nós chegavam vinham dos Estados Unidos através de torpedos da minha irmã que mora lá:
- Melhor nós comprarmos um radinho de pilha, não?
É o poder do rádio. Ontem quando 10 estados brasileiros ficaram às escuras o entendimento disso valeu mais que um semestre de história da comunicação social. Em pleno 2009, com computadores que cabem na palma da mão, eu pelo menos adoraria ter um walkman igual ao que a Cocó e a irmã dela guardaram da infância e de onde obtinham notícias frescas e cheias de ruidos.
Santa Rita
sábado, 7 de novembro de 2009
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
VOVÓ BY NIGHT
Ela tem 89 anos e ontem resolveu que queria ir assistir o filme da Coco Channel. 'Não aquele documentário, aquele que a Marilize viu', disse enfática. Dias antes, D. Marilize vizinha do 10A estava toda 'emperequetada' aguardando a filha na porta do predio. Iria ao cinema, em uma sessão da Mostra assistir o documentário sobre a Coco.
Há muito não nos 'emperequetamos' para ir no cinema. O glamour de hoje não está mais nas plumas e paetês e sim no cinema que se frequenta e nos filmes que se vê. Algumas décadas antes se 'emperequetava' para ir ao Marrocos, ou ao Marabá. Hoje, quando soube que há sessões a meia noite..
- 'Meia- noite! Imagine que sorte de gente não vai nesses horários'!
- Ih vó, pior é que nesse horário o pessoal é melhor que o das 19h. E qual é o problema? Você nunca dorme antes das 2h mesmo.
- Deus me livre! Ir no cinema a meia noite, veja se tem cabimento uma coisa dessas!
- Bom, tem sessão as 21h50. Quer?
- Ai já é melhor, né?
Fomos. Bem feliz busquei-a na casa da minha prima, onde ela tinha ido conhecer as cadeiras novas da cozinha (sim, houve uma cerimônia para isso). Passei lá as 21h em ponto e fomos ao Bourbon Pompéia onde eu cuidadosamente já havia ido comprar nossas entradas para que não houvesse nenhum imprevisto. Chegamos, tomamos um capuccino, entramos na sala. Vimos o filme.
Na saída perguntei se havia gostado e a resposta foi positiva sem muito entusiasmo. Na volta pergunto:
- Tem pão fresco em casa?
- Acho que não. Podemos passar ali na Deôla para comprar. Não é 24 horas?
Ok! Vovó sabendo tudo de São Paulo by night! Acabamos na Iracema onde compramos pão, sanduichinhos e palmiers.
Na subida da Angélica ela pergunta:
- Será que a Droga Raia está aberta? Preciso pegar meus remédios.
Mais uma parada. E já passava fácil da meia noite. Saimos da farmácia já eram 00h41!
Estacionamos o carro. O porteiro não acreditava no horário.
Entramos em casa e fomos para nossa ceia noturna habitual. Habitual em termos, né, porque hoje, o tradicional chá com torradinhas virou uma baita larica da vovó! Comeu o pão francês fresco com filé mignon que tinha na geladeira sem esquetar e arrematou com um copo de leite gelado!
Essa é a vovó! Vovó 90! Só enfrenta quem aguenta!
Há muito não nos 'emperequetamos' para ir no cinema. O glamour de hoje não está mais nas plumas e paetês e sim no cinema que se frequenta e nos filmes que se vê. Algumas décadas antes se 'emperequetava' para ir ao Marrocos, ou ao Marabá. Hoje, quando soube que há sessões a meia noite..
- 'Meia- noite! Imagine que sorte de gente não vai nesses horários'!
- Ih vó, pior é que nesse horário o pessoal é melhor que o das 19h. E qual é o problema? Você nunca dorme antes das 2h mesmo.
- Deus me livre! Ir no cinema a meia noite, veja se tem cabimento uma coisa dessas!
- Bom, tem sessão as 21h50. Quer?
- Ai já é melhor, né?
Fomos. Bem feliz busquei-a na casa da minha prima, onde ela tinha ido conhecer as cadeiras novas da cozinha (sim, houve uma cerimônia para isso). Passei lá as 21h em ponto e fomos ao Bourbon Pompéia onde eu cuidadosamente já havia ido comprar nossas entradas para que não houvesse nenhum imprevisto. Chegamos, tomamos um capuccino, entramos na sala. Vimos o filme.
Na saída perguntei se havia gostado e a resposta foi positiva sem muito entusiasmo. Na volta pergunto:
- Tem pão fresco em casa?
