sexta-feira, 21 de agosto de 2009

RC

Senhoras e senhores... e com vocês... RRRRRoberrrrto Carrlos! (Introdução de 'Emoções') pã, pãnãnãnã, pã, pãnãnãnã, ..... (Luzes piscam, dançam a música se abaixa um pouco ainda na introdução). Entra o Rei!
Gritos, urros e berros. A velharada vai à loucura: "Lindo!", "Hey, hey, hey, Roberto nosso rei", "Betinho", "Lindoooooo!". A música da a deixa novamente. Ele para como se fosse cantar. Não canta, diz: "Que prazer estar aqui com vocês". Novos delírios e ele vai: "Quando eu estou aqui, e vivo esse momento lindo...". Mais delirios e um enorme coro acompanham a música. Essa e as que se seguem. Quase na mesma ordem desde que eu acompanho os shows do Rei há uns 12 anos.
A sensação é algo quase indescritível. E olha que dessa vez em um Ginásio do Ibirapuera lotado, o som estava bem ruim. Primeiro a propaganda da Nestlé que de alarde só colocou um zepellin pequeno sobrevoando a platéia antes do show. Além óbvio de ser praticamente a dona da música 'Como é grande o meu amor por você'. Bom, mas vamos voltar a frio na barriga inicial. Pude comprovar que não é algo pessoal, e sim algo que realmente acontece.
Depois propagandas do Itaú (esse é novo na jogada). Este aliás, nos presenteou com simpáticas lanterninhas com o logo da empresa e com os dizeres de acendermos na hora da música da Nestlé. Srs marqueteiros agradeço de coração todo o 'grande amor' que a fábrica de alimentos e o banco multinacional têm por mim a ponto de me dedicarem essa música. Vou fingir que não vi o logo piscando na minha lanterninha. Mas sendo o setor financeiro, entendi o recado: tiraram minhas estrelas e aumentaram a taxa de juros,mas, me deram uma luz! A tal luz do fim do túnel!
Aliás também, para minhas estrelas o Rei me confortou com '.. estrelas mudam de lugar, chega mais perto só pra ver...'. Saquei (sem trocadilhos).
Então, as luzes se abaixam e no instante que a RC9 dáos primeiros acordes, algo reverbera mais ou menos na região do umbigo. Como um comichão que vai crescendo com o aumento do volume e com a entrada do Rei você não se aguenta e explode em gritos. Dá um arrepio no osso! É uma coisa louca. Pior é que todas as músicas parece serem feitas diretamente para quem ouve. Em instantes o Ginásio lotado viram apenas você e ele.
Hoje fiz uma conversão. A Cocó, a mãe e a irmã dela foram comigo ao show. Comigo e toda minha família (mãe, irmão de braços cruzados pra não chorar - porque homem não se emociona, meu pai de tôca e quase dormindo sentado na arquibancada sem bem entender o que estava acontecendo e, minha irmã com seu inseparável livro de Matemática Fianceira no colo. Ah! soma-se aí a Tia Cris que é melhor amiga e fiel escudeira da minha mãe além de madrinha da minha irmã).
O show do Rei é algo que te faz flutuar. Você canta alto e assim coloca para fora todos os seus fantasmas. Você se liberta de tudo que sente. E por fim, se vê cantando "Nossa Senhora' e "Jesus Cristo" mesmo sendo judeu. É de colocar o padre Marcelo no chinelo. É um exorcismo quase!
Você sai de lá livre, leve, solto, feliz e com a impresão de ser compreendido por alguém. No melhor estilo: ele está falando comigo!
É por isso que há 12 anos, ir no show do Rei é quase uma religião!

Um comentário:

  1. Bem, não é só a velharada que vai à loucura... Pelo menos não foram elas que eu vi gritando "Betinho"! ;)

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