domingo, 16 de agosto de 2009

Nóis trupica mais num cai...

De quantos 'nãos' se faz um 'sim'? Eis a questão que não cala. Hoje, voltando para casa depois de feirinha da Vila e Filial, estava conversando com a Carol D.. O verdadeiro valor das amizades está em algo semelhante a uma gangorra. Quando um está por baixo o que está por cima equilibra e vice-versa.
Faz um ano que a Carol optou por largar um bom emprego numa multinacional. Optou 'naquelas'... as coisas não estavam lá muito bem, afinal, felicidade por incerteza ninguém quer trocar. Fato que depois de uns anos de 'casa' ela saiu, pegou o dinheiro e caiu no mundo. Claro também que contou com aquele conhecido fator PNB ('Pé-na-bunda') que deu-lhe um empurrão para a Europa. Primeiro a passeio e depois para um vivência diferente daquela à qual estava acostumada.
Novas pessoas, novos ares, nova cultura e...um novo amor. Quando a gente muda, tudo acontece, os ares renovam, a vida renova e tudo dá certo. Certo? Mais ou menos.
Li no blog novo da Clarah Averbuck: '...pessoa tá bem, pessoa cai, pessoa levanta, pessoa fica bem, pessoa se estabaca...'. Mais ou menos isso.
Alguns meses depois, de volta à Terra Brasilis, percebeu que seus anos de estudo e experiencia não estavam valendo um emprego 'meia-boca' sequer. Percebeu que sabia mais que seus possiveis chefes mas que a mediocridade domina por aqui.
Percebeu mais. Seu grande amor londrino, aquele com quem ela passara dias e noites felizes e cumplices na terra da rainha, na verdade não passava de um mato-grossense interiorano sem a visão de mundo e de possibilidades que a vida lhe mostrou. Vai ser mais uma 'pessoa da sala de jantar preocupada em nascer e morrer', sem sonhos, sem coragem de se 'jogar de cabeça' e de viver um grande amor.
Tudo porque a distancia que ela percorreu e planejou milhares de vezes ao dia para vencer os vários kilometros que separam São Paulo de Campo Grande feliz e contente o deixaram demasiado fatigado. Não rola.
No final do ano passado, o clima ainda era de esperança. Ela tinha que ter esperança. Pelo menos nisso. A carreira estava parada. A rotina estava igual à época de colégio aos 28 anos de idade. Estava morando com os pais (agora sem chances breves de independencia residencial), sem emprego, voltando da Europa, sem seu ex-novo amor. A irmã de 24 estava bem empregada, namorando há mais de ano e apaixonada e com prospecções de vida. Sorte dela, mas, que a comparação dói, dói.
Eu, há muito mais tempo sem emprego, com uma pós-graduação e uma faculdade a mais, já conformada em trabalhar para ganhar mesada na empresa da família, lhe mostrei uma luzinha no fim do túnel. Fui junto com ela. Igual ao que fiz comigo mesma. Sem medo. Ou melhor, com muito medo, mas enfrentando, não deixando ele me barrar e, do mesmo modo que iniciei meus negocios paralelos, incentivei-a a ir contra tudo e todos. E ela foi.
Cresceu. Virou gente grande. Iniciou a sua história. Já terminou o primeiro lote de um novo produto no mercado. Infelizmente, temos que admitir, mais uma vez teve a tal força PNB, aquela que pelo menos empurra a gente pra frente.
Viu que começar não é tão dificil assim. Está vendo que manter é muito mais dificil. Porque a força para desistência é muito mais pesada. A força para ingressar no time dos medíocres é grande. A força para ser 'mais um' é violenta. Aqueles que realmente nos dão a corda para nos puxar e não enforcar, são muito poucos. E isso em todas as áreas da nossa vida.
Carol (e Rafa, e Mari, e Lugão, e quem mais for), não se iluda com um 'bem-querer', espere e busque por um 'grande amor'. Não se contente com um 'empreguinho' se ele não for escada para algo maior. Não se conforme de morar com seus pais, agradeça a ele e a Deus por tê-los, mas lute pelo seu. Você pode, você tem capacidade, você tem a força!
Carol D., por isso, poderia ser meu pseudônimo.

2 comentários:

  1. Amiga...ameiii!!Acho que nem eu mesma conseguiria resumir tão bem essa minha nova fase!!É isso aí...o futuro é nosso!!Obrigada!!!beijoooooo

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