- Acho que não. Podemos passar ali na Deôla para comprar. Não é 24 horas?
Ok! Vovó sabendo tudo de São Paulo by night! Acabamos na Iracema onde compramos pão, sanduichinhos e palmiers.
Na subida da Angélica ela pergunta:
- Será que a Droga Raia está aberta? Preciso pegar meus remédios.
Mais uma parada. E já passava fácil da meia noite. Saimos da farmácia já eram 00h41!
Estacionamos o carro. O porteiro não acreditava no horário.
Entramos em casa e fomos para nossa ceia noturna habitual. Habitual em termos, né, porque hoje, o tradicional chá com torradinhas virou uma baita larica da vovó! Comeu o pão francês fresco com filé mignon que tinha na geladeira sem esquetar e arrematou com um copo de leite gelado!
Essa é a vovó! Vovó 90! Só enfrenta quem aguenta!
domingo, 1 de novembro de 2009
AMIGOS DO PEITO.
Sabe aquela frase 'os amigos são as família que escolhemos'? Pois bem.... acho que eu escolhi bem essa minha família. Cada um por si, mas com alguma coisa em comum com certeza.
Sempre que posso comento aqui no blog sobre eles(as). mas nunca é demais afinal, são pessoas que teoricamente não teriam o dever moral que um familiar de sangue ou criação teria em nos socorrer nas horas de apuro.
Passar a vida toda convivendo com alguém não é sinônimo de companheirismo muito menos de que na hora que você precisar essa pessoa vá estar lá. Aliás, estar muito provavelmente vai, fisicamente. O primeiro e fatídico 'não' pode vir dai. Bem de onde você contava que fosse sua tábua de salvação... se enganou meu bem.
Disse que escolhi bem, mas, não foi só isso. Dei muita sorte também. Fiz e faço por merecer. Outro dia ouvi um 'sou amiga para algumas coisas, outras não', da mesma pessoa que me estende a mão agora (e que mão!).
Ser amigo é mais que uns copos de chopp, é mais que uma sessão de cinema, é mais que um café ali na esquina é muito mais do que reveillón na praia.
Acho com isso que o segredo das boas amizades e de convivência em geral é saber respeitar os limites.
Sorte minha que sei que meus amigos têm um limite expandido. Mas mesmo assim eu tento ficar dentro dele.... Meus amigos são foda!
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
UAI SÔ!
Uma vez, quando era presidente da república, FHC estava em uma conferencia em Portugal e proclamou a seguinte frase:
"O Brasil é um pais de caipiras"
Passados cerca de 07 anos, Grazi Massafera, ex-BBB está na capa da revista Vogue Brasil e completa:
"Posso ser caipira mas não sou boba nem burra".
As vezes demora um pouco, mas as fichas acabam caindo...
'O caipira picando fumo'
"Sou caipira, Pirapora Nossa Senhora de Aparecida, ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida." Renato Teixeira.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
A BRUXA ESTÁ SOLTA....
Dia 31 ainda nem chegou mas parece que o Halloween deste ano já está pegando... Automobilísticamente falando principalmente. Só essa semana que ainda está indo para a 5a. feira, tive meu segundo acidente de carro do ano, roubaram o segundo carro de uma amiga no mesmo local que o anterior há cerca de um mês e, aqui na esquina da Alagoas com a Angélica acaba de morrer mais um motoboy.
O Flash, meu carro, é de maio deste ano e para sua pouca idade é bem rodado: tem pouco mais de 12.000 Km. Terça-feira vinha eu pela Rua Barão de Tatuí aqui perto de casa, quando, ao cruzar com a Rua Baronesa de Itu, um Palio Wekeend me atingiu em cheio na lateral do motor do lado do motorista. Com o impacto o carro rodopiou quebrando suspensão e as duas rodas dianteiras e ainda colidiu novamente com o mesmo veículo na parte de trás comprometendo a porta traseira do motorista. B.O.s, guinchos, oficinas, corretoras mal educadas e por fim uma conciliação amistosa. Nada como lidar com gente educada.
No mesmo dia uma amiga que também tem passado maus bocados esse ano (financeiramente falando), precisou vender o carro ficando apenas com o carro do filho que era um CrossFox. Roubado na porta de casa perto da Avenida Paulista. Passado um mês, o carro emprestado pelo cunhado, um Corsa Sedan velhinho, foi roubado no mesmo local. Ainda não recebeu o seguro nem do primeiro.
