segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Pra ver a bunda passar...

Deitada com minha coluna acomodada em dois colchonetes e com as pernas dobradas, abro os olhos devagar. A primeira visão que tenho: bundas! Sim, a sala 2 da Runner da Angélica onde estou fazendo pilates (e amando!) é quase pornografica.

Imagine que a metade da parede que dá vista para a sala de musculação é metade de vidro. Ok. Agora desça meio andar com a sala, o que te faz ter uma visão panorâmica única de baixo pra cima e tornando muito dificil a visualização da cintura pra cima de quem está por ali fora. Ok. Agora imagine que neste local ficam as esteiras da academia. Viradas de forma que as bundas olhem para dentro da sala.

Quando descobri isso hoje não consegui parar de analisar o vai e vém das nádegas de rostos desconhecidos. É incrivel mas conheci muitas pessoas hoje analisando suas bundas. A bunda diz muito sobre o ser. Vários formatos, tamanhos e densidades. Fiquei pensando o que cada bunda fazia durante o dia todo. Ficava sentada, se sentindo sufocada? Ou ficava lépida e fresca circulando? Ficava dentro de calças apertadas? Ficava sem calças? Ficava doida pra sair fora deixando o seu dono com cofre de fora?

Fiz várias teorias sobre a bunda e me senti o Selton Melo no 'Cheiro do Ralo'. Apaixonado pela bunda. Eu não cheguei a tanto, afinal a primeira impressão é a que fica e as que eu pude analisar estavam suadas malhando. Tô fora!

Em seguida lembrei de Drummond e lhe imaginei sentado no calçadão de Copa do mesmo jeito que fizeram sua estátua, observando e escrevendo:





'A bunda, que engraçada
Está sempre sorrindo, nunca é trágica

Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos!
ainda lhes falta muito o que estudar


A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma plenamente.


A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se descem. Ondas batendo
numa praia infinita


La vai sorrindo a bunda. Vai feliz
Na caricia de se balançar
Esferas harmoniosas sobre o caos.


E bunda é a bunda
redunda'.


Gênio!

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