Por fim ao voltar hoje para casa me deparo com policiais e carros do CET fechando a rua. Um Astra passou por cima de uma moto. Já não haviam mais vitimas no local, apenas o casaco do motoboy embaixo da roda traseira do carro. Não sei quem foi o culpado. Ontem um vídeo de um ônibus colidindo de frente com outro no Rio de Janeiro também foi exibido à exaustão nos telejornais.
Eu sempre dirigi muito bem. Admito sem falsa modéstia. A mesmo tempo comecei a me questionar o que eu estava fazendo de errado no trânsito. Sabe como é, em uma cidade como São Paulo a gente tem que dirigir por nós mesmos e pelos outros também. É atenção redobrada o tempo todo. Porém acredito que o estresse geral tem agravado bem as coisas. Conversando com amigos, percebemos que as pessoas estão realmente 'loucas' no trânsito.
Não me refiro apenas a passar no farol vermelho quando já passa das tantas da madrugada até por questão de segurança tampouco fazer uma conversão proibida quando não há ninguém. A imprudência de motoristas, motoboys e pedestres também, beira o absurdo. Tente andar um quarteirão sequer sem ser obrigado a frear devagar que seja porque um carro ameaçou sair de uma vaga e não te viu, ou porque um carro saindo da garagem breca quase no limite de pegar sua lateral, ou porque um pedestre resolveu 'aproveitar' e atravessar a rua correndo fora da faixa, ou porque alguém resolveu esperar 'só um minutinho' em fila dupla.... enfim, todos querem tirar vantagem e chegar primeiro.
Do jeito que vamos, se permanecermos na nossa posição de 3o... 3o. mundo, tá ótimo. Porque chique mesmo é andar de metrô e ônibus. Nos paises de 1o. mundo é assim, sabia? Carro é coisa de pobre! Intelectualmente falando....
Foto do Flash estrupiado logo acima....
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
O DESPERTAR DO BREGA.
Segundo o dicionário Aurélio, ser brega é ser deselegante. Segundo o mesmo Aurelião, elegância vem a ser: 's.f. Graça, distinção nas formas, nas maneiras, nos trajes: elegância de porte, de vestes; apresentar-se com elegância. / Arte de escolher as palavras: falar, escrever com elegância; elegância de estilo'. Logo, a deselegâcia é a negação desta.
Certo?
Outro dia voltava para casa com uma amiga, a mesma de sempre, sempre com problemas ortopédicos que me deixam na função de motorista-camarada e, já perto da casa dela (que por sinal é perto da minha), trocando as estações de rádio (desisti de ter CDs, MPs e seja la o que for no carro, cansei de ser assaltada! coloquei um 'Volksline' e estou feliz com os vidros intactos), me deparei com Fagner: Deslizes!
Naquele dia especificadamente essa música era dela. Para meu espanto, ela não conhecia a música e acho que o cantor só de nome. Na verdade, não me espanta. No Rio Grande do Sul, de onde essa minha amiga é, a formação musical é muito diferente do resto do país. Lá eles sabem de óperas (o que é raro brasileiro conhecer) e de música clássica (que também nõ é comum ter o costume de ouvir, como eles tem). Ela é uma das poucas com quem eu posso ouvir Choppin sem causar estranhamento.
Raimundo Fagner é cearense e começou a fazer sucesso no final dos anos 60. Suas músicas são profundas. Bem mais que o mergulho do peixe que gostaria de ser em 'Borbulhas de Amor' ('Quem dera ser um peixe / Para em seu límpido aquário mergulhar / Fazer borbulhas de amor pra te encontrar / Passar a noite em claro / Dentro de ti'). São daquelas que todo mundo já passou pelas situações. Impossível não se identificar. Mas, é brega.
Por que?
Ou melhor: e daí?
Dizem os tais especialistas que misturar cores é cafona (sinônimo de brega). Dizem também que se expressar exageradamente é brega. Chegam ao absurdo de dizer 'que todas as cartas de amor são ridículas'. 'Mais ridículo é quem nunca escreveu uma carta de amor', já dizia o poeta. O amor é brega. É cafona. 'Já não existe nem o ceto nem o errado. Só o amor que por encanto aconteceu'.
'E é por isso que eu pedôo seus deslizes', matte. E não vou deixar de te achar culta e inteligente. Pelo contrário: isso me prova que você realmente é!
Siga deslizante!
Para marofar:
Deliszes - Fagner.
Certo?
Outro dia voltava para casa com uma amiga, a mesma de sempre, sempre com problemas ortopédicos que me deixam na função de motorista-camarada e, já perto da casa dela (que por sinal é perto da minha), trocando as estações de rádio (desisti de ter CDs, MPs e seja la o que for no carro, cansei de ser assaltada! coloquei um 'Volksline' e estou feliz com os vidros intactos), me deparei com Fagner: Deslizes!
Naquele dia especificadamente essa música era dela. Para meu espanto, ela não conhecia a música e acho que o cantor só de nome. Na verdade, não me espanta. No Rio Grande do Sul, de onde essa minha amiga é, a formação musical é muito diferente do resto do país. Lá eles sabem de óperas (o que é raro brasileiro conhecer) e de música clássica (que também nõ é comum ter o costume de ouvir, como eles tem). Ela é uma das poucas com quem eu posso ouvir Choppin sem causar estranhamento.
Raimundo Fagner é cearense e começou a fazer sucesso no final dos anos 60. Suas músicas são profundas. Bem mais que o mergulho do peixe que gostaria de ser em 'Borbulhas de Amor' ('Quem dera ser um peixe / Para em seu límpido aquário mergulhar / Fazer borbulhas de amor pra te encontrar / Passar a noite em claro / Dentro de ti'). São daquelas que todo mundo já passou pelas situações. Impossível não se identificar. Mas, é brega.
Por que?
Ou melhor: e daí?
Dizem os tais especialistas que misturar cores é cafona (sinônimo de brega). Dizem também que se expressar exageradamente é brega. Chegam ao absurdo de dizer 'que todas as cartas de amor são ridículas'. 'Mais ridículo é quem nunca escreveu uma carta de amor', já dizia o poeta. O amor é brega. É cafona. 'Já não existe nem o ceto nem o errado. Só o amor que por encanto aconteceu'.
'E é por isso que eu pedôo seus deslizes', matte. E não vou deixar de te achar culta e inteligente. Pelo contrário: isso me prova que você realmente é!
Siga deslizante!
Para marofar:
Deliszes - Fagner.
domingo, 25 de outubro de 2009
33a. MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO PAULO - O NATIMORTO
"...Natimorto, grande injustiçado do Festival do Rio..."
"O júri fez uma distribuição absurda dos prêmios. Todo mundo ganhou seu Redentor, todo mundo menos o melhor filme desta edição, que, cada vez me convenço mais, é o 'Natimorto', de Paulo Machline. O júri, decididamente, não gostou de 'Natimorto'. Sei até que o filme teve apenas um defensor, e até sei quem foi, mas prometi não contar. Houve uma tomada de posição dos jurados - contra. Eu, se fosse essa pessoa, teria rodado uma baiana legal e, se era pra fazer reforma agrária, o Machline ia sair com seu quinhãozinho do latifúndio. como não? "
"O júri fez uma distribuição absurda dos prêmios. Todo mundo ganhou seu Redentor, todo mundo menos o melhor filme desta edição, que, cada vez me convenço mais, é o 'Natimorto', de Paulo Machline. O júri, decididamente, não gostou de 'Natimorto'. Sei até que o filme teve apenas um defensor, e até sei quem foi, mas prometi não contar. Houve uma tomada de posição dos jurados - contra. Eu, se fosse essa pessoa, teria rodado uma baiana legal e, se era pra fazer reforma agrária, o Machline ia sair com seu quinhãozinho do latifúndio. como não? "
Luiz Carlos Merten, em seu blog no Estadão.
UM PURO.
Em Cuba costuma-se dizer 'um puro' para os famosos charutos da ilha. Mas os originais, frescos, bem acabados e feitos de puro tabaco enrolado em folha de uva ressecada. Fumar 'um puro' é quase sagrado, é quase religioso e as vezes ritualistico. As mães e pais de santo por exemplo precisam da fumaça do charuto para videnciar. As vezes através de cartas, as vezes através de orixás, mas, sem o tabaco nada acontece.
Em Natimorto, de Paulo Machline (que já concorreu a Oscar pelo curta ficção 'Histórias de Futebol' em 2003), o personagem de Lourenço Mutarelli (que é o verdadeiro criador do Natimorto) vive em depressão: não gosta de sexo (não se interessa, quer ser assexuado), é traido pela mulher e se separa dela e, para fugir do mundo se tranca em um quarto de hotel com uma cantora em início de carreira apenas como 'companheiros de quarto', sem qualquer proximidade física, apenas intelectual e psicológica.
Sua maior crença acaba virando uma espécie de TOC: todos os dias de manhã, junto com o café-da-manhã, ele abre seu maço de cigarros do dia e olha atrás a imagem e os dizeres anti-tabagistas de campanhas anti-fumo. Compara as imagens com as cartaz do tarô tentando identificar semelhança entre ambas e assim fazer sua própria vidência.
Além do tema por si só ser extremamente surpreendente, o filme traz outras boas como o fato de ser interpretado pelo próprio autor da história que originou o roteiro. Lourenço não é ator mas já participou de alguns curtas. Para o casal principal chegaram a ser cotados Marco Ricca e Mariana Ximenes. Simone Spoladore no entanto ficou com a parte feminina da dupla. Lorenço chegou a ser cogitado para premio de melhor ator. Não é o caso. Precisamos entender que ele não é ator, por melhor que seja. Isso é claro. Não há técnica suficiente mesmo para alguém que está no meio artístico e que com certeza vendo 'de fora' saberia encontrar alguns problemas de interpretação.
Nada no entanto atrapalha o efeito de frases cortantes. O personagem pensa. O ator pensa e isso basta!
Me chamou muito a atenção a direção de arte que, não sei dizer se realmente é boa ou é excelente. A ambientação em um quarto de hotel, no meu entender decadente mas com uma certa pompa, é bastante coesa. Nada sai do lugar. Nada a mais. Nada a menos. Combinou perfeitamente com a luz do filme: verde vinho.
A fotografia e as idéias de câmera de Lino (não me lembro o sobrenome) são sensacionais e se destacam de maneira diferente em vários momentos. Seja por usar a câmera de um jeito que cause enjôo no espectador (o mesmo enjôo do personagem), seja por interpretar o que se diz (nos momentos de reflexão do personagem o texto é narrado), seja por remeter às 'contracapas' dos maços de cigarro.
Citei por aí que o filme tem narração? Alias de uma voz bem conhecida, identificável mas novamente surpreendente: Nasi, do Ira!
Na primeira cena um menino anda em um quintal e pula em cima de um tapume que está fechando um poço. Cai. Sobe uma fumaça de cigarro com a tela black e entre o branco e o negro da tela o título do filme. A cena aparentemente não tem ligação nenhuma com as cenas conseguintes até um momento onde o personagem principal conta a história de um primo que quando crianças caiu em um poço que diziam haver um montro.
Durante o período que o menino ficou aguardando que o retirassem dali, a luz incidente pela fresta do buraco no resto de água que havia no poço, fez com que o garoto enchergasse a própria imagem refletida. Como não era nítida e sim uma penumbra, pensou tratar-se do tal monstro do poço. Poderíamos pensar em 'O médico e o monstro', onde ambos são apenas um e este pensa ser os dois por perceber-se no segundo substantivo. Poderíamos pensar em Narciso que se apaixonou por si próprio ao ver seu reflexo na água. Poderíamos pensar em Deus que nos fez a sua imagem e semelhança segundo a bíblia e que é muitas vezes é a 'mola do fundo do poço', ou ainda em Lúcifer, o comandante das trevas, o anjo maldito. É assim que a história toda se amarra. Do início ao fim, tudo isso caberia em Natimorto.
Natimorto, é aquele que não nasceu. Que passou da vida intra-uterina direto para a morte. Sua alma não teve alterações. Ele permaneceu 'um puro'.
Serviço:
'O Natimorto', de Paulo Machline, com Lourenço Mutarelli, Simone Spoladore, Betty Goffman, Nasi. Assistência de Produção Executiva~: Mariana Ianni, São Paulo - 2009 - 116'
Na Mostra: 27/10 (terça-feira) às 15h40 no Cinema da Vila e 29/10 (quinta-feira) no Espaço Unibanco Arteplex 4. Estréia em março de 2010.
Para marofar:
Teatro:
- Antes de virar roteiro de filme, 'O Natimorto' foi encenado no Espaço dos Satyros com adaptação de Mário Bortolloto e no elenco Miltinho (sósia de Mutarelli e vice-versa), a Manú (Maria Manoella) e a Martha Nowill. Leia sobre.
Quadrinhos:
- Mutarelli é 'macaco véio' do mundo das HQs. Vale a pena conferir seu trabalho clicando aqui.
Cinema:
- Em 'O Cheiro do Ralo' de Heitor Dhalia, Lourenço Mutarelli já havia tido uma pequena participação. Mais uma vez, a história é sua.
Classificação por marofada: para soltar fumaça em círculos!
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